Chocante esta reportagem:
"(...) Pedro é assim um bebé que tem família, mas na prática já não tem. Ninguém o visita. Como não há vagas para ele em instituições de acolhimento de emergência próximas vai ficando no Hospital Amadora-Sintra de onde nunca saiu.
Ali há a garantia de que terá os cuidados que precisa para crescer. Mas corre o risco permanente de contrair infecções, uma das muitas que circulam nas unidades hospitalares.
"Um hospital não é projecto de vida para ninguém. Estas crianças estão sujeitas a apanhar doenças. Não saem à rua e nem têm as referências e vínculos que devem criar na infância", diz a directora do serviço de pediatria do hospital, Helena Carreiro, referindo-se aos bebés que por ali vão ficando, muitos deles completamente sós, como é o caso de Pedro.
A enfermeira de nome também Helena, uma das profissionais que tratam desses meninos, sublinha: "Estes bebés não têm um, mas 30 colos." As mãos e vozes amigas são todas diferentes, variam consoante os turnos. E niguém sabe ao certo quanto tempo podem ficar por ali.
"Há processos que se resolvem em semanas, outros em meses. E já chegámos a ter aqui crianças um ano", admite a coordenadora dos serviços sociais do hospital, Adélia Gomes. E "os casos de maiores protelamentos de alta são precisamente os referenciados às comissões de protecção ou ao tribunal, refere".
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