Por norma, os dias do individuo
são passados numa correria e mesmo assim antes de adormecer fica com a sensação
que muito mais havia por fazer. Dá primazia às coisas que no seu entender são
as prioritárias mas serão mesmo?! Nem tempo há para pensar nisso, pelo menos
por enquanto, talvez um dia, se esse chegar em que as forças físicas já não
acompanhem os desejos e estes passem a ser totalmente diferentes.
Porém,
no meio da maioria e ainda bem que assim é, há sempre a minoria que tem uma
atitude diferente perante a vida e sente-se feliz fazendo coisas que tocam no
coração e uma delas é contar histórias.
“Numa
aldeia histórica, uma senhora que aparentemente parecia estar a passar por
muitas dificuldades, caminhava com uma criança ao colo e ao passar frente a uma
gruta escutou uma voz vinda lá de dentro que lhe dizia: “Entre e fique com tudo
o que desejar mas não se esqueça do principal. Lembre-se de uma coisa depois de
sair, a porta fechar-se-á para sempre, portanto aproveite a oportunidade mas
não se esqueça do principal”.
Ela
entrou e ficou fascinada pois estava rodeada de ouro e joias maravilhosas.
Colocou a criança no chão e ansiosamente agarrou tudo o que podia ajeitando o
seu velho avental em forma de saco.
A voz misteriosa recordou-a que
só restavam oito minutos.
Esgotados os oito minutos,
carregada de ouro e pedras preciosas correu para fora da gruta e nesse preciso
momento a porta fechou-se.
A expressão dela irradiava
alegria pois estava muito rica, aquele ouro e aquelas joias eram muito
valiosas. Mas a felicidade terminou logo a seguir no preciso momento em que se apercebeu
que a criança tinha ficado lá dentro. Com todo o entusiasmo que sentiu
esqueceu-se dela e a porta fechou-se para sempre.
A riqueza durou pouco mas o seu
desespero, tristeza e sofrimento acompanharam-na para o resto da sua vida.
Não foi por falta de ser
avisada assim como acontece no dia-a-dia dos indivíduos, mas o entusiasmo e a
cegueira são tão fortes que não os deixam perceber o que realmente é
importante.
Pode-se
viver muitos anos e há sempre uma voz que direta ou indiretamente alerta para “não
se esquecer do principal”. Há que ponderar e pensar no que realmente contribui
para a verdadeira felicidade, a que alimenta o coração, Mahatina Gandhi’ já
dizia que “Quando a alma está feliz a prosperidade cresce, a saúde melhora, as
amizades aumentam, enfim o mundo fica de bem com você. O mundo exterior reflete
o universo interior”.
Lança-se o desafio para quem
ainda tiver tempo: imagine-se rodeado de dinheiro mas sem família e sem amigos
para partilhar… sentir-se-á feliz?!
Os indivíduos são todos iguais
mas todos diferentes por isso é que alguém disse “Algumas pessoas amam o poder outras
têm o poder de amar”, mas convém não esquecer do que é “principal”.
anabelaviegasconceicao@gmail.com
Psicóloga Clínica
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