sexta-feira, 31 de maio de 2013

O direito a um pai e uma mãe

Foi aprovado na generalidade um projeto de lei que permite a coadoção por pares homossexuais, ou seja, a adoção por uma pessoa casada com outra do mesmo sexo (ou a ela unida de facto) quando em relação a esta já esteja estabelecida a filiação, natural ou adotiva. O que significará que por esta via se poderá tornear facilmente a atual proibição da adoção conjunta por pares do mesmo sexo, deixando-se «entrar pela janela aquilo a que se fechou a porta»: basta que uma das pessoas adote singularmente, ou que uma mulher recorra à procriação artificial num país que não a proíba (os casos mais frequentes na prática), e depois o seu cônjuge, companheira ou companheiro, solicite a coadoção. Dizem os apoiantes do projeto que se trata apenas de proteger situações já existentes. Mas função de uma qualquer lei não é reconhecer factos consumados ou regular situações já existentes, ela vigora para o futuro e abre (ou não) as portas a novas situações. Aqui, trata-se da possibilidade de alcançar, pela via indicada, alguns dos resultados a que chegaria através da legalização da adoção conjunta. É bom ter presente este facto para não cair na ilusão de que o projeto aprovado difere substancialmente dos que foram rejeitados e que admitiam a adoção conjunta por pares do mesmo sexo. Trata-se de uma opção estratégica de alcançar o mesmo resultado de forma gradual e menos ostensiva.
Corresponde a uma intuição do bem senso, e sempre tal foi afirmado pelos manuais de psicologia do desenvolvimento infantil, que o bem da criança e o seu crescimento harmonioso reclamam a presença de uma figura materna e de uma figura paterna, sendo de todo lamentável a ausência de qualquer delas. Nenhum pai substitui uma mãe, tal como nenhuma mãe substitui um pai. Como afirma o filósofo e teólogo Xavier Lacroix, todos crescemos num duplo jogo de identificação e diferenciação, todos recebemos o amor segundo estas duas cores e estas duas vozes, masculina e feminina, pois nenhuma delas esgota a riqueza do humano.
Assumir legalmente a filiação por duas pessoas do mesmo sexo é, de acordo com a filósofa Sylviane Agacinsky, negar violentamente a incompletude e finitude de cada um do sexos em relação ao outro, é simbolizar, aos olhos dos visados e de toda a sociedade, a negação da limitação de cada um dos sexos e, consequentemente, a negação da riqueza da dualidade sexual.
Não é por acaso que a filiação envolve dois progenitores, não só um, mas também não três ou quatro: porque cada um deles, na sua unicidade, é portador de uma especificidade (a que é própria do seu sexo) que completa e enriquece a do outro.
O pedopsiquiatra Christian Flavigny, por seu turno, salienta (em Je veux papa et maman – «père- et- mère» congédiés par la loi; Salvator, 2013) como a identidade da criança se constrói a partir da noção de que foi gerada pela união entre o pai e a mãe. Isso é possível quando ela é adotada por um homem e uma mulher, que sempre poderiam ser seus pais biológicos, mas nunca quando é adotada por duas pessoas do mesmo sexo (ou coadotada por uma delas), que nunca poderiam ser seus pais biológicos, como ela sabe. Neste caso, a adoção serve de ficção legal falsificadora e geradora de uma confusão prejudicial à construção dessa identidade. Convenhamos que será difícil explicar a essa criança (numa nova versão da "história da cegonha") como é que na sua origem pode estar uma relação entre pessoas do mesmo sexo…
É por estas razões que sempre o regime da adoção foi concebido no sentido de a aproximar da filiação natural, para que a criança adotada se sinta o mais possível semelhante à que é criada pelos pais biológicos. E também para que a criança adotada não se sinta diferente das que o não são, muitos pais adotantes procuram ocultar de outras crianças o facto de ela ser adotada, o que nunca será possível quando é adotada por um par do mesmo sexo.
Ao contrário do que muitas vezes se diz, não há "consenso científico" a respeito da ausência de malefícios da educação de crianças por pares do mesmo sexo. O estudo mais extenso até hoje realizado, do professor da Universidade do Texas Mark Regnerous, publicado na revista Social Science Research, demonstra o contrário.
 
Pedro Vaz Patto
Juiz.
Voz da Verdade

quinta-feira, 30 de maio de 2013

O combate contra a família

 
 
Temos cuidado pouco da família. Temo-la olhado como uma realidade que, de tanto se encontrar na base do viver humano, sobreviverá automaticamente. Ou como uma realidade que tanto importa que sobreviva ou não, porque todo o resto do tecido social irá continuar, sem ruturas nem sobressaltos, eventualmente com um rosto diferente, organizado de outro modo (segundo alguns, até mesmo melhor).
O facto é que isso não é, simplesmente, verdade.
(...)
Contudo, se virmos bem, consoante o tipo de família que uma sociedade adota, assim também as relações sociais e o modo de viver dessa sociedade.
Não é a sociedade a fazer a família. É a família a construir a sociedade.
É da família e das suas relações – e do modo como todos se relacionam primeiramente no seio familiar e, depois, alargando o círculo, com todos os demais membros de uma sociedade – que dependem a segurança, o bem-estar, a paz e o desenvolvimento de qualquer grupo humano, mesmo do próprio Estado.
Sem a família, em última análise, não valerá sequer a pena clamar por democracia: sobreviverá apenas aquele que for mais forte.
Nos últimos anos, a família não foi simplesmente ignorada: foi combatida.
Tudo passou a ser chamado de "família", todos os "ajuntamentos" passaram a ter os direitos familiares; para a família ficaram apenas, como exclusivo, os deveres.
Isto significa que, para o Estado e, consequentemente, para a sociedade em que vivemos, nada é, verdadeiramente, família.
Mas isso significa, também, que estamos a construir um modo de viver sem fronteiras e sem regras, onde apenas a lei e a polícia poderão garantir alguma relação pacífica entre os humanos. Tudo o resto ficará para a selva, onde tudo é permitido, porque o outro deixou de o ser, e se transformou num mero objeto.
 
Voz da Verdade
Nuno Brás
19 de Maio de 2013

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Drogas continuam a matar jovens

 
 
Segundo o documento, a taxa de mortalidade - provocada diretamente  pelo consumo de droga, através de overdoses, ou indiretamente, por doenças  várias, sobretudo infectocontagiosas, e acidentes, violência e suicídio  - ronda os 1 a 2% por ano. 
 
(...) os especialistas estimam que 15,4 milhões de jovens europeus,  entre os 15 e os 34 anos, tenham consumido canábis no último ano. 
 
(...)  alerta o Observatório Europeu, o mercado tem sido invadido  por drogas novas, não controladas pelo direito internacional, muitas vezes  rotuladas como 'alimentos para plantas'.  
Só no ano passado, adianta, os 27 Estados-membros, a Noruega, a Croácia  e a Turquia [que integram o relatório de 2013] notificaram 73 novas substâncias  psicoativas. 
Os dados do relatório deixaram a comissária europeia dos Assuntos Internos,  Cecilia Malmstrm (...) preocupada, pois um quarto dos adultos europeus - ou seja, 85 milhões de pessoas - já consumiu uma droga ilícita o que significa  que o consumo de drogas na Europa se mantém elevado" (..). 
A sua preocupação deve-se também ao facto de existir "um mercado de  estimulantes cada vez mais complexo e uma oferta imparável de novas drogas,  que são cada vez mais variadas". 
Questão também abordada pelo diretor do EMCDDA, Wolfgang Gtz, que lembrou  que o problema da droga está "em constante evolução". 
"A nova estratégia da UE de combate à droga para 2013-20 terá de lidar  com um problema que se encontra num estado permanente de mudança e com um  mercado fluído, dinâmico e em rápida evolução.
 
Lusa

COMUNICADO PPV
A publicação recente do relatório de 2012 da Direcção-Geral de Saúde (DGS) e, hoje mesmo, do relatório da Inspecção-Geral de Actividades de Saúde (IGAS) vem permitir uma comparação de que se podem retirar  importantes ilações:

1. A IGAS defende  a criação de mecanismos de limitação dos abortos recorrentes, chegando mesmo a sugerir a criação de uma taxa moderadora, apontando o seu efeito "moralizador" perante o reconhecido facto de que o aborto se tem tornado um "método anticoncepcional".




2. Os dados publicados pela DGS em meados de Abril, não reflectiam afinal uma diminuição do numero de abortos, mas simplesmente um atraso no processo de reporte. O facto mais grave e preocupante prende-se com o acréscimo de 754 abortos que "apareceram" afinal nas instituições inspeccionadas em 2012 pela IGAS. Será que alguém anda a esconder abortos realizados para evitar algum alarme social? Se não tivessem sido "descobertos" pelas inspecções, aqueles 754 abortos nunca viriam a ser incluidos/ reconhecidos nas "cifras negras" do estado em Portugal?




3. Fruto de políticas (e políticos) socialmente irresponsáveis, continua a degradar-se a incidência do aborto em Portugal. De 172 (abortos/1000 nados-vivos) em 2008 passámos já para 209 em 2011. Dando como válidos os numeros da DGS, a região mais "perigosa" para um bebé ser concebido em Portugal é Lisboa e Vale do Tejo com 298 abortos/1000 nados-vivos, logo seguida do Algarve com 288. No norte verificam-se  211 abortos por cada 1000 nados-vivos, isto é, ainda mais do que um em cada seis bebés concebidos é sacrificado ao egoísmo mais sanguinário (literalmente).



4. Os dados mostram como a "produção de morte" em entidades privadas continua a crescer. Concretamente é interessante verificar como a entrada do Grupo Espírito-Santo saúde na Clínica de Oiã, teve como consequência imediata a cessação da realização de abortos naquela Clínica, o que é muito de se saudar. Perante o reforço do "negócio", um novo player - SOERAD sociedade de estudos radiológicos L.da, de Torres Vedras -  requereu e conseguiu em 20-03-2012 a sua licença para realizar abortos, embora ainda neste momento aquele serviço não se encontre publicitado no seu site. Não admira - quem se pode orgulhar de perverter a sua missão de prestar cuidados de saúde, matando deliberadamente seres humanos indefesos? Manteremos vigilância apertada sobre todas as entidades píblicas e privadas, envolvidas na "rede de aborto". Se, como receamos, pretenderem intensificar a sua actividade neste domínio publicitando o novo "serviço", no seu site, na imprensa escrita ou audio-visual, não hesitaremos em alertar os nossos amigos e simpatizantes da região oeste para o facto de aquela sociedade supostamente vocacionada "estudos radiológicos" se pretender dedicar agora a "execuções em massa" de bebés humanos nas 10 primeiras semanas de vida.

Comunicado: Direcção Política Nacional do PPV
Guimarães, 28 de Maio de 2013

terça-feira, 28 de maio de 2013

A arte da lentidão

 
 
A arte da lentidão
Talvez precisemos voltar a essa arte tão humana que é a lentidão. Os nossos estilos de vida parecem irremediavelmente contaminados por uma pressão que não dominamos; não há tempo a perder; queremos alcançar as metas o mais rapidamente que formos capazes; os processos desgastam-nos, as perguntas atrasam-nos, os sentimentos são um puro desperdício: dizem-nos que temos de valorizar resultados, apenas resultados.
À conta disso, os ritmos de atividade tornam-se impiedosamente inaturais. Cada projeto que nos propõem é sempre mais absorvente e tem a ambição de sobrepor-se a tudo. Os horários avançam impondo um recuo da esfera privada. E mesmo estando aí é necessário permanecer contactável e disponível a qualquer momento. Passamos a viver num open space sem paredes nem margens, sem dias diferentes dos outros, sem rituais reconfiguradores, num contínuo obsidiante, controlado ao minuto. Damos por nós ofegantes, fazendo por fazer, atropelados por agendas e jornadas sucessivas em que nos fazem sentir que já amanhecemos atrasados.
Deveríamos, contudo, refletir sobre o que perdemos, sobre o que vai ficando para trás, submerso ou em surdina, sobre o que deixamos de saber quando permitimos que a aceleração nos condicione deste modo. Com razão, num magnífico texto intitulado “A lentidão”, Milan Kundera escreve: «Quando as coisas acontecem depressa demais, ninguém pode ter certeza de nada, de coisa nenhuma, nem de si mesmo.» E explica, em seguida, que o grau de lentidão é diretamente proporcional à intensidade da memória, enquanto o grau de velocidade é diretamente proporcional à do esquecimento. Quer dizer: até a impressão de domínio das várias frentes, até esta empolgante sensação de omnipotência que a pressa nos dá é fictícia. A pressa condena-nos ao esquecimento.
Passamos pelas coisas sem as habitar, falamos com os outros sem os ouvir, juntamos informação que nunca chegamos a aprofundar. Tudo transita num galope ruidoso, veemente e efémero. Na verdade, a velocidade com que vivemos impede-nos de viver. Uma alternativa será resgatar a nossa relação com o tempo. Por tentativas, por pequenos passos. Ora isso não acontece sem um abrandamento interno. Precisamente porque a pressão de decidir é enorme, necessitamos de uma lentidão que nos proteja das precipitações mecânicas, dos gestos cegamente compulsivos, das palavras repetidas e banais. Precisamente porque nos temos de desdobrar e multiplicar, necessitamos de reaprender o aqui e o agora da presença, de reaprender o inteiro, o intacto, o concentrado, o atento e o uno.
Lembro-me de uma história engraçada que ouvi contar à pintora Lourdes de Castro. Quando em certos dias o telefone tocava repetidamente, e os prazos apertavam e tudo, de repente, pedia uma velocidade maior do que aquela que é sensato dar, ela e o Manuel Zimbro, seu marido, começavam a andar teatralmente em câmara lenta pelo espaço da casa. E divergindo dessa forma com a aceleração, riam-se, ganhavam tempo e distanciamento crítico, buscavam outros modos, voltavam a sentir-se próximos, refaziam-se.
Mesmo se a lentidão perdeu o estatuto nas nossas sociedades modernas e ocidentais, ela continua a ser um antídoto contra a rasura normalizadora. A lentidão ensaia uma fuga ao quadriculado; ousa transcender o meramente funcional e utilitário; escolhe mais vezes conviver com a vida silenciosa; anota os pequenos tráficos de sentido, as trocas de sabor e as suas fascinantes minúcias, o manuseamento diversificado e tão íntimo que pode ter luz.
 
José Tolentino Mendonça
In Expresso, 25.5.2013
28.05.13

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Co-adopção: um direito desumano

No passado dia 17, a Assembleia da República aprovou, na generalidade, a lei da co-adopção pelo parceiro do progenitor, em uniões de pessoas do mesmo sexo.


É por um imperativo de não-discriminação que se defende que também às uniões, ditas homossexuais, se reconheça o que já é permitido aos casais, ou seja, à união de um homem e uma mulher. Contudo, a justiça não obriga a tratar todos por igual, mas a dar a cada qual o que lhe é devido. A justiça fiscal discrimina os cidadãos em função dos seus rendimentos; se o não fizesse, seria profundamente injusta. Uma autarquia, uma sociedade anónima e uma associação de columbófilos podem ter personalidade jurídica, mas é razoável que a lei não lhes permita o casamento, nem a adopção de menores. É uma discriminação em relação às pessoas singulares? Sem dúvida, mas é legítima, como justa é a interdição da adopção para uniões não equiparáveis à família natural, que é a união de um homem e uma mulher.

Os defensores do pretenso direito à adopção esquecem que não há, nem pode haver, um direito a ter filhos, naturais ou adoptivos. Não o têm os casais naturais – quanto muito, uma mera expectativa – nem as uniões de pessoas do mesmo sexo e, se aqueles podem adoptar e estes não devem faze-lo, é porque o Estado deve facultar ao menor órfão, ou filho de pais ausentes ou incapacitados, um pai e uma mãe, ou seja, uma família natural. Só na impossibilidade de adopção, dever-se-ia entregar a criança sem pais a uma instituição social que, como a união de duas pessoas do mesmo sexo, também não é, em sentido próprio, uma família.

Um homem singular pode ser um bom pai, como uma única mulher pode ser uma boa mãe e, por isso, é razoável que um só indivíduo possa adoptar. Mas dois homens ou duas mulheres, não só não são melhores pais ou mães – na realidade, só um deles poderá ser, verdadeiramente, pai ou mãe – como, em caso algum, podem ser pai e mãe, o que só poderá ocorrer se forem, respectivamente, homem e mulher.

Por outro lado, se se entende que duas pessoas do mesmo sexo podem ser dois bons «pais» ou «mães», por que não permitir que três ou mais indivíduos do mesmo sexo, possam adoptar?! Afinal de contas, a exigência da heterossexualidade do casal é tão natural quanto a sua composição dual: se duas pessoas, do mesmo sexo, podem ser casal e família, porque não três, quatro ou cinco?! A obrigação legal de o casal serem só dois não será também preconceituosa?!

De facto é e, nisto, os defensores da co-adopção têm toda a razão. É um preconceito, como preconceituosa é também a essência heterossexual do casal. É um preconceito porque é uma realidade anterior a qualquer racionalização do amor, da família ou da geração: a natureza heterossexual da união fecunda não decorre de nenhuma ideologia, cultura ou religião, mas é uma realidade originária e natural e, apenas neste sentido, é um pré-conceito. É uma realidade aliás universal, porque 97% das uniões estáveis são constituídas, em todo o mundo, por pessoas de diferente sexo e 100% dos casais naturalmente fecundos são heterossexuais. É por isto que o casamento é matrimónio: a união que faz da mulher mãe, ou mater, em latim, porque, quando se exclui a geração, não há verdadeiro casamento, nem família.

A nova lei foi saudada como um avanço civilizacional. Mas, se assim é, por que razão os deputados a aprovaram, na generalidade, de forma tão apressada e sigilosa? Se são cientes da sua transcendência, não seria lógico que exigissem uma maioria qualificada, como se requer para as reformas constitucionais? Será que temem o veredicto popular? Será que sabem que a grande maioria das pessoas não concorda com a nova lei?

Uma grande vitória para os direitos humanos? Que uma criança tenha, legalmente, dois «pais» ou duas «mães» é tudo menos humano, porque o que é próprio da natureza humana é ser-se filho de um só pai e de uma só mãe. É desumano que o filho, privado do seu pai, ou da sua mãe, veja esse seu ascendente substituído pelo parceiro do outro progenitor. A nova lei, portanto, não consagra nenhum novo direito humano, mas talvez, por desgraça, o primeiro pseudo-direito desumano.
 
Padre Gonçalo Portocarrero de Almada
Fonte: i

Textos da rubrica "Plataforma Algarve pela Vida" na Rádio Costa D'Oiro de 14 a 27 de Maio de 2013


 
Textos “Algarve Pela Vida”

De 14 a 27 de Maio de 2013

 

 

Dia 14 de Maio de 2013- Terça Feira

 

Na China, os médicos, em cumprimento das políticas do filho único, realizaram um total de 530 milhões de abortos e esterilizações desde que começaram as políticas de planeamento familiar e do filho único em 1971, segundo os dados do Ministério de Sanidade da China citados pelo jornal Financial Times.

Cada ano, praticam-se 7 milhões de abortos, esteriliza-se a dois milhões de homens e mulheres e se inserem 7 milhões de aparelhos intrauterinos nas mulheres.

Perante uma população que está envelhecendo rapidamente, diversos peritos advertiram que com a política do filho único, China não terá uma força trabalhista que possa substituir os trabalhadores de hoje.

Além disso, as restrições provocaram que existam mais meninos que meninas, já que as famílias preferem ter um descendente homem, o que provocou que atualmente haja 34 milhões a mais de homens que de mulheres




Dia 15 de Maio de 2013 – Quarta Feira

 

A morte de um amigo é como uma amputação: perdemos uma parte de nós; uma fonte de amor; alguém que dava sentido à nossa existência... porque despertava o amor em nós.

Mas não há sabedoria alguma, cultura ou religião, que não parta do princípio de que a realidade é composta por dois mundos: um, a que temos acesso direto e, outro, que não passa pelos sentidos, a ele se chega através do coração.

Os estranhos, com vidas com as quais não nos cruzamos, não morrem, porque, para nós, de facto, não chegam sequer a ser.

Só as pessoas que amamos não morrem. O Amor é mais forte do que a morte. O sofrimento que se sente é a prova de uma união que subsiste, agora com uma outra forma, composta apenas de... Amor. Dói, muito.

Mas com a ajuda dos que partem acabamos por sentir que, afinal, não fomos separados para sempre...

 

 

Dia 16 de Maio de 2013 – Quinta Feira

 

O Amor faz com que a nossa vida continue a ter sentido.

Devemos cuidar de todos os que amamos.

Aos que partiram, porém, aquilo que lhes podemos dar é o amor àqueles que ficaram cá. Porque estes continuam a precisar de nós, do melhor de nós... e é sempre uma iniquidade quando um amor por quem partiu mata, em alguém, o amor por aqueles que ainda cá estão.

Repousa em nós, calma e firme, a certeza de que a vida não se mede pela quantidade dos dias... mas pelo amor de que se foi autor e herói.

Chorar a morte de um amigo é a prova de que a sua vida, aqui, teve valor e sentido. É o mesmo amor que nos deu alegria à vida que nos faz, agora, chorar... não desapareceu, está vivo.

Afinal, a mesma morte que leva os que amamos, também nos levará a nós... será pois uma simples questão de tempo até que possamos abraçar e beijar aqueles a quem, agora, disso a morte nos impede

 

 

Dia 17 de Maio de 2013- Sexta Feira

 

Saber estudar é fundamental para o percurso académico de todas as crianças e deve ser ensinado desde cedo.

 “Estudar, como se faz?”, “Valerá a pena aplicarmos os métodos do antigamente ou do agora é que é bom?”, “E em que condições: com a televisão aos berros ou em silêncio sepulcral?”…

Os alunos devem estudar com frequência e antecedência.

Incite o seu filho a estudar com regularidade (o que permite ir acompanhando a matéria, não a deixando acumular) e de forma atempada, possibilitando reforços de aprendizagem e esclarecimento de dúvidas.

Os alunos não devem estudem apenas quando lhes apetece.

É comum ouvirem-se os alunos dizer: “Esta semana não preciso de estudar porque não tenho testes”. “Um tremendo engano!”.

“É precisamente nessas alturas que o estudo se torna mais produtivo”.

Sem dúvida que, em casa, os pais podem desempenhar um papel importante.

 

 

Dia 20 de Maio de 2013- Segunda Feira

 

Evite que o seu filho estude apenas aquilo de que gosta. Deve estudar de forma equilibrada as diferentes disciplinas e não estudar de seguida temáticas semelhantes, como duas línguas ou Matemática logo após Físico-Química, ou História a seguir a Geografia.

Diferentes disciplinas privilegiam diferentes estratégias, fazendo com que o estudo não seja tão monótono.

O aluno deve iniciar o estudo pelas matérias nas quais sente uma dificuldade intermédia, seguidas das mais difíceis e terminar com as mais fáceis.

Saber estudar implica saber parar. Faça com que o seu filho dedique cerca de um terço do tempo para descansar. Cerca de 15 minutos por cada 45, é o ideal. Nesse descanso, deixe-o fazer o que lhe apetecer. Repartir o esforço por vários momentos traz melhores resultados

 

 

Dia 21 de Maio de 2013- Terça Feira

 

Estudar é muito mais do que ler e memorizar!

Numa primeira fase, o aluno deve ler com atenção as fontes de informação, sublinhando o que lhe parece ser mais importante. Mas, de seguida, é muito importante que reproduza a matéria por palavras suas.

Que faça resumos, apontamentos, esquemas, simule que é o professor e explique a matéria a alguém.

A melhor maneira de aprender é ensinar e aqui os pais devem  assumir um papel fundamental

“Verificar se falta informação, fazerem algumas perguntas para perceberem se a criança consegue explicar, pedirem pormenores e exemplos ou mesmo dizerem que não perceberam para que o filho seja mais explícito ou tente uma diferente explicação”.

Numa terceira fase, o estudo implica a realização de muitos exercícios, para o aluno conseguir demonstrar o que sabe e para tomar contacto com diferentes tipos de perguntas que lhe podem ser colocadas.

Em termos de esforço do aluno, é aconselhada a regra 20-40-40: 20% para apreensão de conhecimentos, 40% para a concretização por palavras suas do que aprendeu, 40% para a resolução de exercícios

 

 

 

Dia 22 de Maio de 2013 – Quarta Feira

 

Além de ser muito importante, o ambiente de estudo é um dos fatores que os pais mais podem influenciar.

As solicitações permanentes, como os SMS, perturbam, causam paragens e desvios de atenção. Colocar um foco de luz do lado oposto à mão com que o aluno escreve, para que não provoque sombra sobre o que está a escrever é uma boa solução. Este pequeno pormenor evita esforços suplementares que podem provocar cansaço e até dores de cabeça.

Quanto à posição relativa entre a mesa e a cadeira, deve permitir que o aluno tenha o tronco direito e que tenha um encosto para uma postura correta e confortável

 

 

Dia 23 de Maio de 2013 – Quinta Feira

 

Na capa de sua edição de janeiro de 2013, a famosa revista americana Times, assegura que a causa pró-vida está, nos Estados Unidos, cada vez mais a angariar adeptos.

A prestigiada revista norte-americana assinala que, nos Estados Unidos  "há menos médicos dispostos a realizar o procedimento e menos clínicas abortistas no negócio".

“Muitos estados dos Estados Unidos exigem atualmente que as mulheres que querem abortar passem 1º por aconselhamento, períodos de espera ou ultrassons e ecografias

Uma das expressões mais claras do avanço da causa pró-vida nos Estados Unidos é a multitudinária marcha nacional pela defesa da vida. A última marcha, em 2012, reuniu mais de 400 mil pessoas que durante várias horas suportaram intenso frio, neblina e até chuva enquanto percorriam as principais ruas da capital americana até a sede do Capitólio.

 

Dia 24 de Maio de 2013- Sexta Feira

 

A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) entende que as crianças não são valorizadas pelo Estado e defende que um aumento da natalidade deveria passar pela contabilização do número de filhos em matéria de IRS.

«As crianças não são valorizadas pelo Estado no que diz respeito ao cálculo do escalão de rendimentos o que faz com que, para um mesmo rendimento, uma família pague a mesma taxa de IRS conforme tenha 20 filhos ou nenhum filho», exemplificou.

O responsável admite que, devido à atual conjuntura económica do país, seja difícil adotar já esta medida, mas propôs que numa primeira fase se contemple as famílias com, por exemplo, 6 ou mais filhos e depois se vá alargando a medida a todas as famílias.

Por outro lado, sugeriu que o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) fosse também calculado em função do tamanho da família.

Recorde-se que Portugal tem das taxas de natalidade mais baixas do mundo.

 

Dia 27 de Maio de 2013- Segunda Feira

 

O local escolhido para estudar deve ser calmo, com boa luminosidade, temperatura agradável e boa ventilação, ter espaço suficiente para todo o material necessário e ser livre de ruídos perturbadores.

A evitar locais de passagem, onde possa ser interrompido constantemente.

Música e televisão só causam distração e evitem que os alunos estudem com o telemóvel ao pé.

Existem estudos que demonstram que o cérebro humano alcance a sua melhor performance só ao fim de vários minutos.

Quando se começa a estudar ou a desenvolver um trabalho inteletual, há, pois, como que um aquecimento inicial do cérebro, seguido de uma afinação crescente, até que, por fim, ele atinge um grau mais perfeito de concentração, obtendo-se assim melhores resultados.

Ajude o seu filho a aprender a estudar.

 

 

domingo, 26 de maio de 2013

O apoio do pai na sala de partos

 A necessidade da presença do acompanhante durante o trabalho de parto é amplamente reconhecida, porém a sua aceitação como a prática ainda vem sendo discutida. Conscientes da importância que a vivência do parto representa no ciclo vital da mulher e família, todos os técnicos que desempenham funções na sala de partos devem consciencializar-se desse facto ajudando. A presença do pai e o seu apoio, transmitem à mulher uma segurança afectiva que funcionará, durante o trabalho de parto como um tranquilizador.
O presente trabalho encontra-se dividido em duas partes.
Na primeira parte, foram abordados aspectos teóricos, que de certo modo, servem como suporte ao desenvolvimento da pesquisa.
A segunda parte é o desenvolvimento da pesquisa. Incluem-se os fundamentos e procedimentos metodológicos de acordo com a natureza da investigação. A amostra é composta por participantes do sexo feminino (163) que se encontram no período pós-parto, (24, a 48h) e cuja média de idades situa-se no grupo etário dos 25-30 anos, às quais foi solicitado o preenchimento de um questionário de caracterização sócio-demográfico, questionário de saúde Geral (Goldberg 1978), Escala de avaliação da ansiedade, depressão e stress, EADS de Lovinbond, e o Questionário de bem estar na vivência de parto. Este último instrumento construído por nós, e validado neste estudo.
Por fim e também construído por nós um questionário de envolvimento do pai nos cuidados ao recém-nascido.
Participaram também neste estudo os pais (80) presentes na sala de parto.
Alertamos para a importância de alguns resultados encontrados, tendo em conta as variáveis principais, nomeadamente, o apoio do pai na sala de partos diminui os níveis de stress da mulher em trabalho de parto, promove o bem-estar no processo de vivência de parto, assim como promove o envolvimento nos cuidados ao recém-nascido, nas primeiras duas semanas a seguir ao nascimento. O mesmo apoio do pai na sala de partos não interfere com os níveis de ansiedade e depressão, e percepção de saúde geral. Relativamente às variáveis secundárias, destacamos que são as mulheres primíparas que mais usufruem do apoio do pai na sala de partos e que (90,8%) dos pais acompanharam a mulher nas consultas.
 
Maria José Brito
Tese de mestrado UALG

Portugal, um país a esvaziar-se



Em 2012, nasceram em Portugal 90.026 bebés e morreram 107.287 pessoas. Um saldo negativo recorde que espelha um país em crise, onde o medo do futuro leva os jovens casais a não ter mais do que um filho e obriga muitos a emigrar. O país que se esvazia aos poucos e poucos é também um país que encolhe: na economia, nos apoios sociais, no rendimento disponível das famílias

«Em setembro de 2008, a falência do Lehman Brothers precipitava a crise global. Desde então, Portugal esvaziou-se: são cada vez menos os que nascem e cada vez mais os que partem. Reflexo de uma crise que afeta todos os aspetos da vida coletiva.»

A crise do Lehman levou à crise do euro que, somada ao endividamento excessivo e à falta de competitividade da economia portuguesa, conduziu à troika e à austeridade

«Numa Europa em declínio demográfico, Portugal destaca-se pela velocidade a que envelhece.

Em 2012 houve mais 17 mil funerais do que partos.
Em 2008, o saldo era positivo em 314 indivíduos.»

Público 5 de Março de 2013

sábado, 25 de maio de 2013

Temperamento e caráter

 
 
O que é o temperamento?
 
São as qualidades inatas das pessoas. Todos nascemos possuindo uma forma de ser, um "jeitão", um modo de ser. Mesmo que duas pessoas sejam gêmeas, elas nunca serão iguais, pois apresentam diferenças de temperamento. Dentro do temperamento se incluem as qualidades inatas da personalidade, as aptidões e as limitações. Ele leva consigo a facilidade para fazer determinadas coisas e a dificuldade para realizar outras.
 
O que é o caráter?
 
São as qualidades e os defeitos que as pessoas adquirem ao longo da vida. O caráter vai moldando o temperamento. O temperamento é como a base da personalidade. O edifício é construído por meio do caráter. O caráter nos diz que podemos trabalhar a nossa personalidade tanto positivamente, adquirindo virtudes, quanto negativamente, adquirindo defeitos.
 
Dessa forma, todas as pessoas podem "trabalhar" sua personalidade.
 
Portanto, quando o marido, a esposa, o irmão, o filho dizem que são assim mesmo e nunca vão mudar, não é verdade. Todas as pessoas podem mudar, desde que queiram, desde que se disponham a mudar.
 
Claro que há algumas limitações nesse desejo de mudança. Vejamos algumas delas:
1) Limitações do temperamento
Por exemplo, a inteligência. Uma pessoa nasce com a capacidade intelectual que tem. Nunca será mais inteligente do que a sua capacidade. Poderá adquirir mais conhecimentos, mais sabedoria, treinar a memória, mas a sua capacidade intelectual permanecerá praticamente a mesma.
2) Tendências muito arraigadas do temperamento
 
Todo temperamento tem tendências mais arraigadas e menos arraigadas. As mais arraigadas são muito difíceis de mudar. Podemos trabalhar essas tendências, mas a vitória sobre elas é um processo lento. Por exemplo: uma pessoa que é, por temperamento, muito irascível, muito explosiva e tem esse traço muito arraigado em seu temperamento. Será difícil eliminar por completo essa tendência. Poderá melhorar razoavelmente, mas não será nada fácil.
 
Tirando as limitações do temperamento, que nunca serão eliminadas, e as suas tendências muito arraigadas, que podem ser mudadas lentamente, o resto podemos melhorar muito. Podemos adquirir muitas e muitas virtudes.

Paulo Ramalho

quinta-feira, 23 de maio de 2013

A "Homofobia" como arma de propaganda

Dom Estevão Bettencourt (1919-2008), monge beneditino poliglota, escrevia na revista Pergunte e Responderemos n. 546, dezembro de 2007, p. 558-560, uma constatação importantíssima para os nossos dias quando muito se usa – por “engenharia verbal” – o termo homofobia a fim de condenar quem, em nome de princípios religiosos ou éticos, rejeita práticas (e não pessoas) homossexuais.

Com efeito, diz Bettencourt: “Chama-se ‘Engenharia Verbal’ a manipulação de certas palavras para exprimir condutas de vida novas e causadoras de polêmica na sociedade”. A seguir, ele dá o exemplo da homofobia: “Phobos em grego quer dizer ‘medo’. Em consequência, homofobia seria o medo frente aos homossexuais. Todavia, não é isto que se entende hoje por homofobia; a palavra significa a censura à prática homossexual, de modo que não se poderia condenar em público o  omossexualismo, significado este que não está contido no sentido original de homofobia”. Trata-se de manipulação interesseira da linguagem.
A fim de bem ilustrar o que está dito acima, reproduzimos as páginas 45 e 46 do livro Homem e mulher Deus os criou, do Padre David Francisquini (São Paulo: Artpress, 2011).
 
1) O que é homofobia?
 
 – Homofobia é um termo inventado pelo psicólogo americano George Weinberg para desacreditar os opositores do homossexualismo. No seu sentido etimológico, a palavra homofobia deveria significar aversão irracional a pessoas do mesmo sexo, por paralelismo com homoafetividade. No entanto, o movimento homossexual emprega a palavra para rotular de modo depreciativo as pessoas que se manifestam contrárias às práticas homossexuais, que desse modo passam a ser vistas como preconceituosas ou desequilibradas. Uma resolução do Parlamento Europeu a favor da legalização do “casamento” homossexual, emitida em 2006, define homofobia, sem nenhuma base na realidade, como “um sentimento irracional de medo e de aversão em relação à homossexualidade e às pessoas lésbicas, bissexuais e transgêneros e propõe que esse sentimento seja combatido desde a idade escolar.
 
2) Por que o movimento homossexual insiste em utilizar a palavra homofobia?
 
 – Porque se trata de um recurso publicitário, e se tem mostrado eficiente. Arthur Evans, cofundador de Gay Activist Alliance (Aliança de Ativistas Homossexuais), explica como o movimento homossexual criou a palavra homofobia para caracterizar seus opositores: “O psicólogo George Weinberg não-homossexual, mas amigo de nossa comunidade, comparecia regularmente aos encontros do GAA. Observando fascinado a nossa energia e excitação e as respostas da mídia, ele apareceu com a palavra que nos empenhávamos em conseguir: homofobia, que significa o temor irracional de amar alguém do mesmo sexo”. George Weinberg classificou então a oposição moral à homossexualidade como uma anomalia, uma fobia. Ele vai além “Eu nunca consideraria um paciente saudável se ele não tivesse superado seu preconceito contra a homossexualidade”.
Fica assim claro o caráter ideológico e propagandístico da palavra, que poderíamos qualificar de arma semântica. Aplicando aos opositores o rótulo de homófobos, os homossexuais procuram intimidá-los e desqualificá-los, descartando como “temores irracionais” os seus argumentos. Porém, pelo contrário, tais argumentos são baseados na reta razão (...).
 
3) Existe algum fundamento para essa alegada homofobia?
 
– Como expusemos acima, a palavra homofobia foi artificialmente criada e divulgada para facilitar a aceitação social e legal do modo de vida homossexual, e tem como objetivo colocar em posição desconfortável e odiosa todos os que a ela se opõem, ou mesmo criminalizá-los.           Os que defendem a Lei natural e os Dez Mandamentos devem denunciar e desmontar essa tática desonesta, pois os que fazem esse uso demagógico do rótulo homófobo nunca conseguem apresentar provas científicas dessa suposta fobia, que só existe no arsenal de qualificativos com que a propaganda homossexual procura desmerecer os seus opositores. Corresponde à mesma tática empregada outrora pelos comunistas, que acusavam de fascistas quem se opusesse aos seus desígnios e ideologia.

Os deputados aprovaram uma coisa que nem sabiam o que é

A co-adopção pode ser usada para contornar a proibição legal da adopção de crianças por casais do mesmo sexo, admite o socialista Pedro Silva Pereira.

O antigo ministro da Presidência, em declarações ao programa de actualidade cristã das quartas-feiras, na Renascença, considera que deve haver mais debate em torno desta mudança na legislação.

“A co-adopção é uma solução que não me choca, que nós podemos consagrar, no entanto, ela pode também ser utilizada - e não podemos ignorar – como um expediente para ultrapassar a proibição legal da adopção, por via de uma adopção em fases: primeiro adopta um e depois adopta outro. E se isto é verdade, mais uma razão para que este passo, a ser dado, seja um passo que seja precedido de maior debate, com maior transparência e com maior legitimação.”

Pedro Silva Pereira critica a forma como o Parlamento aprovou o projecto de lei do PS que defende a co-adopção de crianças por parte de casais homossexuais. “A pergunta que mais me faziam no dia em que o Parlamento aprovou a co-adopção foi: ‘exactamente o que é isso da co-adopção’. E esta pergunta diz tudo sobre a falta de debate que me parece que existiu neste caso”, diz o antigo ministro da Presidência.

Fonte RR

Sobre a importancia do pai e a mãe (contra a adoção gay)



Caso clínico demonstra que ausência paterna tem efeitos nefastos

"a presença de ambos os pais é que permite à criança viver de forma mais natural os processos de identificação e diferenciação"

"o papel paterno é crucial para o desenvolvimento dos filhos: a entrada na adolescência, quando "a maturação genital obriga a criança a definir o seu papel na procriação"

" crianças que não convivem com o pai acabam tendo problemas de identificação sexual, dificuldades de reconhecer limites e de aprender regras de convivência social.

"há uma necessidade inata de filiação nos seres humanos, o que não é diferente com os filhos de mães sozinhas

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Ouvir e Dialogar

s índices de violência crescem de forma alarmante: a violência contra a mulher, contra o homem, contra as crianças. Calcula-se que já chega a 800.000 o número de crianças obrigadas a serem soldados e treinados para matar. O cidadão comum, que só participa na política quando chegam as eleições e é constantemente bombardeado através da televisão e imprensa com notícias de morte e violência de uns contra outros, sente-se imponente perante esta situação. Gostaria de “fazer alguma coisa” mas o quê?
A violência é como a água que desce por uma montanha. Começa como um pequeno riacho, mas à medida que vai encontrando mais água, vai tomando mais corpo, até ser um rio cuja força de arraste é imensa. A torrente é mais fácil de parar quando se coloca um dique no momento do nascimento. O mesmo acontece com a violência. Quantos conflitos que acabaram em sangue não teriam ocorrido se tivesse havido um esforço real para começar um primeiro diálogo! E para haver diálogo temos que educar o ser humano a ter uma atitude mais simples: temos que aprender a ouvir. Este dique pode ser pequeno… mas pode evitar cataratas de dor.
E isto sim pode fazer qualquer cidadão comum, não? Quando alguém é realmente ouvido, serena. Assim como dizem que a música amansa as feras, ouvir apazigua o coração humano, início de qualquer surto de violência. Temos que aprender a ouvir.
Como aprender a ouvir os outros? Primeiro é querer ouvir, mas mesmo tendo este desejo, há conselhos simples que se podem dar:
  • Acreditar que o outro pode dizer-nos algo que nos interesse e nos interesse muito. “A minha existência sem ti está vazia; fica comigo, fala-me sem palavras, fala-me sendo simplesmente tu”.
  • Procurar o outro , dar-lhe tempo, e tempo de qualidade. Dar-lhe espaço na agenda do nosso coração e depois transmitir-lhe com serenidade esta mensagem: “Tenho todo o tempo do Mundo para ti; não há pressas, eu quero estar contigo ”. Talvez não haja necessidade em dizer: a postura, os gestos do rosto; tudo lhe dá a entender que estamos felizes por ter tempo para ele.
  • Olhar o outro com gratidão sincera. É um olhar que recebe sem exigir nada, para que possamos fazer parte da sua vida nesse momento. É um olhar que não julga e que diz “digas-me o que disseres, para mim é importante porque é importante pra ti”.
  • Perguntar com interesse sincero, chegando a sentir pela resposta muito mais que curiosidade, mas uma verdadeira preocupação. Perguntar com carinho e inteligência, vivendo interiormente o seu drama, a sua alegria, o seu entusiasmo ou o seu lamento.
  • Dar confiança e ajudar para que o outro expresse os seus sentimentos, sem vergonha e com a certeza de que não vai ser julgado: expressar o medo, a insegurança, o entusiamo secreto… Quantas vezes esses sentimentos alimentam a alma como um balão de gás que chega a explodir em forma de agressão quase inconsciente!
  • Valorizar o outro na sua totalidade: a sua pessoa, as suas respostas, as suas ideias fantásticas, a sua forma diferente de ver a vida, as suas decisões, os seus gostos originais… Quem assim valorizamos e admiramos nunca será nosso inimigo. A admiração nasce de um olhar limpo que descobre o bom, o belo, o humano no outro e é capaz de… se assombrar
  • Agradecer , agradecer, agradecer a oportunidade de ouvir, de nos enriquecermos com o que disse. E fazê-lo com o coração. O agradecimento consegue-se pela humildade. Só quem se conhece é capaz de admirar o outro e valorizá-lo na sua justa medida.
Por que é que não começamos a ouvir já hoje e agora quem divide conosco o caminho da vida? Talvez ao nosso marido, homem de poucas palavras; ou à nossa mulher, que não para de falar; ou o nosso filho adolescente, que sente que é odiado pelo mundo inteiro… Se ouvirmos um pouco hoje, talvez dê coragem ao outro para optar também por ouvir.
Quando se ouve o outro, dá-se o primeiro passo para amar; e quando se ama alguém, com que gosto o ouvimos!
Nieves García
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