quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A democracia baseia-se numa opinião facultativa sobre a dignidade humana?

Este texto, saído no «Público» de 12 de Agosto de 2013, responde ao artigo da Prof. Laura Ferreira dos Santos de 29 de Julho, que por sua vez, vinha na secuência de um artigo meu de 22 de Julho (ver post anterior deste blogue, «A democracia assenta em chão firme, não depende de uma mera opinião»). Posteriormente, a Prof. Laura Ferreira dos Santos respondeu ao texto que transcrevo abaixo na edição de 19 de Agosto do «Público».
 
 
A democracia baseia-se numa opinião facultativa sobre a dignidade humana?
(Artigo de opinião no jornal «Público» de 12 de Agosto de 2013)


A revista Ingenium divulgou recentemente um episódio passado com o grande matemático Kurt Gödel, a quem devemos os teoremas da incompletude, ou «teoremas de Gödel». A história tem a ver com uma resposta desconcertante à pergunta: «Podem os EUA tornar-se uma ditadura?»[1].

Nos anos do regime nazi, Gödel mudou-se da sua Áustria natal para os Estados Unidos. Trataram-no como um dos maiores matemáticos do século, deram-lhe as melhores condições de investigação e Gödel decidiu naturalizar-se americano. A lei exigia apresentar duas testemunhas abonatórias e mostrar um conhecimento mínimo do país. Simples: Gödel pediu a dois colegas, Albert Einstein e Oskar Morgenstern que o acompanhassem como testemunhas. Mas, mesmo com dois ídolos da cultura norte-americana, Gödel, com o seu vício da lógica, ia deitando tudo a perder. Encarou a formalidade burocrática tão a sério que se atirou a um estudo, meticuloso e exaustivo, da cultura e das leis dos EUA. Ao fim de alguns meses de investigação, deu-se conta de que a democracia americana era vulnerável! De forma perfeitamente constitucional, podia resvalar para uma ditadura, como tinha acontecido (com algum toque de ilegalidade) com Hitler, na Alemanha. Einstein e Morgenstern ficaram horrorizados: nem penses em dizer isso ao juiz! No dia da audiência, foram buscar Gödel de carro e tentaram a todo o custo distrai-lo. De início, tudo corria bem. Não é qualquer imigrante que apresenta Morgenstern e Einstein como testemunhas! Depois, vieram as perguntas ao próprio:
− Mr. Gödel, de onde é natural?
− Da Áustria.
− Que tipo de Governo tinham na Áustria?
− Era uma república, mas a Constituição era tal que acabou por se transformar numa ditadura.
− É uma pena! Felizmente, isso é impossível neste país.
− Isso é que era bom! Pode acontecer e posso demonstrá-lo.
O sangue gelou nas veias de Einstein e Morgenstern. O tema melindroso! Felizmente, o juiz foi suficientemente inteligente para perceber e comentou apenas, «oh, meu Deus, não vamos entrar por aí», dando o exame por concluído.

Gödel conseguiu naturalizar-se. Mas o perigo existe mesmo, porque a letra da lei deixa de proteger uma sociedade que coloca a defesa da vida humana ao nível de uma opinião facultativa. Quando a firmeza deste princípio esmorece, as palavras significam tudo e o seu contrário. Por isso a democracia colapsou em «O Triunfo dos Porcos» (Animal Farm), de George Orwell, como ele explica num artigo publicado no Horizon: «As palavras democracia, socialismo, liberdade, patriótico, realista, justiça têm, cada uma, vários significados irreconciliáveis entre si. (...) Quase todos acham que chamar democrático a um país é elogiá-lo: consequentemente os defensores de qualquer tipo de regime reivindicam que ele é uma democracia (...). As palavras deste tipo são usadas de forma conscientemente desonesta. Quer dizer, quem as usa tem a sua definição privada, mas deixa que o ouvinte pense que quer dizer outra coisa, completamente diferente» («Politics and the English Language», Horizon, Abril 1946).

Geralmente a intenção não é retorcida, como Orwell suspeita, mas ele tem razão quando alerta para o perigo de cairmos na ambiguidade semântica, mesmo inadvertidamente. Por isso me preocupa que a Prof. Laura Ferreira dos Santos («Público», 28-7-2013) distinga entre vida biográfica e simples vida. Num caso, pode matar-se, no outro não. Rejeita o homicídio, mas apoia quem faz morrer, como acto de misericórdia.

Concordo com Laura Ferreira dos Santos quando escreve: «defendo a inviolabilidade da vida humana: as sociedades verdadeiramente democráticas não podem permitir o assassinato». O problema é o que acrescenta: «há duas hermenêuticas distintas para o mesmo valor partilhado, que é o da inviolabilidade da vida humana». Segundo uma interpretação, a inviolabilidade da vida humana significa que não se pode matar, a outra considera «um grave desrespeito (e crime)» opor-se à eutanásia, porque rejeitar a eutanásia é um atentado «contra a vida biológica e biográfica».

Assim, não há Constituição que resista: pode decretar que todos são iguais em direitos, ou que todos têm direito à vida, ou que a sociedade assenta na solidariedade entre todos. Laura Ferreira dos Santos responde: «a eutanásia não é assassinato, é solidariedade».

Estamos de acordo em que a democracia assenta num mínimo de convicções. Um mínimo, sim. Mas não menos do que isso.

José Maria C. S. André
(Prof. do IST)


[1] Jorge Buescu, «Podem os EUA tornar-se uma ditadura?», Ingenium 131 − Setembro/Outubro 2012.

A democracia não depende de uma mera opinião



Neste últimos anos, o jornal «Público» deu voz a repetidos apelos em favor da eutanásia, num total de muitas dezenas de artigos de opinião. Há dois anos, enviei um artigo de sinal contrário, alertando para as terríveis consequências deste projecto: a eutanásia atraiçoa o princípio fundamental da vida social, o princípio de que não há vidas descartáveis. O texto, que copio neste post, apareceu como artigo de opinião no jornal «Público» de 22 de Julho de 2013. A Prof. Laura Ferreira dos Santos respondeu no «Público» de 29 de Julho. O «Público» aceitou um novo artigo meu, a 12 de Agosto, que transcrevo no post seguinte deste blogue («A democracia baseia-se numa opinião facultativa sobre a dignidade humana»). A resposta da Prof. Laura Ferreira dos Santos saiu na edição de 19 de Agosto.


A democracia assenta em chão firme,
não depende de uma mera opinião
 (Artigo de opinião no jornal «Público» de 22 de Julho de 2013)


Cada vez que este jornal publica, com uma certa regularidade, os artigos de Laura Ferreira dos Santos a favor da eutanásia, fico perplexo. Muito havia a dizer, mas vou debater apenas o argumento da liberdade e da tolerância em abono da eutanásia (por exemplo, no artigo de 6 de Agosto de 2011).

Quando se diz que uma sociedade tolerante deve proporcionar o homicídio assistido a quem o pedir, invertem-se os dados da questão, porque isso não é um pedido de tolerância mas de colaboração: os defensores da eutanásia pretendem obrigar-nos a satisfazer o desejo de quem quer ser morto. Seria mais razoável que, em nome da tolerância, nos deixassem em paz.

Nos artigos referidos há uma objecção interessante, que aceito, à parte um pequeno sofisma: defender a inviolabilidade da vida humana equivale a impor uma determinada perspectiva sobre a verdade, excluindo outras. De facto, quando a sociedade toma posição em defesa da dignidade humana assume como verdade que o ser humano tem um valor intrínseco, não sujeito a transacção. No entanto, isso não é uma «determinada perspectiva sobre a verdade», é a própria verdade. Aliás, é um elemento de verdade absolutamente fundamental, sobre o qual assenta uma sociedade que se queira justa, livre e tolerante.

Uma sociedade tolerante não é aquela que aceita tudo. Não pode aceitar a guerra da Líbia, a instabilidade do Iraque, ou a violência da China... não aceita o inaceitável. Não derruba os pilares-base da vida social, nomeadamente o princípio de que a vida humana é inviolável. Esta verdade não é negociável, numa sociedade digna. Não é uma perspectiva acerca da verdade, que estejamos dispostos a trocar por qualquer outra.

Colaborar num homicídio, a pedido da vítima ou com qualquer outro pretexto, é contradizer a verdade fundacional de uma sociedade democrática e solidária. Por isso, introduzir a eutanásia é uma subversão tão grave da ordem social, em linha com aquelas contradições do slogan do Ministério da Verdade do inferno orwelliano: «Guerra é paz; liberdade é escravidão; ignorância é força».

Qualquer ordenamento jurídico, por mais bárbaro que seja, reconhece o valor de algumas vidas humanas, por razões de família, de dinheiro, ou de poder. A inovação característica da democracia é proclamar de que todas as pessoas, sem excepção, merecem esse respeito e de modo absoluto. A democracia não se fundamenta na afirmação de que todos têm êxito nos negócios, ou de que todos são saudáveis, ou têm notoriedade social. Nem sequer importa o que «têm», mas o que «são». A verdade fundacional da democracia é que o ser humano, pelo simples facto de o ser, possui uma respeitabilidade intocável.

O ponto de partida da democracia é que esta verdade ética não é uma opinião entre outras, mas uma verdade absoluta. No dia em que uma vida humana seja dispensável, quebrou-se o princípio e a vida humana passou a ser um valor relativo. Se uma sociedade aceitar que algumas pessoas sejam mortas (com um critério ou outro, o critério pouco importa), ninguém está a salvo, porque nenhum critério resvaladiço subsiste depois de se derrubar o princípio de que a vida humana é inviolável. Quem revogar este princípio intransponível não espere encontrar noutro lugar a justificação ética para uma democracia solidária.

Embora neste assunto da eutanásia esteja em desacordo com a minha colega da Universidade do Minho, isso não quer dizer que não tenha muita consideração por ela e não estejamos de acordo noutros temas.


José Maria C. S. André
(Prof. do IST)

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Dar sem medo

 
 
Se todos estamos prontos para a «verticalidade», até para a superioridade, precisamos de baixar o nosso orgulho, deminorar a nossa visibilidade (já que dar não precisa de espectadores), no sentido de nos reduzirmos ao anonimato. Quem recebe bens materiais (a não ser que queira explicitamente) não precisa de saber quem deu. Só tem necessidade de usufruir da dádiva.
Por isso, se pensarmos que, um dia, de alguma forma, podemos ter de vir a receber de alguém, o melhor épassarmos a dar como gostaríamos de receber, ou seja, como gostaríamos que nos viessem a dar.
Na atualidade, por mais que se fale de altruísmo, de voluntariado, de humanização das relações, cada vez se «contabiliza» com maior veemência o que se dá. Estes são conceitos cada vez mais teóricos, cada vez mais desenvolvidos no plano da descodificação dos seus sentidos, mas cada vez menos vividos com tranquilidade e desejo de ser.
As pessoas dão para que vejam que deram.
As pessoas dão, frequentemente, do que já não lhes faz falta.
As pessoas dão, com regularidade, daquilo que não presta.
O que não presta para nós, não presta, decerto, para ninguém. Por isso, a dádiva tem de ser incondicional, tem de ser uma partilha genuína. Tem de ser uma atitude de continuidade, adotada por cada um como uma forma de estar na vida. Não damos tudo, mas damos do que é bom, do que é útil, do que faz bem, ainda que nos possa vir a fazer falta. Damos sem medo. Damos sem esperar nadaem troca, sabendo, contudo, que quanto mais dermos,mais viremos a receber.
E este dar não é apenas material. É também dedicação, tempo, interesse, disponibilidade ... Pode ser tudo, desde que o avaliemos e sintamos como verdadeiramente relevante e útil.
 
Margarida Corto

sábado, 24 de agosto de 2013

Papa Francisco cria comissão para combater o tráfico de seres humanos

Por ordem do papa Francisco, o Vaticano criou um grupo de trabalho sobre o tráfico de seres humanos e a escravidão moderna, a fim de estabelecer um plano de ação para combatê-los.

A Pontifícia Academia das Ciências e a Pontifícia Academia das Ciências Sociais, junto com a Federação Mundial das Associações Médicas Católicas, organizaram a comissão, que se reunirá nos dias 2 e 3 de novembro na Casa Pio IV no Vaticano.

A notícia foi divulgada hoje pela Rádio Vaticano, que entrevistou dom Marcelo Sánchez Sorondo, chanceler da Pontifícia Academia das Ciências.

“As ciências naturais podem oferecer novos instrumentos contra esta nova forma de escravidão”, afirma Sorondo, “como, por exemplo, um registro digital para comparar o DNA das crianças desaparecidas não identificadas, incluindo os casos de adoção ilegal, com o dos familiares que denunciarem o seu desaparecimento”.

“Ninguém pode negar que o comércio de seres humanos é um crime terrível contra a dignidade humana e uma grave violação dos direitos humanos fundamentais”, enfatiza o chanceler.

O concílio Vaticano II afirmou que “a escravidão, a prostituição, o mercado de mulheres e de jovens e as ignominiosas condições de trabalho em que os trabalhadores são tratados como simples instrumentos e não como pessoas livres e responsáveis” são situações “vergonhosas”, que arruínam a civilização humana, desonram quem se comporta deste modo e “ofendem profundamente a honra do Criador”, prossegue Sorondo.

“O aumento alarmante do comércio de seres humanos é um dos graves problemas econômicos, sociais e políticos associados ao processo da globalização. E é uma séria ameaça para a segurança das nações e uma questão inadiável de justiça internacional”.

Diante do pessimismo e da resignação que levou muitas instituições internacionais a virarem as costas para essa tragédia, o prelado reforça que é importante seguir diretamente o desejo do papa.

Entre os anos de 2002 e 2010, a Organização Internacional do Trabalho estima que, globalmente, houve quase 21 milhões de vítimas do trabalho forçado, incluindo as vítimas do comércio de pessoas como mão de obra e para fins de exploração sexual.

São dados estarrecedores, que “representam só a ponta do iceberg, porque os criminosos em geral fazem de tudo para que as suas atividades não sejam descobertas”, observa o chanceler.

Daqui.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Feto hidrocefálico é operado e recolocado no ventre materno

O progresso da tecnologia permite agora uma cirurgia com o útero aberto


National Right to Life News publicou uma interessante notícia que vale a pena ser reproduzida.
James Neal Borkowski é uma criança diagnosticada com hidrocefalia no útero da mãe.
Em 2 de março, uma equipe de cirurgiões do Centro Médico da Universidade de Vanderbilt, em Nashville, Tennessee, fez uma cirurgia em seu cérebro com um procedimento característico "com o útero aberto".
Para um hidrocefálico, um excesso de fluido no cérebro que pode levar à incapacidade grave, até mesmo à morte. Uma operação deste tipo nunca tinha sido realizada em um feto.
A criança nasceu livre daquela condição, dois meses depois da mencionada cirurgia que é apenas o mais recente progresso na área -  em rápida evolução - em cirurgia fetal. "Na evolução da cura em obstetrícia, não se volta atraz agora", disse o dr. Joe Bruner, membro da equipe cirúrgica do feto. "Mais e mais hidrocefálicos foram tratados antes do nascimento e espera-se que mais e mais médicos possam ser formados neste campo".
Bruner e os seus colegas operaram Susan Borkowski de Knoxville, Tennessee, e seu filho, ainda não nascido, quatro semanas após um ultra-som de rotina que levou ao diagnóstico de hidrocefalia. Os pais do pequeno Borkowski encontraram a informação sobre o programa de cirurgia fetal de Vanderbilt na Internet e entraram em contato com os médicos.
A Comissão de revisão da Universidade tinha recentemente aprovado um plano para tentar tratar a hidrocefalia com cirurgia com o útero aberto e, depois de muitos exames, para assegurar que o feto fosse operável, a operação foi feita na 24ª semana de gestação. De acordo com o que foi anunciado pela Associated Press (AP) durante uma intervenção cirúrgica, que durou uma hora, o Dr. Bruner abriu o útero da Sra. Borkowski, e seu feto tinha sido parcialmente tirado.
O dr. Noel Tulipan tinha colocado um pequeno tubo, chamado de "desvio" no cérebro do recém-nascido, o qual estava ligado a um outro tubo que drenou o fluido em excesso no saco amniótico. O feto tinha sido então removido no útero materno, esperando nascer.
Esta foi a primeira operação para tratar a hidrocefalia com o útero aberto. Em meados dos anos 80, cerca de 40 fetos ainda não nascido com hidrocefalia, tinham sido submetidos a um procedimento em que a desviação foi inserida através do abdômen da mãe no cérebro da criança, disse Bruner.
As operações não foram bem sucedidas porque "o mesmo desvio não estava bem e os exames disponíveis não conseguiam restringir o campo”, explicou Bruner. "Alguns fetos não deviam receber o desvio. Existem muitas causas de hidrocefalia, disse Bruner, e "nem todas melhoram com um desvio."
Após os fracassos das operações dos anos 80, não se tentou mais tratar a hidrocefalia no útero. A tecnologia atual fez progressos tais que os doutores podem determinar os justos candidatos, utilizar um desvio que drena bem o fluido e operar diretamente, sobre a criança através de uma cirurgia com o útero aberto.
Em 12 de maio, o pequeno Neal Borkowski foi dispensado da seção de cesária, com um peso de quase 2 Kg. Como explica AP, os médicos substituiram o desvio original por um outro que deveria continuar a drenar o fluído na sua cavidade abdominal.
Os exames realizados após o nascimento de Neil não mostraram excesso de líquido no cérebro. "O desvio funcionou maravilhosamente bem", disse Bruner.
Os médicos, no entanto, não estão seguros de que Neal possa continuar a desenvolver-se normalmente, porque não se sabe se as deficiências encontradas nos fetos hidrocefálicos sejam causadas por fluido em excesso ou se o excesso é o efeito de um precedente dano ao cérebro.
"A hidrocefalia causa uma ferida no cérebro ou é somente a ponta do iceberg?", pergunta Bruner. "Não o saberemos até que Neal não cresça".
Atualmente, vários nascituros com defeitos congênitos podem ser tratados com cirurgia fetal somente em três lugares nos EUA: Vanderbilt, Children’s Hospital of Philadelphia, e a University of California em São Francisco. Foram tratados espinha bífida, câncer e outras doenças com sucesso crescente. Bruner, no entanto, diz que a média dos pacientes de Vanderbilt viaja umas 1.500 milhas para chegar ao Centro, o que é impossível para muitas famílias que necessitam da cirurgia.
"Estamos desenvolvendo diretrizes de treinamento para ajudar outros centros a oferecer esses programas", disse Bruner.
O pequeno Borkowski é Um de nós. Para desenvolver a tecnologia, ajudar a medicina, a fim de que se possa curar também durante a vida pré-natal.

Daqui.

Ensino básico perdeu quase 13 mil alunos num ano

As estatísticas do ano lectivo 2011/2012 mostram um sistema de ensino em retracção acelerada, com menos professores contratados e menos alunos. Básico está a pagar a factura da quebra demográfica.

Menos alunos, menos diplomados, menos adultos em formação, menos professores. Do ensino básico ao superior é um sistema em retracção o que mostram as estatísticas da educação relativas ao ano lectivo 2011/2012, as últimas conhecidas e que foram divulgadas este mês.

Em 2010/2011 estavam nas escolas do básico e secundário de Portugal continental 35.976 professores contratados. Um ano depois, este número já tinha descido para 28.730, um contingente que, segundo os dados que foram sendo divulgados entretanto, ter-se-á reduzido para metade no último ano lectivo e que se arrisca a praticamente desaparecer a partir de Setembro.

Comparando apenas com alunos jovens existiam 1.710.075 em 2011/2012, menos cerca de 13 mil do que no ano anterior. As principais quebras registaram-se no 1.º ciclo. No 3.º ciclo e sobretudo no secundário houve ligeiros aumentos por comparação ao ano anterior, uma tendência que deverá acentuar-se na sequência do alargamento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos.





Daqui.

Estudo revela que mulheres que realizaram abortos são mais predispostas a procurar ajuda psiquiátrica

Um novo estudo financiado pela Susan Thompson Buffett Foundation, pró-aborto, descobriu que mulheres da Dinamarca que realizaram abortos são muito mais propícias a procurar ajuda psiquiátrica pela primeira vez em suas vidas nos meses seguintes ao aborto do que as que permitiram o nascimento.

O Estudo, intitulado “Induced First-Trimester Abortion and Risk of Mental Disorder” (Aborto induzido no primeiro trimestre e o risco de transtorno mental) e publicado no New England Journal of Medicine, examinou registros médicos dinamarqueses mantidos pelo governo, que registraram incidentes de abortos e aconselhamento psiquiátrico entre cidadãos. O estudo foi realizado durante os anos de 1995-2007.

Os autores descobriram que mulheres submetidas a abortos são quase três vezes mais propícias a buscarem ajuda psiquiátrica pela primeira vez durante nove meses antes e doze meses depois do procedimento do que mulheres que permitiram o nascimento do seu filho.

Contudo, os autores não consideram os resultados como sugerindo uma relação casual entre os abortos e doença mental. Eles compararam o número de mulheres que procuraram ajuda psiquiátrica nos meses antes e nos meses depois do aborto. Como não houve aumento estatisticamente significativo após o aborto, eles concluíram que o resultado encontrado “não suporta a hipótese de que há um risco maior de distúrbios mentais depois de um aborto de primeiro trimestre induzido”.

Dra. Priscilla Coleman, Professora de Desenvolvimento humano e Estudos Familiares da Universidade de Bowling Green State e especialista no relacionamento entre aborto e doenças mentais, disse como crítica ao estudo que existem “problemas maiores”.

Em um artigo recente, Coleman sugere que a taxa de problemas mentais pré aborto foi provavelmente muito alta, comparada com as mulheres que deram a luz, “porque muitas das mulheres estavam provavelmente no meio  da tomada de decisão sobre o aborto quando vivenciaram sua primeira visita ao psiquiatra”. Contudo, ela adiciona, os autores do estudo em vez concluem que "as mulheres que optam pelo aborto, muitas vezes têm problemas de saúde mental com base em outros fatores além do procedimento”.

Coleman assinala que os dados do estudo por eles mesmos “indicam que as taxas de problemas de saúde mental são significativamente altas após o aborto, se comparadas com mulheres que deram a luz (15,2% vs 6,7%) e comparadas com as que não engravidaram (8,2%)”, um fato minimizado pelos autores em sua avaliação.

Outros numerosos estudos reportados pela LifeSiteNew tem encontrado evidências de problemas psicológicos pós aborto, incluindo desordem e estresse pós-traumático, depressão e suicídio. Coleman observa que pelo menos 30 estudos chegaram a conclusões similares.


Contudo, os autores Dinamarqueses criticam tais estudos, reivindicando que “a maioria dos estudos falharam em distinguir entre diagnósticos de saúde mental tais como depressão e psicose, e sentimentos de tristeza, perda ou arrependimento, que embora desagradáveis, não significam necessariamente um distúrbio mental”.

por MATTHEW CULLINAN HOFFMAN 
27 de Janeiro, 2011 (LifeSiteNwes.com) 
Traduzido e adaptado por Gabriel Briganó

sábado, 17 de agosto de 2013

Doar em vida



O número de dadores de órgãos é ainda muito menor do que a necessidade. Ainda que Portugal seja dos países europeus com maior taxa de doação de órgãos, este número continua a ser insuficiente para as solicitações necessárias. O processo de doação de órgãos suscita muitas dúvidas que devem ser esclarecidas.
A transplantação permite salvar vidas e melhorar a qualidade de vida daqueles que esperam por um transplante.

Com mais dadores, mais vidas serão salvas

A participação da população em prol da doação de órgãos e tecidos pode melhorar a realidade dos transplantes no país. Informe-se sobre a doação de órgãos e passe a mensagem. A sua atitude prolonga a vida de muitas pessoas.
 

Quem pode ser dador?

Qualquer pessoa pode ser dadora, excepto os portadores de doenças infecciosas activas ou de cancro. Fumadores, normalmente, não são dadores de pulmões, mas podem doar outros órgãos e tecidos. No caso de dador cadáver, não pode ser dador quem se tiver inscrito em vida no Registo Nacional de Não Dadores. É ainda permitida a doação de um rim ou parte de fígado por qualquer pessoa a um ente querido desde que cumpra todo o clausulado legal e os estudos clínicos e psicológicos que garantam a segurança da doação.

O que pode ser transplantado?

Órgãos, tecidos e células (medula óssea) podem ser transplantados. O dador vivo pode doar um rim, parte do fígado.

É necessário assinar algum documento para ser dador vivo?

O dador tem de ser maior de idade e estar na posse de todas as suas capacidades. O processo de estudo do dador vivo inclui rigorosas avaliações clínicas pela equipa de transplante, avaliação social e psicológica e as necessárias autorizações legais que incluem avaliação e entrevista pela EVA (Entidade de Verificação da Admissibilidade da Colheita para Transplante) e assinatura de consentimento informado.

Mais informações em:
Doar em vida
Doar em vida Página do Facebook

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Textos Rúbrica Costa D'Oiro de Agosto


 
 
Dia 02  de Julho de 2013- Terça Feira

 

   Um dos temas muito na moda é a co-adoção. Um artigo muito interessante é o de Robert López, publicado na Life Site News a este propósito. O artigo tem a força de alguém que foi educado por duas mães e lamenta o facto. Ainda que goste das suas mães gay’s, lamenta o facto de não ter tido um pai.

  As crianças precisam de uma base e estrutura familiar forte e bem constituída para crescerem saudáveis e equilibradas do ponto de visto emocional e psicológico. A base familiar deverá ser sempre constituída por um pai e uma mãe. Só assim as crianças crescem felizes.

 

 

Dia 03 de Julho de 2013- Quarta Feira

 

  Em época de férias para alguns e de quase férias para outros, uma sugestão: desligue a televisão e resista aos meios de diversão eletrónicos tais como wii´s, ipad´s etc..

  Aproveite os dias de bom tempo, de sol, dias passados com a família para serem dias didáticos, lúdicos e verdadeiros momentos e encontros familiares.

  Tenha essa conversa que quer ter com cada um dos seus filhos e que durante o ano escolar não tem tempo, brinque com os seus filhos, conheça-os verdadeiramente, um a um.

  Aprecie e valorize o tempo passado também enquanto casal.

  Disfrute das férias e divirta-se.

 

  

Dia 04 de Julho de 2013- Quinta Feira

 

  O Grande Gatsby. Vale a pena ver este filme baseado num romance que o grande escritor Francis Scott Fitzgerald publicou em 1925.

  Com Leonardo Di Caprio no papel principal, um filme que retrata uma sociedade cheia de snobismo e mentira mas de onde se podem tirar lições válidas. Nem que seja, o de ver que determinados caminhos não conduzem a nada já que tudo é efémero.

  Vale a pena sim lutar por valores reais e duradouros e levar uma vida honesta.

 

 

Dia 05 de Julho de 2013- Sexta Feira

 

  Aproveite as tardes de verão para pôr a leitura em dia. Sempre se ouviu dizer que um livro é um amigo. Nada mais verdadeiro. Em vez da televisão ou de estar preso a face book’s, internet e telemóvel, leia. Há livros ótimos que ajudam a descansar, divertir, imaginar.

  Incuta nos seus filhos o hábito de ler. Dê exemplo. Ajude os seus filhos a escolher um livro adequado à sua idade e de que gostem. Com a leitura trabalha-se o mundo do imaginário, dá-se asas à imaginação para além de se aprende gramática e a escrever corretamente.

 

 

 

 

Dia 08 de Julho de 2013- Segunda Feira

 

   Educar os afetos. Eis uma tarefa importante mas nem sempre fácil. Importante em primeiro lugar em casa. Educar expressando afetos aos filhos, com elogios, contacto físico, tom de voz, jogos e brincadeiras e conversas de tu a tu.

  Trabalhar a auto-estima dos filhos para que mais tarde sejam pessoas confiantes e seguras de si. Educar os afetos para que depois também elas, crianças, os saibam canalizar bem e tenham bem formado o seu carácter.

 Educar os afetos e o caráter para que as crianças se tornem em adultos capazes de fazer escolhas, opções e tomar decisões acertadas.

 

 

Dia 09 de Julho de 2013- Terça Feira

 

  Como lidar com a adolescência? Certamente não é fácil. Para os pais e para os próprios adolescentes.

  Acima de tudo, é preciso com muito paciência e compreensão.

  O adolescente ainda não se conhece bem a si próprio, é instável na sua vontade e facilmente influenciável, age sem medir as consequências e em relação aos pais, o sentimento é de que são uns “chatos”.

  Por isso é importante criar laços de verdadeira amizade entre pai/mãe – filho/a. Só com amizade se pode falar ao coração, aconselhar, escutar, desabafar.

  Uma amizade que vale bem a pena fomentar e cultivar.

 

 

Dia 10 de Julho de 2013- Quarta Feira

 

   O mês de Julho é o mês dos avós. Pode aprender-se tanto com os avós.

   Vivemos numa sociedade em que cada vez mais se nota que muita gente sofre de solidão a partir de determinada idade.

   A convivência avós-netos é tao importante e tão salutar tanto para os avós como para os netos.

  Para os avós porque têm companhia e podem contar imensas histórias de vivência pessoal, para os netos porque ficam a saber histórias de família que passam de geração em geração. A história familiar, o passado, a experiência de cada geração faz parte da educação. Faz saber de onde vimos, quem somos, quem é a nossa família. Situa-nos do tempo e no espaço. Não descuidemos os avós e aproveitamos muito a sua companhia com ternura e carinho.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dia 11 de Abril de 2013- Quinta Feira

 

   As férias de verão são muitas vezes para as mães uma dor de cabeça e significam por vezes mais trabalho do que durante o resto do ano. Não se tem empregada, a casa está cheia de gente, as crianças estão em casa, não há horários…

    Há que descomplicar e ver tudo com ar positivo. Apreciar as férias, descontrair-se e aproveitar uma ótima ocasião para se dar mais aos outros nomeadamente aos que nos rodeiam. Se a casa ficar com um bocadinho mais de pó não é o fim do mundo, se os horários não existem e a confusão é maior, descomplique.

   O importante é manter o bom humor, estar prestável para os outros, descansar claro e ajudar os outros a descansar. Boas férias!

 

 

 

Dia 12 de Julho de 2013- Sexta Feira

 

   Fomentar o diálogo, algo tão importante e por vezes tão esquecido. Hoje em dia em muitos lares vive-se não como família e em família mas como num hotel ou pensão em que cada um entra e sai do seu quarto quando quer e faz o que quer, quando quer.

  O diálogo é a base de tudo: de um bom casamento, de uma boa relação de amizade entre pais e filhos e entre amigos.

  Viver em família requer dedicação, trabalho em equipe e diálogo. Há que construir sobre boas bases, sobre diálogos construtivos. Não adiantam diálogos em que apenas se critica e se puxa da lista de agravos, importam sim esses diálogos positivos, amistosos e de bom tom. O que não equivale a fugir dos problemas, mas sim, procurar formas positivas de os enfrentar.

 

 

Dia 15 de Julho de 2013- Segunda Feira

 

   Protege o teu coração. É um programa da educação da sexualidade baseado na formação do caráter. Programa interessante implementado já em várias escolas a nível mundial, nomeadamente em Portugal, mas pouco falado e conhecido.

   Programa interessante pois, ao contrário do que se assiste ao programa atual em curso nas escolas públicas, educa-se o caráter, a vontade e a afetividade.

   O que interessa não é experimentar tudo desde que se use preservativo e se esteja “protegido”, ou fazer tudo desde que não se engravide, mas interessa sim, saber guardar-se para a pessoa certa na altura certa.

 

 

Dia 16 de Julho de 2013- Terça Feira

 

Segundo a Federação Portuguesa pela Vida“Em 2011 tivemos 97 mil nascimentos e 19.400 abortos, o que resulta numa taxa de aborto por gravidez de 16%, enquanto no ano passado de 2012 nasceram cerca de 90 mil crianças e o número de abortos foi superior a 18 mil, dando uma taxa de aborto por gravidez de mais de 20%.

A presidente desta Federação  volta a insistir que vale a pena “fazer um apelo às mulheres” para que não interrompam a gravidez, porque há “30 instituições no terreno a trabalhar no apoio à maternidade” e existem apoios sociais pelos quais a partir das 12 semanas de gravidez até aos dois anos da criança, as mulheres têm direito a um apoio da Segurança Social de seis euros por dia que ajuda a pagar, pelo menos, o leite e fraldas”.

 

Dia 17 de Julho de 2013 – Quarta Feira

 

É da família e das suas relações – e do modo como todos se relacionam primeiramente no seio familiar e, depois, alargando o círculo, com todos os demais membros de uma sociedade – que dependem a segurança, o bem-estar, a paz e o desenvolvimento de qualquer grupo humano, mesmo do próprio Estado.

Sem a família, em última análise, não valerá sequer a pena clamar por democracia: sobreviverá apenas aquele que for mais forte.

Nos últimos anos, a família não foi simplesmente ignorada: foi combatida.

Tudo passou a ser chamado de "família", todos os "ajuntamentos" passaram a ter os direitos familiares; para a família ficaram apenas, como exclusivo, os deveres.

Isto significa que, para o Estado e, consequentemente, para a sociedade em que vivemos, nada é, verdadeiramente, família.

Mas isso significa, também, que estamos a construir um modo de viver sem fronteiras e sem regras.

Tudo o resto ficará para a selva, onde tudo é permitido, porque o outro deixou de o ser, e se transformou num mero objeto.

 

 

Dia 18 de Julho de 2013 – Quinta Feira

 

Corresponde a uma intuição do bem senso, e sempre tal foi afirmado pelos manuais de psicologia do desenvolvimento infantil, que o bem da criança e o seu crescimento harmonioso reclamam a presença de uma figura materna e de uma figura paterna, sendo de todo lamentável a ausência de qualquer delas. Como afirma o filósofo e teólogo Xavier Lacroix, todos crescemos num duplo jogo de identificação e diferenciação, todos recebemos o amor segundo estas duas cores e estas duas vozes, masculina e feminina, pois nenhuma delas esgota a riqueza do humano.

Não é por acaso que a filiação envolve dois progenitores, não só um, mas também não três ou quatro: porque cada um deles, na sua unicidade, é portador de uma especificidade (a que é própria do seu sexo) que completa e enriquece a do outro.

Por outras palavras, nenhum pai substitui uma mãe, tal como nenhuma mãe substitui um pai.

 

 

 

Dia 19 de Julho de 2013 – Sexta Feira

 

Um desejo é sempre uma falta, carência ou necessidade. Um estado negativo que implica um impulso para a sua satisfação, um vazio com vontade de ser preenchido.
Toda a vida é, em si mesma, um constante fluxo de desejos. Gerir esta torrente é essencial a uma vida com sentido. Cada homem deve ser senhor de si mesmo e ordenar os seus desejos, interesses e valores, sob pena de levar uma vida vazia, imoderada e infeliz. Os desejos são inimigos sem valentia ou inteligência, dominam a partir da sua capacidade de nos cegar e atrair para o seu abismo.
A felicidade é, por essência, algo que se sente quando a realidade extravasa o que se espera. A superação das expectativas. Ser feliz é exceder os limites preestabelecidos, assim se conclui que quanto mais e maiores forem os desejos de alguém, menores serão as suas possibilidades de felicidade, pois ainda que a vida lhe traga muito... esse muito é sempre pouco para lhe preencher os vazios que criou em si próprio.

 

Dia 22 de Julho de 2013- Segunda Feira

 

O pedopsiquiatra Christian Flavigny, salienta (na sua obra Je veux papa et maman) como a identidade da criança se constrói a partir da noção de que foi gerada pela união entre o pai e a mãe e isso só é possível quando ela é adotada por um homem e uma mulher, que sempre poderiam ser seus pais biológicos, mas nunca quando é adotada por duas pessoas do mesmo sexo (ou coadotada por uma delas), que nunca poderiam ser seus pais biológicos, como ela sabe.

É por estas razões que sempre o regime da adoção foi concebido no sentido de a aproximar da filiação natural, para que a criança adotada se sinta o mais possível semelhante à que é criada pelos pais biológicos.

E também para que a criança adotada não se sinta diferente das que o não são, muitos pais adotantes procuram ocultar de outras crianças o facto de ela ser adotada, o que nunca será possível quando é adotada por um par do mesmo sexo.

 

Dia 23 de Julho de 2013- Terça Feira

 

Na sociedade de consumo em que vivemos há cada vez mais necessidades. As naturais e todas as que são produzidas artificialmente.

Hoje, criam-se carências para que se possa vender o que as preenche e anula.

Valorizar mais o ter que o ser é uma decisão tão inconsciente quanto maléfica, porque arrasta, quem assim se torna, para vazios maiores que o mundo.

Os escravos dos seus apetites condenam-se ao inferno da eterna insatisfação... abdicam da paz, trocando-a por um nada maior que tudo.

O caminho para a felicidade passa por aprender a esperar, permitir que o tempo ajude a filtrar os desejos, garantindo que a nossa liberdade não se deixa encantar pelo que é passageiro.


Dia 24 de Julho de 2013 – Quarta Feira

 

Como a experiência confirma, a falta da bipolaridade sexual cria obstáculos ao desenvolvimento normal das crianças eventualmente inseridas no interior dessas uniões. Falta-lhes, de facto, a experiência da maternidade ou paternidade. Inserir crianças nas uniões homossexuais através da adopção significa, na realidade, praticar a violência sobre essas crianças, no sentido que se aproveita do seu estado de fraqueza para introduzi-las em ambientes que não favorecem o seu pleno desenvolvimento humano.

As uniões homossexuais não desempenham, nem mesmo em sentido analógico remoto, as funções pelas quais o matrimónio e a família merecem um reconhecimento específico e qualificado. Há, pelo contrário, razões válidas para afirmar que tais uniões são nocivas a um recto progresso da sociedade humana, sobretudo se aumentasse a sua efectiva incidência sobre o tecido social

 

Dia 25 de Julho de 2013 – Quinta Feira

 

Os desejos determinam a felicidade. Quanto menos alguém desejar, mais feliz pode ser.
Como se os homens fossem taças; uns, através dos desejos, fazem-se enormes e exigem quantidades; outros, com sabedoria, limitam-se ao essencial; a estes últimos, a vida, ainda que pobre, conseguirá facilmente fazer transbordar; mas aos que têm desejos maiores, ainda que tudo lhes seja favorável, é pouco possível que consigam sequer preencher-se, menos ainda fazer-se transbordar
...

Todo o homem deseja naturalmente ser feliz, mas o que é necessário para atingir esse ponto não é mais que um desprendimento dos desejos do que é exterior e superficial, para nos concentrarmos no que somos e sentir gratidão pela gratuitidade disso.

Dar valor ao que se tem, em vez de procurar ter o que se deseja...

Para se ser feliz é preciso mudar o olhar, o pensar e o sentir. Aprender a desejar menos, desejar bem, desejar o Bem.

 

Dia 26 de Julho de 2013- Sexta Feira

 

A Inspecção-geral das Actividades em Saúde sugeriu ao Ministério da Saúde que «equacione» a introdução de uma taxa moderadora para controlar os abortos que se repetem nas mesmas mulhers que, segundo os peritos, são uma realidade com grande peso no país.

Em 2010, na Clínica dos Arcos, por exemplo, 26 mulheres fizeram mais do que um aborto e em 2011 o mesmo sucedeu com 12.

A Inspecção da Saúde diz que é urgente reforçar o aconselhamento de contracepção e realizar avaliações psicológicas às mulheres para compreender a sua resistência ao uso de métodos contraceptivos.

 

 

Dia 29 de Julho de 2013- Segunda Feira

 

O que se está a passar em Portugal com o debate sobre a coadoção revela a anomia cívica da nossa sociedade e, sobretudo, a degradação a que chegou o nosso regime democrático.

Um setor ultraminoritário da sociedade, que age como uma seita, impõe arrogantemente a suas certezas e insulta e escarnece dos que exprimem opiniões diferentes.

O casal de lésbicas que num programa de TV  foi exibir triunfantemente a gravidez de uma delas e proclamar o seu orgulho por a futura criança ser órfão de pai é bem o exemplo da heterofobia que domina a seita.

Que direito tem uma mulher de gerar, deliberadamente, por fanatismo heterofóbico, uma criança duplamente órfã de pai (sem pai e sem nunca poderem vir a saber sequer a identidade dele)?

Com que fundamento o Estado se prepara para entregar a essas pessoas crianças que, por tragédias familiares, perderam os seus verdadeiros pais?

 

 

Dia 30 de Julho de 2013- Terça-Feira

 

O filósofo Blaise Pascal dizia que toda a infelicidade humana provém de uma única coisa: não sabermos estar quietos num lugar. Mas não foi apenas a quietude a tornar-se hoje em dia uma virtude fora de moda.

Nós próprios nos tornámos uma espécie de «doentes de tempo».

Parece que temos de viver sete vidas num dia só, ofegantes, ansiosos, desencontrados e meio insones.

Um desenvolvimento sereno do tempo não nos basta. Desde os horários dilatados de trabalho às solicitações para uma comunicação praticamente ininterrupta, entramos num ciclo sôfrego de atenção, atividade e consumo.

«Despacha-te, despacha-te» é o comando de uma voz que nos aprisiona e cujo rosto não vemos. «Despacha-te para quê?»

Talvez, se tivéssemos de explicar as razões profundas dos nossos tráficos em vertigem, nem saberíamos dizer. E também disso, desse vazio de respostas, preferimos fugir.

 

 

Dia 31 de Julho de 2013- Quarta-Feira

 

Os pais têm um poder de influência nas crianças que as mães não têm, em particular nas áreas do seu relacionamento com os colegas e do aproveitamento escolar.

os rapazes com pais ausentes sentem mais dificuldades a descobrir o equilíbrio entre a afirmação da sua masculinidade e o autodomínio. Por conseguinte, é-lhes mais difícil aprender o autocontrolo

Por sua vez, as raparigas cujos pais estiveram presentes e tiveram um envolvimento activo nas suas vidas têm menos tendência para se tornarem sexualmente promíscuas quando mais novas e terão tendência para estabelecer relações saudáveis com os homens quando atingirem a fase adulta.

 

Dia 01 de Agosto de 2013- Quinta-Feira

 

Quem nos rouba o tempo?

Um investigador social americano, Alec Mackenzie, divertiu-se a construir uma lista de «ladrões de tempo» e chegou à conclusão que os mais perigosos são os interiores, os que nós próprios incorporamos.

É claro que há uma quantidade impressionante de «ladrões exteriores»: o modo leviano como nos interrompemos uns aos outros com trivialidades; os telefonemas que chovem e se prolongam por coisa nenhuma; os compromissos e obrigações sociais de mero artificialismo; as reuniões sem uma agenda preparada em vista de objetivos...

Mas os «ladrões» mais devastadores são os que atuam por dentro quando, por exemplo, as nossas próprias prioridades aparecem confusas e flutuantes; quando somos incapazes de traçar um plano diário ou mensal e ser fiel a ele; quando as responsabilidades estão mal repartidas e se resiste a delegar; quando não conseguimos dizer um não, com simplicidade; quando nos deixamos envolver numa avalanche de ativismo e desordem ou nos acomete o problema contrário: um perfecionismo idealizado que nos deixa paralisados

 

 

Dia 2 de Agosto de 2013- Sexta-Feira

 

A conquista de um ritmo humano para a vida não acontece de repente, nem avança com receitas de quatro tostões. Também aqui estamos perante um caminho de transformação que cada um tem de fazer e nos pede verdade, aprendizagem e renúncia.

A primeira renúncia é a da obsessão pela omnipotência. Temos de ter a coragem de perceber e aceitar os limites, pedir ajuda mais vezes, e dizer «basta por hoje», sem o sentimento de culpa a martelar. A insegurança provocada pela velocidade a que tudo se dá, leva-nos a ter medo de apagar a luz ou de arrumar os papéis para continuar amanhã.

Precisamos, por outro lado, aprender a planificar com sabedoria o dia a dia, hierarquizando as atividades, e concentrando melhor a nossa entrega. Precisamos aprender a racionalizar e a simplificar, sobretudo as tarefas que se podem prever ou se repetem. E ganhar assim tempo para redescobrir aqueles prazeres simples que só a lentidão e o silêncio nos fazem aceder. São tão belos certos instantes de recolhimento e de pausa em que o nosso olhar ou o nosso passo se deslocam sem ser por nada, numa gratuidade que apenas cintila, reacendida!

 

 

Dia 5 de Agosto de 2013- Segunda-Feira

 

Pelo menos 23 mulheres canadianas que tomaram pílulas anticoncepcionais de consumo frequente morreram, na sua maioria devido a coágulos no sangue, de acordo com documentos do ministério da Saúde daquele país.

Os médicos e farmacêuticos, que são obrigados a notificar as reações adversas aos medicamentos, suspeitam que as pílulas Yaz e Yasmin do laboratório alemão Bayer foram as causadoras destas mortes, acrescentou a Canadian Broadcasting Corporation.

Centenas de mulheres podem ter sofrido os efeitos nocivos destes fármacos, alega um advogado que apresentou um recurso coletivo, cita a estação de televisão.

A Agência Americana de Alimentos e Medicamentos (FDA) lançou em abril de 2012 uma advertência de que estas pílulas poderiam estar "ligadas a um risco maior de coágulos no sangue" e que esta informação deveria aparecer na bula que acompanha o fármaco.

Estas notícias levantam novamente o alerta dos perigos e efeitos colaterais das pilulas anticoncepcionais. Mais um tema tabu na nossa sociedade.