Na semana em que a revista
Visão publica um artigo apresentando as 25 mulheres mais influentes do País que, na política, nas artes, nas empresas, na ciência, na justiça, no desporto, na sociedade, se distinguem pelos seus talentos, ideias ou exemplos, na opinião de António Guterres, João Lobo Antunes, Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Mexia e Rui Moreira, gostaria de apresentar, na minha opinião, as 23 mulheres que, pela sua luta, carácter, coragem, ousadia e espírito de conquista, se destacaram, aquando no último referendo, pela defesa das mulheres, dos homens e dos nascituros. Uma escolha difícil... entre tantas mulheres:
1) Alexandra de Almeida Teté, Presidente da "Associação Mulheres em Acção"«Entre os adeptos da legalização, tornou-se quase um lugar-comum dizer que "todos somos contra o aborto". Em alguns casos, tratar-se-á porventura de uma convicção sincera, embora incoerente. Na maioria, parece ser apenas uma operação de marketing não demasiado convincente, uma vez que esse discurso de moderação disfarça mal a crueza da mensagem.»
(
Público, 8-02-2007)
2) Isabel Galriça Neto, médica especialista em cuidados paliativos
Devemos usar "recursos públicos para apoiar o comportamento de pessoas que olham para o aborto com demasiada ligeireza?"
3) Teresa Venda, política
Apresentou, juntamente com Rosário Carneiro, um projecto na A.R. que consistia na “
suspensão provisória dos processos-crime para impedir o julgamento de mulheres que interrompam ilegalmente uma gravidez”.
4) Rosário Carneiro, política
«O drama do aborto clandestino não deve nem pode ser resolvido pela legalização proposta pelo referendo. A legalização não atenua nem retira o drama à decisão de morte de outro, torna-a absoluta, possível, legal, cooperada.»
6) Assunção Cristas, Docente Universitária, membro do "Blog do Não"
«A pergunta do referendo esquece o pai. Parece que, de repente, não é preciso gâmeta masculino para que se forme o embrião. Tudo depende da mãe. Dirão os defensores do “sim” que tal dado é incontornável, a natureza assim o fez, a barriga é da mãe e só ela pode e deve ter a última palavra.»
7) Rita Ferro, escritora
«Estou cansada desta visão santificada que se faz a respeito de todas as mães. Há mães extraordinárias e outras ignóbeis. Dizer que nenhuma faz abortos com ligeireza é uma asneira crassa, que demonstra desconhecimento da humanidade...não recordo o caso de uma única mãe que tenha cumprido pena... agora pretende-se a liberalização total até aos dois meses e meio de gravidez - estando a criança integralmente formada - por opção exclusiva da mulher, ou seja, ignorando por completo o papel do pai e sendo fianciado em hospitais públicos ou clínicas privadas com o dinheiro dos ocntribuintes.» ("Sol", 23-12-2006)
8) Mafalda Barbosa Miranda, Docente Universitária, membro do "Blog do Não"
«Se há coisa que os defensores do Sim gostam de deixar clara é que aquilo sobre que incide o aborto não é uma pessoa ou que, pelo menos, essa qualificação assenta mais em pressupostos éticos ou religiosos do que científicos. Os que procuram enunciar opiniões contrárias ou recordar o funcionamento cerebral, os batimentos cardíacos, a forma humana do ser alvo de aborto são imediatamente rotulados de terroristas por aqueles que procuram inscrever a letras de fogo no nosso ordenamento jurídico um novo “direito fundamental” da mulher.
Admitindo, apenas para benefício do debate, que o objecto do aborto não é uma pessoa, ninguém negará que, às dez semanas e muito antes, estamos perante um ser que não é mera excrescência do corpo materno. Este ente autónomo tem origem humana e, se não morrer ou for morto entretanto, completará a sua formação intra-uterina até à data do seu nascimento. Há, portanto, poucas dúvidas de que, para além de ser, este ser é humano.» (Blogue do não)
9) Jerónima Teixeira, médica e investigadora
Jerónima Teixeira nasceu em Castelo de Paiva. Licenciou-se em Medicina na Universidade do Porto e especializou-se em ginecologia e obstetrícia no Hospital de S. João, no Porto. Em 1993 partiu para o Reino Unido para fazer um doutoramento em Medicina Fetal no Imperial College, em Londres. Desde então, debruça-se sobre a vida intra-uterina e, juntamente com uma equipa de cientistas, tem sido responsável por conclusões cientificas pioneiras na área fetal. As suas contribuições científicas ao Mundo mereceram os aplausos do governo britânico, que por isso lhe concedeu a cidadania do país.
10) Zita Seabra, política «Devemos também assumir o compromisso de agir directamente sobre as causas que, actualmente, empurram as mulheres para o aborto, que não são, certamente, as mesmas que eram há 20 anos. Já não se trata aqui da pobreza ou miséria, ou ignorância. Trata-se de mulheres jovens que sentem o nascimento de um filho como o desmoronar de um futuro que lhes parece urgente e indispensável. Não deixar que isso aconteça, não deixar que nenhuma mulher sinta que o futuro lhe é roubado por ser mãe é, esse sim, o maior desafio que temos pela frente, e que teimamos em não encarar. Infelizmente, parecemos continuar sempre e só no aborto, quando é absolutamente necessário virar a página para a vida.» ("Público", 19 de Outubro de 2006)
11) Matilde de Sousa Franco, política
«Moderno é votar “NÃO”, para que as mulheres em Portugal não vão para tribunal, trabalhem menos, tenham os filhos que quiserem, enfim sejam mais felizes. Procuro incentivar uma cultura de afectos, aliás na tradição multissecular portuguesa do Humanismo, que nos fez, por exemplo, no séc. XIX ser precursores das abolições da escravatura e da pena de morte. Será também agora um imenso orgulho Portugal ser pioneiro mundial do Humanismo do séc. XXI, defendendo e valorizando as mulheres, votando expressivamente “NÃO” à liberalização do aborto. Não queremos a I.V.G./aborto, que eu traduzo por Instituição Vulgarizada e Generalizada do Aborto. As mulheres portuguesas merecem ser tratadas melhor, com as recentes normas comunitárias.»
12) Maria João Avillez, jornalista
13) Graça Franco, jornalista
«Ou seja o Estado que não tem meios para proporcionar uma verdadeira cultura de "vida", apoiando as mulheres em situação de grave carência económica, é o mesmo que garante que se a opção for pela "morte" os custos correm a seu cargo. “O nosso cargo!". Como lembra a última nota da Conferência Episcopal "A mulher tem o direito a decidir se concebe ou não. Mas desde que uma vida foi gerada no seu seio, é outro ser humano, em relação ao qual tem particular obrigação de o proteger e defender" e o dever de respeitar a nova vida.»
14) Margarida Neto, médica psiquiatra
15) Isilda Pegado
«Num tempo em que o niilismo e o relativismo parecem dominar a consciência dos homens, tornar clara a Verdade é um imperativo de quem constrói a História.»
16) Maria José Nogueira Pinto, política
«Em todos os ordenamentos jurídicos o aborto é um crime precisamente porque a vida humana é um valor fundamental, incluindo, naturalmente, a vida humana intra-uterina. A lei de 1984 não afasta este princípio basilar, apenas tipifica situações excepcionais, casos-limite. E noutros países o que se pôs em causa foi a existência, ou não, de vida humana nas primeiras semanas de gestação. Questão eminentemente do domínio da ciência e não do direito. Sendo que o progresso científico, entretanto verificado, fez desaparecer a base empírica da oposição fundamental entre o ser nascido - visível e imediatamente presente na vida social - e o ser não nascido, inacessível e oculto.» (DN, 26-01-2007)
17) Katia Guerreiro, médica e fadista, participante no "Blogue do não"
«Não consigo entender este desejo tão evidente de legalizar um acto que só traz prejuízo a todos. Em primeiro lugar ao milagre que é a vida, bem tão precioso a que, pelos vistos, só alguns dão verdadeiro valor, que começa com a tão simples fusão de dois gâmetas, e que homem nenhum consegue reproduzir sem que os dois gâmetas estejam presentes. Em segundo lugar à mulher, que se priva de gerar uma vida e de dar continuidade a si mesma, e que terá para sempre a dúvida sobre o que teria sido esse filho que não nasceu. Em terceiro, ao homem que com a mulher concebe um ser irrepetível, e que é tão esquecido neste processo, nem tendo poder de decisão. Em quarto, aos avós que perdem a oportunidade de reviver a sua própria juventude, e de dar apoio ao crescimento de um neto. Em quinto, ao projecto família, núcleo fundamental da sociedade, em torno do qual giram valores morais, sociais e humanos. Em sexto, à humanidade pois ganharia um ser que poderia ser um brilhante cientista, investigador, poeta, bombeiro, médico, prémio Nobel, político, economista, filósofo, matemático, professor de renome e contribuir para o desenvolvimento do mundo. Em sétimo, à taxa de natalidade, que cai a pique cada dia que passa, com consequências drásticas para a produtividade, a jovialidade, e o sucesso do país. Em oitavo, todos os outros motivos que podemos imaginar a partir daqui.» (Blogue do não, 13-12-2006)
18) Sandra Anastácio, directora da Ajuda de Berço
19) Maria João Lopo de Carvalho, escritora
Prezo, acima de tudo o mais, o direito à vida. Além disso, considero o aborto uma prática que não é de forma alguma boa para a mulher que a pratica.» (Correio da Manhã, 2-12-2007)
20) Laurinda Alves, Jornalista
21) Manuela Ferreira Leite, política
«É mais fácil para qualquer Governo, sa bendo que o aborto é um problema muito complexo, resolver o assunto dizendo: façam à vontade, sem problemas, sem penalizações, à sua discrição.» (Lusa, 1-02-2007
22) Margarida Campos, Vidas com Vida
«Fico triste, terrivelmente triste, quando dizem que me querem dar o direito ao aborto livre e gratuito, e mais ainda quando se atrevem a dizer que é para me proteger.
23) Ana Brito e Cunha, actriz