domingo, 13 de fevereiro de 2011

Textos Rádio Costa D'Oiro 1ª quinzena de Fevereiro


Dia 1/02 – Que uma conversa destas exige lentidão, previne-o o passo célebre das "Confissões" de Santo Agostinho: «Que é, pois, o tempo? Se ninguém me pergunta, eu o sei; se desejo explicar a quem o pergunta, não o sei».
Sabemos que somos feitos de tempo, de idades, de cronometrias visíveis e invisíveis, de estações…
Sabemos que o tempo é a argila da vida. Do incomensurável oceano ao sucinto regato, da minúscula pedra ao elevado rochedo, da planta solitária ao vastíssimo bosque, tudo tem no tempo uma chave indispensável. Também nós somos modelados e lavrados, instante a instante, pelos instrumentos do tempo. Por vezes de um modo tão delicado que nem sentimos como ele, irreversível, desliza dentro e fora de nós. Por vezes, atormentando-nos claramente a sua voracidade, sentindo-nos perdidos na sua obsidiante vertigem.
Que é, pois, o tempo?

Dia 2/02 - Nós dizemos, repetindo um provérbio que os latinos já usavam, que o tempo voa (tempus fugit). De facto, tudo o que é humano é feito de tempo, mas a experiência que mais vezes nos ocorre é a de não termos tempo. «Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante para ti», explicou a raposa ao Principezinho. Há uma qualidade de relação que só se obtém no tempo partilhado. Por alguma razão, esse raro Mestre de humanidade chamado Jesus, disse: «Se alguém te pede para o acompanhares durante uma milha, anda com ele duas». Só com tempo descobrimos tanto o sentido e a relevância da nossa marcha ao lado dos outros, como o da nossa própria caminhada interior. Sem tempo tornamo-nos desconhecidos. Sem tempo falamos, mas não escutamos. Repetimos, mas não inventamos. Consumimos, mas não saboreamos. É verdade que mesmo num rápido relance se pode alcançar muita coisa, mas normalmente escapa-nos o detalhe.

Dia 3/02 - Gosto muito do «Poema do Tempo» que vem no livro bíblico do Eclesiastes, pois nos expõe à consciência de que o tempo é uma arte que realmente possuímos e que somos chamados a desenvolver com sabedoria. Não é verdade que não temos tempo. A nossa vida está cheia de tempos. Precisamos identificá-los e tratar deles, como quem cuida de um tesouro. Não é a quantidade de tempo o mais determinante. Importante é perguntar-se o que fazemos do tempo e investir aí a matéria dos nossos sonhos.

Dia 4/02 – «Para tudo há um momento e um tempo para cada coisa que se deseja debaixo do céu:
tempo para nascer e tempo para morrer,
tempo para plantar e tempo para arrancar o que se plantou,
tempo para matar e tempo para curar,
tempo para destruir e tempo para edificar,
tempo para chorar e tempo para rir,
tempo para se lamentar e tempo para dançar,
tempo para atirar pedras e tempo para as ajuntar,
tempo para abraçar e tempo para afastar o abraço,
tempo para procurar e tempo para perder,
tempo para guardar e tempo para atirar fora,
tempo para rasgar e tempo para coser,
tempo para calar e tempo para falar,
tempo para amar e tempo para recusar,
tempo para guerra e tempo para paz.»





Dia 7/02 - No início de um ano para o qual as previsões económicas são desfavoráveis, partilho a história de solidariedade e determinação de Ryan Hreljac.

Trata-se de um jovem canadiano que em 1998, com apenas 6 anos de idade, apercebendo-se das necessidades de muitas crianças africanas que não tinham acesso a água potável, mobilizou familiares, amigos e muitas pessoas de boa vontade para o levantamento de fundos que permitissem a construção de um poço numa aldeia do Uganda.

Vinte anos mais tarde, continua empenhado neste projecto que, através da Fundação que dirige (Ryan's Well Foundation), já viabilizou a construção de mais de 600 poços e projectos sanitários em 16 países, a maioria na África subsariana.
Como disse Winston Churchill (1874-1965), “Ganhamos a vida através do que recebemos, fazemos vida através do que damos”.


Dia 8/02 – Acerca do enfarte do miocárdio o Dr. Jorge Cruz diz ser uma urgência médica. Resulta de uma diminuição súbita de parte do fluxo sanguíneo que chega ao coração provocando uma destruição do miocárdio (músculo cardíaco). Ocorre geralmente quando a obstrução de uma artéria coronária reduz ou interrompe o fornecimento de sangue a uma região do coração. Se a irrigação do miocárdio for interrompida ou reduzida significativamente durante alguns minutos, o tecido cardíaco será destruído.

A causa mais frequente de obstrução de uma artéria coronária é um coágulo sanguíneo. Habitualmente, a artéria já se encontra parcialmente estreitada por placas de aterosclerose.

Como relata o actor Rui de Carvalho, os principais sintomas de um enfarte do miocárdio são dor forte, sensação de peso ou queimadura no peito, suores frios, náuseas e vómitos. A dor do enfarte do miocárdio surge geralmente em repouso, é normalmente intensa, tem uma duração superior a 15 minutos e pode irradiar para o membro superior esquerdo. Perante estes sinais de alerta, é muito importante solicitar assistência médica urgente

Dia 9/02 – Em Portugal, de acordo com dados do Ministério da Administração Interna, as denúncias de violência doméstica têm vindo a aumentar progressivamente, para valores superiores a 11% ao ano, tendo-se registado 11.162 queixas em 2000, 12.697 queixas em 2001, 14.071 queixas em 2002, 17.427 queixas em 2003, tendo subido para 20.000 em 2006. A violência contra a(o) cônjuge ou companheira(o) é a mais frequente, constituindo 84% das denúncias.
Segundo o Serviço de Informação a Vítimas de Violência Doméstica a quase totalidade das chamadas recebidas é feita por mulheres (97,8%), pertencendo predominantemente às faixas etárias dos 25 aos 34 anos e dos 35 aos 44 anos.

Dia 10/02 – A violência doméstica pode manifestar-se de quatro formas distintas. A pessoa pode ser vítima de uma só ou chegar a ser vítima de todas elas.

1) Abuso emocional e verbal: usualmente ocorre de uma forma insidiosa e repetitiva, produzindo um grande desgaste emocional. Devido a estas características deixa na vítima feridas psicológicas muito marcadas, difíceis de atenuar, em que é atingida particularmente a sua auto-estima.

2) Isolamento: nestes casos a vítima é impedida de ter contacto com familiares ou amigos e, muitas vezes, igualmente com outras pessoas ou situações que possam ser gratificantes. O abusador, a fim de obter um controlo completo sobre a vítima, leva-a e vai buscá-la ao local de trabalho ou a quaisquer outros sítios onde refira que precisa de ir.

3)Ameaças e intimidações: o abusador costuma igualmente fazer ameaças de violência física em relação à vítima, pessoas da sua família de origem, filhos ou animais domésticos de que a vítima goste. Igualmente faz ameaças de “correr com ela” ou “de a deixar sozinha”, levando consigo os filhos.

4) Abuso físico: este costuma surgir como uma sequência natural de escalada quando já ocorreram os pontos anteriores. Quando há períodos em que deixa de haver abuso físico, o facto não significa que as circunstâncias anteriormente mencionadas não vão continuando a surgir e a produzir o seu desgaste emocional

Dia 11/02 – Hoje ocorre o 4º aniversário do segundo referendo do aborto. Continua a ser urgente denunciar o escândalo da lei (quase 60 mil abortos neste momento, 53 por dia desde o inicio da lei!) e afirmar bem alto o Direito à Vida de todos os seres humanos.
Se silenciarmos ou mantivermos passividade estaremos, de alguma forma, a ser coniventes com esta situação.
A Vida conta convosco. O Direito à Vida depende de todos nós.


Dia 14/02 – A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) é uma instituição particular de solidariedade social, pessoa colectiva de utilidade pública, que tem como objectivo estatutário promover e contribuir para a informação, protecção e apoio aos cidadãos vítimas de infracções penais.É, em suma, uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia, de forma individualizada, qualificada e humanizada, vítimas de crimes, através da prestação de serviços gratuitos e confidenciais.
Fundada em 25 de Junho de 1990, é uma instituição de âmbito nacional, localizando-se a sua sede em Lisboa.
Em Portimão o Gabinete de Apoio á Vitima situa-se na Esquadra de Portimão da PSP
Av. Miguel Bombarda
Edifício da PSP
pode ser contactada através apav.portimao@apav.pt
Segundas, Quartas, Sextas : 14H00-18H00
Terças, Quintas: 9H00-13H00

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