quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Estado gastou 100 milhões com abortos

O Estado já gastou 100 milhões de euros com o aborto desde que foi legalizado em Portugal, há quatro anos, disse a presidente da Federação Portuguesa pela Vida, Isilda Pegado, após entregar uma petição no Parlamento.

A petição, com 5.700 assinaturas (são necessárias 4.000 para discussão em plenário), visa rever a regulamentação da lei do aborto, para «melhorar» o seu enquadramento.

A federação reclamou também uma avaliação do que tem acontecido desde que foi legalizado o aborto, justificando que até hoje não foi feita a reflexão prometida ao fim de dois anos.

Tomou, por isso, a iniciativa de entregar esta quarta-feira um estudo ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, segundo o qual o aborto em Portugal é «frequente, ilegal e inseguro».

A federação cita dados da Direcção-Geral da Saúde, segundo os quais foram realizados 56.239 abortos desde Julho de 2007 até ao final de Agosto de 2010, mas Isilda Pegado acredita que o número real de abortos «feitos a pedido» da mulher é superior a 60 mil.

«Não podemos continuar a deixar as nossas mulheres, as nossas famílias, entregues a uma lei que é tão destruidora», defendeu Isilda Pegado, para quem uma mulher que pretenda interromper a gravidez tem de ter acompanhamento social, médico e uma consulta de planeamento familiar antes da decisão.

De acordo com Isilda Pegado, o período de reflexão previsto na lei na prática «não existe» e as consultas de planeamento familiar chegam a ter oito meses de listas de espera.

«Há mulheres muito jovens a fazer três e quatro abortos por ano», afirmou, acrescentando que se torna «um método contraceptivo».

Um dos documentos que deixou na Assembleia da República contém dados de um estudo realizado em Espanha sobre a gravidez nas jovens e adolescentes, abrangendo 3.000 mulheres que já tinham feito um aborto: em 60 por cento dos casos, a chantagem emocional exercida pelo homem sobre a mulher foi uma das principais razões e, no caso das trabalhadoras, 70 por cento apontou a pressão laboral como um dos principais factores.

Segundo as contas da federação, por ano «gastar-se-á mais de 27 milhões de euros com o aborto legal» em Portugal.

«O Governo e o Parlamento não podem esquecer esta chaga social que está a alastrar no país», declarou a presidente da federação, acrescentando que talvez não tenha havido em toda a Europa «legislação tão permissiva como a que foi adoptada em Portugal».

A federação alega que o número de abortos tem vindo a aumentar, manifestando também «preocupação com a reincidência» e a manutenção de práticas ilegais.

«Também a classe médica tem dado um sinal claro sobre a sua abordagem a esta lei, com cerca de 75 a 80 por cento dos médicos obstetras a declararem-se objectores de consciência», lê-se no documento.

Fonte: IOL

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