Leis como o gato: com rabo de fora.
Fazendo uma retrospectiva das últimas leis que têm atingido negativamente a família: uniões de facto, “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, divórcio, aborto… leva-me a desconfiar daquelas que revestem, à partida, bom senso e verdadeira preocupação pelas crianças e pelas famílias.
Na quinta-feira, foi aprovada a lei do apadrinhamento civil. Parece, à partida, uma lei que pretende dar um lar e uma “família”, enfim, estabilidade a tantas crianças que, não podendo ser adoptadas, estão mais protegidas e têm mais garantias de crescer equilibradamente. Ao que parece, o apadrinhamento destina-se, sobretudo, às crianças mais velhas.
Neste processo, porém, deixam-me confusa algumas dúvidas, entre elas a seguinte: por que razão avança a lei do apadrinhamento civil um ano depois? Lembro que a lei que "aprova o regime jurídico do apadrinhamento civil" é a Lei n.º 103/2009 de 11 de Setembro. Por que só foi aprovada a sua regulamentação pelo Governo depois de imposta a lei que permite o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo?
O apadrinhamento civil não é exclusivo de famílias ditas tradicionais, onde haverá um pai e uma mãe, como facilmente estaríamos à espera. Este modelo não se assemelha à adopção. Ele é efectivamente diferente. Perante o que foi dito, há, pois, uma dúvida, uma grande dúvida que pode alterar tudo: é o apadrinhamento civil uma forma de entrar suavemente, sorrateiramente pela adopção de “casais gays”?
Pois é: estará tudo pensado? Estará tudo premeditado e engendrado?
Enfim, já como alguém dizia, estas leis são como o gato com rabo de fora.
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