quinta-feira, 2 de abril de 2009

Mitos: O aborto, na realidade, é inseguro

Uma vez que uma mulher se torna mãe, ela será sempre mãe, tenha ou não nascido o seu filho. O filho morto fará parte da sua vida por mais longa que ela seja. O aborto não é definitivamente uma "solução fácil" de um grave problema, mas um acto agressivo que terá repercussões contínuas na vida da mulher.Um dos mitos mais curiosos ligados ao aborto continua a ser a alusão ao aborto seguro.

Este mito é frequentemente propagado através de referências a vários estudos que provam que o aborto é 10 vezes mais seguro que um parto, sem no entanto referir quais os estudos que o demonstram. O mito propaga-se na forma de um argumento popular e acaba muitas vezes por ser apresentado como informação verdadeira, apesar de ser incorrecta.

Mas como refere uma recente publicação sobre medicina e lei, ainda não foi provado que a gravidez e o parto são mais perigosos do que o aborto. (1) Porque será então, que o mito persiste? Propaganda é a resposta, e conveniência parece ser o motivo. Na verdade, a prática do aborto induzido pode ser mais ou menos perigosa, dependendo das condições com que é realizado, as condições de saúde da mulher, e outros factores não relacionados com o método em si. Mas aborto seguro é certamente um mito [ver Sequelas Físicas].

O facto de várias mulheres se submeterem a esta prática e aparentemente não apresentarem problemas imediatos, não a torna num procedimento seguro. Todos os problemas associados já referidos, quer físicos quer mentais, mostram precisamente que rotular o aborto de prática segura, para além de um mito, é um logro. Estudos sobre as sequelas físicas do aborto
"O que é que eu aprendi em três anos de estudo dos efeitos do aborto legal? Que existem inúmeras complicações e que não existem garantias de uma passagem segura. Nenhum médico, nenhum hospital, nenhuma clínica pode garantir a uma mulher que ela vai sobreviver a um aborto legal.” (2) (Ann Saltenberger, investigadora)Ao referir que o aborto induzido é 10 vezes mais seguro do que um parto, a propaganda de muitas clínicas de aborto (em países onde a prática está legalizada) cria uma falsa sensação de segurança nas mulheres que procuram os seus serviços. No entanto, esta prática está longe de ser segura. As mulheres que se submetem a um aborto induzido colocam a sua saúde em risco.

Mesmo que o procedimento cirúrgico possa correr bem, a mulher não está livre de ter problemas a longo prazo. Em alguns casos, a prática do aborto pode resultar na morte da mulher.

As principais causas de morte relacionadas com o aborto induzido resultam de infecções, hemorragias e perfurações uterinas. Aproximadamente 10% das mulheres que se sujeitam a um aborto induzido sofrem de complicações imediatas, das quais cerca de um quinto (2%) são consideradas de risco para a vida da mulher. As oito complicações principais mais comuns que podem ocorrer são: infecção, embolia, perfuração ou dilaceração do útero, complicações com a anestesia, convulsões, hemorragia aguda, danos cervicais, e choque endotóxico. As complicações menores mais comuns incluem: infecção, hemorragia, febre, queimaduras de segundo grau, dores abdominais crónicas, vómitos, distúrbios gastrointestinais, e sensibilização Rh (ocorre quando o sangue do feto se mistura com o sangue da mulher grávida e ambos tem Rh’s diferentes).

(3) Num estudo envolvendo 1428 mulheres, os investigadores verificaram que a perda durante a gravidez, em especial a perda causada por aborto induzido, estava significativamente relacionada com uma pior saúde geral (4).

Enquanto que a gravidez interrompida por motivos naturais causava um detrimento na saúde, o aborto tinha ainda uma maior correlação com um mau estado de saúde.

Estudos como este têm confirmado outros anteriores que referiam que no ano após o aborto, as mulheres frequentavam o seu médico de família 80% mais por diversas razões e 180% mais por razões psicológicas.


1. [Anon] and Grp, D.L.S. (2001). Abortion, information & the law: What every doctor needs to know. Issues in Law & Medicine 16(3):283-284. Issues in Law & Medicine é um jornal científico cujas publicações são sujeitas a um processo de avaliação realizado por um painel de cientistas e médicos nos campos em questão. O artigo acima mencionado conclui existirem fortes razões médicas para tratar o aborto como um procedimento não-terapêutico e potencialmente perigoso, com o qual médicos conscienciosos escolheriam não se envolver. 2. Saltenberger, A. (1982). Every Woman Has a Right to Know the Dangers of Legal Abortion. Air-Plus Enterprises, Glassboro, NJ. 3. Frank, P.I. (1985). Induced-Abortion Operations and Their Early Sequelae. Journal of the Royal College of General Practitioners 35(273):175-180.; Grimes, D.A. and Cates, W., Abortion: Methods and Complications, Human Reproduction, pp. 796-813.; Freedman, M.A., Jillson, D.A., Coffin, R.R. and Novick, L.F. (1986). Comparison of Complication Rates in 1st-Trimester Abortions Performed by Physician Assistants and Physicians. American Journal of Public Health 76(5):550-554. 4. Ney, P.G., Fung, T., Wickett, A.R. and Beamandodd, C. (1994). The Effects of Pregnancy Loss on Womens Health. Social Science & Medicine 38(9):1193-1200.; Badgley, Caron and Powell (1997). Report of the Committee on the Abortion Law, Supply and Services, Ottawa.


1 comentário:

Anónimo disse...
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