quarta-feira, 22 de abril de 2009

Aborto e assassinato


Para mim, é cada vez mais difícil de acreditar que se possa falar em direito ao aborto. Se há um direito ao aborto, há também um direito ao assassinato, já que, entre aborto e assassinato, a única diferença é a idade e a vulnerabilidade da vítima.


Em nossa civilização, que dispõe de avançados recursos tecnológicos, é fácil disfarçar uma prática assassina e torná-la aceitável aos olhos de uma opinião pública que não veria da mesma maneira, por exemplo, a “exposição aos deuses” dos antigos gregos e romanos, isto é, a prática de se livrar da responsabilidade pelos recém nascidos, abandonando-os à própria sorte num lugar ermo – quando não jogando-os para morrer na cloaca máxima.


Considerar o embrião e o feto como simples objetos inanimados, como fazem os defensores do aborto, é simplesmente recusar-se à compreensão do que é vida – fenômeno que é tão biológico quanto metafísico. Aliás, um dos estratagemas dos abortistas é escamotear a discussão honesta e abrangente sobre o que é vida, recorrendo a subterfúgios fisiológicos, impregnados do materialismo mais mesquinho, segundo o qual, em última análise, todos nós não passamos de um punhado de genes impulsionados por determinismos a gosto do freguês.


Tibiriçá Ramaglio

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