sexta-feira, 3 de abril de 2009

Bella, um filme muito belo…


Não acontece todos os dias. Ver um filme que nos molha a alma. Que nos traz de volta o encantamento. Que abre caminho dentro de nós. Que nos reconcilia com a vida e com o ser humano.

Quero trazer este filme dentro de mim.

Porque nos fala de Vida, de Esperança, de Amizade, de Perdão.

Porque nos diz, logo de início, que Deus sorri quando fazemos planos…e entendemos o que isto quer dizer, quando o filme desenrola inesperados, dores, perdas, mudanças. A carreira promissora e desejada de José, jogador de futebol, é interrompida pela morte de uma criança e o desespero de uma mãe. E tudo muda. Do relvado e da glória, à prisão e cozinha de um restaurante. Quanto sofrimento, quanto silêncio, quanto castigo…

É uma injustiça que o acorda. Um despedimento. Uma amizade. Uma mulher grávida. Nina. Uma história de vida que se cruza. Um apelo de salvação.

Na família de José, todos são acolhidos. Na alegria. Nas memórias dolorosas. No confronto. No perdão incondicional. Só uma mãe afaga um filho/ homem daquela maneira, dando-lhe colo, dando-lhe vida. Nina comove-se. E abre o coração.

Numa noite de luar, junto ao mar, percebemos como podemos ser bem ou mal amados e como isso determina tanto da nossa vida, das nossas mágoas ou dos nossos sonhos…

É possivel um recomeço. A cura das feridas. O perdão começa dentro de nós mesmos. Só assim podemos começar a ser outros.

Nina e José vão viver outra vida. E entre eles, uma nova vida. Nascida da generosidade e da confiança.

Bella. O futuro. A esperança.

Lá em cima, certamente, Deus sorri…

Não conhecia o realizador Alejandro Monteverde, nem as produções Metanóia.

Fora dos circuitos mais comerciais ou dos espaços onde os prémios são atribuídos, a crítica pouco falou dele.
É pena. E incompreensível.

Trata-se de um grande, grande filme.
Daqueles que ficarão dentro de nós para sempre.
Porque são da vida e nos dão vida.
Obrigada

Margarida Neto

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