quinta-feira, 30 de maio de 2013
Temos cuidado pouco da família. Temo-la olhado como uma realidade que, de tanto se encontrar na base do viver humano, sobreviverá automaticamente. Ou como uma realidade que tanto importa que sobreviva ou não, porque todo o resto do tecido social irá continuar, sem ruturas nem sobressaltos, eventualmente com um rosto diferente, organizado de outro modo (segundo alguns, até mesmo melhor).
O facto é que isso não é, simplesmente, verdade.
(...)
Contudo, se virmos bem, consoante o tipo de família que uma sociedade adota, assim também as relações sociais e o modo de viver dessa sociedade.
Não é a sociedade a fazer a família. É a família a construir a sociedade.
É da família e das suas relações – e do modo como todos se relacionam primeiramente no seio familiar e, depois, alargando o círculo, com todos os demais membros de uma sociedade – que dependem a segurança, o bem-estar, a paz e o desenvolvimento de qualquer grupo humano, mesmo do próprio Estado.
Sem a família, em última análise, não valerá sequer a pena clamar por democracia: sobreviverá apenas aquele que for mais forte.
Nos últimos anos, a família não foi simplesmente ignorada: foi combatida.
Tudo passou a ser chamado de "família", todos os "ajuntamentos" passaram a ter os direitos familiares; para a família ficaram apenas, como exclusivo, os deveres.
Isto significa que, para o Estado e, consequentemente, para a sociedade em que vivemos, nada é, verdadeiramente, família.
Mas isso significa, também, que estamos a construir um modo de viver sem fronteiras e sem regras, onde apenas a lei e a polícia poderão garantir alguma relação pacífica entre os humanos. Tudo o resto ficará para a selva, onde tudo é permitido, porque o outro deixou de o ser, e se transformou num mero objeto.
Voz da Verdade
Nuno Brás
19 de Maio de 2013
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