segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O prazer leva à dependência

 
 
"O prazer (...) aprisiona-nos, escraviza-nos e conduz-nos, não raramente, a formas terríveis de dependência, enquanto a felicidade só se atinge no exercício pleno da liberdade espiritual. E mais: só um homem livre poderá ser verdadeiramente feliz.
Nem todos os homens livres terão felicidade, mas todos os homens genuinamente felizes terão de ser homens livres.
Na sofreguidão alienante das sociedades desenvolvidas, muita gente confunde o prazer com a felicidade, misturando-os inconscientemente.
É, porém, relativamente fácil distingui-los, pois o prazer, quando acaba (e nunca dura muito), deixa-nos ressacados e a felicidade, mesmo quando termina abruptamente, não.
O prazer acorrenta espiritualmente os seus prisioneiros, e de tal forma que estes, muitas vezes, invocam a liberdade para tentar apresentar a situação em que se encontram como o resultado de uma opção pessoal.
É o que acontece, frequentemente, com os viciados."
 
Marinho Pinto. Bastonário da Ordem dos Advogados

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