"Where human lives are concerned, time is always short"
Eem relação ao apoio social que temos vindo a prestar a grávidas no Algarve que gostaria de partilhar convosco alguns pensamentos sobre a estratégia de actuação na área social, fruto de alguma experiência que se vai acumulando.
Desde logo, penso que deveriam ser identificadas 3 áreas diferentes de intervenção social:
- Uma de emergência social, para casos ditos de vida ou de morte, relacionados com a própria subsistência a curto prazo das pessoas, risco de suicídio, risco de aborto por motivos económicos, risco de vida iminente por motivo de doença ou dependência alcóolica ou tóxica, etc...;
- Outra de combate à exclusão, ou se quisermos, de promoção da inclusão, para pessoas que estando acompanhadas a curto prazo, necessitam, porém, de uma integração a nível habitacional, laboral, familiar, etc..
- E, por fim, uma outra de prevenção da exclusão que actuaria ao nível primário, em particular nas escolas e junto de familias, crianças e jovens que apresentam um risco sério de eventual futura ou iminente exclusão. Em quase todas as situações os visados preferem acções com discrição e com o mínimo de publicidade possível e que impliquem o contacto com o mínimo de interlocutores.
Note-se que, em teoria, as redes sociais e os vários organismos de solidariedade social públicos ou privados, nos casos de emergência social, já contemplam supostamente estas intervenções rápidas.
Porém, na prática, quem lida com estas situações, sabe que esta rede social raramente funciona com alguma eficácia. E a razão desta ineficácia, por mais incrível que pareça está associada a um excesso de burocracia, listas de espera e obstáculos de vária ordem (ainda no outro dia uma assistente social queixou-se do atendimento na linha supostamente de emergência social 144). Ora, nos casos de emergência, as necessidades devem ser sumariamente analisadas e tem que se passar imediatamente ao apoio, sem mais desculpas ou demoras.
O aborto, o suicídio ou as overdoses são soluções rápidas e aparentemente simples para situações extremas de desespero.
Perante isto só há uma resposta: Intervir e apoiar da forma mais discreta, rápida, pragmática, eficaz e simples que seja possível.
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