quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A morte ou a vida depois da morte

Num blogue sobre vida, é também natural que falemos sobre a morte porque pensar a morte ajuda-nos também a reflectir sobre a vida.

O panorama cinematográfico dos últimos anos nada mais tem sido do que um enorme bocejo, com argumentos paupérrimos e cheios de lugares comuns.

O último filme de Clint Eastwood "Hereafter" é um desses filmes que nos surpreende pela originalidade do argumento e pelas interrogações que deixa em aberto.

Num mundo onde as pessoas se agarram com unhas e dentes ao materialismo e ao prazer do imediato, este filme interpela-nos para o que virá depois da morte.

Por mais que a morte seja um tabu, nesta sociedade cínica em que vivemos, mais cedo ou mais tarde cada um de nós vai esbarrar, de forma mais ou menos inesperada ou violenta, nela.
Por isso, é que, mesmo que não queiramos falar ou reflectir sobre a morte, voluntária ou involuntariamente, mais cedo ou mais tarde, teremos que fazê-lo.

E este filme, sendo um pouco cruel, como toda a morte o é, parece que nos deixa alguma esperança, sobretudo para os que se sentem mais orfãos, os que já perderam os mais queridos, pais, irmãos, amigos, mulher, marido, filhos.

Quem acredita no valor da vida humana, acredita também na presença dos que já partiram.

Gosto, em particular, da parte, no trailer, onde Matt Damon diz ao rapaz que perdeu o irmão gémeo:


"If you are worried on being on your own.
Don't be!
You're not


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