domingo, 5 de agosto de 2007

Preservativos: soluções simplistas para questões profundas


Há dias, encontrei um antigo professor. Na casa dos 80 anos, parecia ter 60, estava em excelente forma física e psíquica. Explicou-me o seu segredo para a saúde e longevidade: pouca mesa, pouca cama... e gastar muita sola de sapato. Falou também da família, dos filhos e netos, e referiu, a dada altura, que as gravidezes da sua mulher tinham sido sempre complicadas, e então passaram a fazer prevenção, e não tiveram mais filhos. E adiantava, sem que lhe perguntasse fosse o que fosse, e com um total à vontade: “Usámos sempre métodos naturais. E funcionou.”.

A sociedade actual julga ter encontrado uma solução mágica, milagrosa e simples e prática para o complexo problema da sexualidade. Chama-se preservativo (em inglês, condom), e tem o “condão” de deixar as boas consciências tranquilas. Tranquilas perante as doenças sexualmente transmissíveis, tranquilas face às doses maciças de sexo na televisão, no cinema e na publicidade, tranquilas face à variabilidade e à multiplicidade de parceiros ao longo da vida sexual de cada qual. A nossa boa consciência colectiva fica sobretudo muito mais tranquila no que diz respeito à educação sexual, e à vida sexual, dos jovens, sempre graças ao extraordinário preservativo.

O preservativo é promovido, é fomentado, é elogiado, quase endeusado. No carnaval do Rio, distribuem-se milhões de “camisinhas” todos os anos, em cada festival rock que junte multidões, distribuem-se milhares em abundância, em cada grande evento que congregue jovens, aqui, ou em qualquer parte do mundo, aí estão eles, os condoms, sempre disponíveis para todos. E das instituições oficiais nacionais, do Ministério da Saúde à Secretaria de Estado da Juventude, passando pelos organismos internacionais, com a OMS à cabeça, até à mais simples associação local de jovens, todos afinam pelo mesmo diapasão: Usa o preservativo... Não te rales, não te prives, usa o preservativo. Não te preocupes, e não te esqueças, usa o preservativo. Neste verão, e em qualquer estação, usa o preservativo!

2 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns pelo post!

Seja-me permitido alinhavar breves considerações sobre esta temática.

Está cientificamente provado que o chamado preservativo não preserva de nada, é um embuste, e, hoje, constitui uma das maiores fontes de lucro das farmacêuticas.
Daí a propaganda diabólica que se lhe faz...

Por outro lado, o incentivo ao seu uso - e, pior, a sua distribuição maciça, como refere o autor do post, até por organismos ligados à Educação(?!) - apenas podem ter como efeito a banalização do acto sexual, a desresponsabilização dos jovens, o aumento de doenças sexuais, o incremento das gravidezes indesejadas, e... sequência lógica... cada vez mais abortos...

Já que nenhum organismo do Estado parece entender o erro profundo que se está a cometer ao ir atrás do que parece ser o mais fácil, julgo que a hierarquia da Igreja Católica em Portugal, com a autoridade e a sabedoria milenar que tem, deverá ser uma voz mais actuante e mais firme na defesa do que é realmente importante para a vida sexual saudável dos jovens (e dos adultos).
É bem de entender que uma orientação segura e natural, neste domínio, terá uma repercussão extremamente benéfica na Família e na vida em sociedade.

O tema é delicado, suficientemente grave e problemático, para que não se deixem os jovens ao sabor e ao acaso de modas, e, pior, a serem conduzidos por gente insensata, sem princípios e sem moral.

M.Trigueiros

MRC disse...

Caro João Paulo,
Muito oportuno o teu post. Dirão alguns que os métodos naturais não evitam a transmissão das doenças sexualmente transmissíveis. Porém, até pela sua natureza, este método está mais vocacionado para casais que mantêm uma relacionamento mais estável.
Já o preservativo usado no âmbito de um relacionamento promíscuo é claramente falível quer em matéria de gravidez, quer em matéria de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis.
Aqui deixo 2 links que abordam esta matéria:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?cmd=Retrieve&db=PubMed&list_uids=8262171&dopt=AbstractPlus

http://www.providaanapolis.org.br/presobst.htm