O bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, acusa o Ministério da Saúde de pressionar os clínicos gerais para efectuarem os abortos químicos (toma de pílula abortiva) nos centros de saúde quando a mulher faz o pedido até às dez semanas de gestação.
Algumas dessas unidades de saúde no Norte do País – Viana do Castelo e concelhos de Penafiel, Paredes e Amarante – já admitiram passar a fazer interrupções voluntárias da gravidez (IVG) a partir do início de Setembro.
O Ministério da Saúde nega qualquer pressão.
Em declarações ao CM, o bastonário Pedro Nunes garantiu apoio aos clínicos. “Estão a ser pressionados para levar a cabo aquilo que parece ser um desígnio nacional.
A Ordem dá todo o seu apoio aos colegas para que não sejam pressionados.”Esse responsável critica esta “prioridade da política da saúde, com isenção da taxa moderadora, ao contrário do que acontece noutras áreas da saúde”, e acrescenta que os médicos de família têm “toda a capacidade técnica para fazer as interrupções”.
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
Os problemas são as consequências da pílula abortiva nas mulheres. “Vai haver algumas complicações, como hemorragias, e é preciso que haja uma articulação entre os centros de saúde e os hospitais e que haja garantia de resposta hospitalar.
No caso de Viana do Castelo sei que existe essa articulação, mas não sei se existe nos outros casos (Penafiel, Paredes e Amarante) nem a nível nacional”, sublinhou Pedro Nunes, para quem poderá haver uma “banalização” das IVG nos centros de saúde.
Jorge Branco, presidente da Comissão de Saúde Materna, organismo do Ministério da Saúde, recusa que haja pressões da tutela. “Não há nem nunca houve qualquer pressão aos médicos. Os que entenderem, têm toda a liberdade para efectuar as interrupções ou declararem-se objectores de consciência, tal como sucede com os médicos
Fonte : Correio da Manhã,
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