domingo, 26 de agosto de 2007

Apoio a famílias carenciadas

Segurança Social reforça apoio a famílias carenciadas do distrito

Mulheres entre os 30 e os 40 anos, urbanas, sem habilitações académicas mínimas, que habitam em "ilhas" de bairros da lata, oriundas de famílias monoparentais, e que carecem de competências básicas seja a nível das relações parentais ou de higiene habitacional. Estas são algumas das 100 famílias em "exclusão social precoce" que serão apoiadas pela Casa de Nossa Senhora do Rosário, na Figueira da Foz, que ontem assinou, juntamente com outras 10 Instituições Particulares de Solidariedade Social do distrito de Coimbra, o protocolo de cooperação com o Centro Distrital de Segurança Social (ver caixa).
Os cerca de 53 mil euros distribuídos pela Segurança Social servem para apoiar "camadas mais carenciadas da população", seja no âmbito das valências de serviço de apoio domiciliário, no caso do Centro Social da Ega, em que o apoio à população idosa fazia falta também ao fim-de-semana, seja no seguimento da atribuição do Rendimento Social de Inserção, como acontece na Casa de Nossa Senhora do Rosário.
O dinheiro recebido faz falta, "mas não chega", dizem os responsáveis, porque às mais de 100 famílias sinalizadas pela instituição, só no espaço urbano da Figueira da Foz, falta tudo.
Ana Franco, assistente social da Casa de Nossa Senhora do Rosário, explica que a cidade tem autênticos guetos de pobreza, onde, sobretudo, mulheres sozinhas, desempregadas, tentam criar filhos em "barracas sem as mínimas condições".
À instituição cabe o apoio para a saída da situação de exclusão e esta passa, obrigatoriamente, por desenvolver competências, de educação parental, de promoção de emprego, de combate a problemas associados como o álcool, a toxicodependência e a prostituição. "Ensiná-las a governarem-se", sintetiza a presidente da Casa, Júlia Pires.
"É tudo feito com passos pequenos, muitas vezes em médio, longo prazo e tentamos também construir um projecto de vida com as pessoas", explica Ana Franco. Porém, nem sempre a inserção é permanente. A técnica sublinha que os obstáculos para retirar famílias da exclusão são a precariedade do emprego, numa cidade em que a empregabilidade é sazonal, e a falta de condições habitacionais. "Em barracas como as que há no coração da Figueira, sem condições nenhumas, a exclusão começa logo na escola", refere.
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São 11 as instituições que ontem viram revistos e reforçados os protocolos celebrados com o Centro Distrital de Segurança Social de Coimbra no âmbito das valências de apoio domiciliário, centro de noite, creche e rendimento social de inserção. E, segundo afiançou Mário Ruivo, director distrital, a estes ( Centro Social da Ega, Comissão de Melhoramentos de Vilamar, Casa de Repouso de Coimbra, Centro Social de Meãs do campo, Associação progressiva de Santo António do Alva, Centro Paroquial da Bobadela, Misericórdia de Vila Cova do Alva, Associação de Defesa ao Idoso e Crianças de Vilarinho, Misericórdia de Galizes e Casa de Nossa Senhora do Rosário) juntar-se-á o reforço de protocolo com a Cáritas Diocesana para apoio a 180 famílias. No total, o apoio distribuído ronda os 53 mil euros e faz parte de um bolo de cerca 73 milhões de euros anuais para apoio social a 35 mil utentes no distrito. Mário Ruivo explica que uma parte da verba provém da cessação de protocolos a nível de ATL, depois da restruturação do ensino básico.

(24.08.2007)
Notícia daqui.

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