"Aquela ideia muito superficial e masculina de que no meio de um aborto, de um desmancho, só sai sangue, não é verdade. Vai alguém, para um balde, alguém mesmo.
Tenho que aceitar que alguns pensem que é indiferente, que é um ser humano rudimentar, dá-se-lhe uma picada, tudo bem.
(...) E mesmo se o ser humano que vai ser eliminado é um ser rudimentar, a tolerância está em ignorá-lo ou em protegê-lo?"
António Pinto Leite, Advogado, In EXPRESSO (Revista), de 6 de Junho de 1998, pág. 18.
"Uma sociedade que necessita de recorrer à interrupção voluntária da grvidez é uma sociedade atrasada.
(...) Os grandes fornecedores dos locais onde se pratica o aborto clandestino são as pessoas que desinforam sobre o planeamento familiar."
Strecht Monteiro, médico e ex-deputado do PS, In PÚBLICO, de 23 de Fevereiro de 1997, pág.21.
"Os poucos médicos que aceitam acatar a vontade destas mulheres fazem-no apenas por dinheiro, são ambiciosos sem escrúpulos, que não merecem usar o título de médicos. Muitos deles acabam a sua vida em desespero, alguns suicidam-se, outros transformam-se em grandes activistas das campanhas contra o aborto. Nenhum tem paz.!"
Prof. Dr. Daniel Serrão, professor universitário, in AGÊNCIA ECCLESIA, de 30 de Outubro de 1996, pág. 3.
"Objectivamente, o aborto provocado (morte, causada directa ou deliberadamente, do ser humano embrionário) é um homicídio e particularmente grave, por atentar contra a vida de seres humanos inocentes e indefesos.
(...) Repugna especialmente admitir que o ser humano em gestação possa ser sacrificado, segundo uma lógica utilitarista e voluntarista, ao bem estar e ao desejo dos progenitores.
A lei permissiva que consente e favorece a prática do aborto é ilegítima, mesmo se dotada de validade formal: nem tudo o que é legal é legítimo (v.g. a legislação anti-semita de Hitler, a repressão legal dos dissidentes na União Soviética). Não é sequer lei (...), mas corrupção da lei e violência".
Dr. Mário Bigotte Chorão, jurista, in AGÊNCIA ECCLESIA, de 30 de Outubro de 1996, pág. 5.
"(...) que seja explicitamente dito como se faz a contagem, porque se contam as semanas como dá jeito. É perfeitamente aleatório. Uns contam a partir do primeiro dia da última menstruação, outros a partir do momento da concepção. É preciso saber de que semanas estamos a falar".
Dr. Santos Jorge, médico, in PÚBLICO, de 27 de Outubro de 1996, pág. 5.
"(...) não é procedente o argumento que evidencia a precariedade afectiva e económica da sua vida futura por não ter o afecto da mãe ou por ser abandonado. Incumbe ao Estado e às instituições privadas a função de preencher esse vazio".
Prof. Jorge Bacelar Gouveia, professor universitário, in Diário de Noticias de 15 de Maio de 1995.