Demografia: O Retrato do País - Dados da Pordata
A estratégia dos sindicatos de professores é suicida. A estratégia de minimização dos danos e de criação de alternativas para a ocupação dos professores dos quadros que o MEC está a seguir é a única que convém aos docentes.
O MEC faz bem em colocar os docentes dos quadros sem componente letiva a lecionar nos centros de formação profissional do IEFP. Faz bem em integrar na componente letiva dos alunos a primeira hora de actividades de enriquecimento curricular. No médio prazo, é preciso ainda mais. Vejo como inevitável a reconversão profissional de milhares de professores que ainda estão muito longe da idade da reforma e que a redução progressiva do número de alunos vai tornar excedentários nas escolas. Essa reconversão passa sobretudo pela aquisição de conhecimentos que habilitem os docentes excedentários a trabalhar com idosos. A frequência de pós-graduações em gerontologia e em intervenção social e comunitária permitirá a reconversão de muitos docentes dos quadros que, no curto e no médio prazo, ficarão sem componente letiva em consequência da redução do número de alunos.
A alternativa à reconversão profissional é muito pior: o desemprego.
Os sindicatos de professores ignoram propositadamente esta realidade e empurram os professores para um combate que os leva ao suicídio profissional. Os sindicatos colhem frutos no curto prazo, garantindo a quotização de mais professores, mas perdem no médio e longo prazo em resultado da degradação da imagem social e da autoridade dos professores. Corremos o risco de ver acontecer aos professores o mesmo que aconteceu a outros grupos profissionais que se deixaram instrumentalizar pelos sindicatos socialistas e comunistas. Estou a lembrar-me dos mineiros no Reino Unido nas décadas de 80 e 90 do século passado e nos trabalhadores dos estaleiros navais e da siderurgia, em Portugal, há vinte anos atrás.
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