domingo, 26 de outubro de 2014

Mulher grávida e mãe



Mulher, teria sido teu filho, para beber-te
o leite dos seios como de um manancial,
para olhar-te e sentir-te a meu lado e ter-te ...

no riso de ouro e na voz de cristal.

Para sentir-te nas veias como Deus num rio
e adorar-te nos ossos tristes de pó e cal,
para que sem esforço teu ser pelo meu passasse
e saísse na estrofe - limpo de todo o mal -.

Como saberia amar-te, mulher, como saberia
amar-te, amar-te como nunca soube ninguém!
Morrer e todavia
amar-te mais.
E todavia
amar-te mais
e mais.


Pablo Neruda

Textos de Outubro da rúbrica Algarve pela Vida da Rádio Costa D'oiro


 


Dia 30 de Setembro 2014- Terça-Feira

 

Como diz o psiquiatra Pedro Afonso, há algumas semanas atrás, a revista Sábado fez capa com o título: Há cada vez mais casais "felizes" que têm mais dinheiro e tempo para tudo... Não têm crianças por opção e são cada vez mais em Portugal".

O título era reforçado pela imagem de dois jovens  fisicamente atraentes, deitados na relva e com sorrisos abertos.

Este é um excelente resumo do modelo de sociedade que foi sendo criado nos últimos anos entre nós; este é um modelo atual de felicidade no qual os filhos não fazem parte.

É provável que a natalidade só aumente significativamente daqui a umas décadas, quando as revistas mostrarem nas suas capas que afinal aquele casal sem filhos, outrora feliz, há muito que está separado. Ambos estão envelhecidos, talvez medicados com antidepressivos, e dominados por um enorme sentimento de solidão.

 

      

Dia 1 de Outubro de 2014- Quarta-Feira

 

Um novo estudo britânico prevê que, em 2020, metade dos jovens de 16 anos da Grã-Bretanha terão famílias monoparentais e que  mesmo hoje só 57% é que  vivem com o pai e a mãe.

O relatório acrescenta ainda, conforme a suposição comum, que as crianças cujos pais são separados têm significativamente mais probabilidade de falhar na escola, têm baixa auto-estima, dificuldades nos relacionamentos, de comportamento e ansiedade ou depressão.

A Dra. Samantha Callan, uma das co-autoras do relatório, disse que a "norma social" de ter filhos fora do casamento precisa mudar a fim de reverter o número crescente de famílias sem pais. "Existe uma visão predominante na sociedade que, quando as coisas não vão bem num relacionamento, isso significa que o fim está próximo", disse ela. "Mas todos os relacionamentos estão sob pressão; você precisa ter um compromisso como o casamento para que saiba que não vai fugir”.

A estabilidade reforço a auto-estima dos filhos.

 

Dia 2 de Outubro de 2014- Quinta-Feira

 

Rosa Pich é uma catalã com 16 filhos e numa recente entrevista contou algo sobre a sua experiência familiar

Para esta mãe, a criança precisa de um pai que a pique com a barba e de uma mamã que, com o seu odor feminino, a conforte.

Diz esta mãe que, para si, o amor é um fogo que há que alimentar diariamente. Não é uma chispa que vai e depois desaparece; é algo que tem de continuar a ser trabalhado, reforçando-o cada dia. Assim quando não há chama, acendê-mo-la

O amor não são só sentimentos, mas também é algo de cerebral. Necessita da vontade e da decisão de alguém que diz, eu quer amar esta pessoa, quero amar o seu bem. Mas também é necessário que exista sinceridade. Há que dizer ao outro o que cada um necessita e lhe gosta em cada momento para que ambos se façam mutuamente felizes.

 

 

Dia 3 de Outubro de 2014- Sexta-Feira

 

Maxine e Don Simpson são verdadeiramente um exemplo de amor eterno.

Aquela promessa feita em cada casamento foi para o casal californiano uma realidade vivida durante 62 anos. “Até que a morte nos separe”, e foi exatamente assim:  morreram de mãos dadas.

Como foram na vida, da mesma forma foram no leito de morte: inseparáveis.

Ela tinha câncer, e ele tinha fraturado o quadril. Don tinha consciência de que a mulher morreria. Foram juntos, como gostariam e de mãos dadas, com a distância de poucas horas um do outro.

Após o casamento, que aconteceu em 1952, adotaram dois filhos. “Faziam sempre tudo juntos”, disseram entre lágrimas os parentes. “Nunca se separaram e nem mesmo a morte os separou. Na internet está a foto, dos 2 mortos de mão dada. Verdadeiramente uma história de amor até ao fim.

 

Dia 6 de Outubro de 2014- Segunda-Feira

 

Com diz o psiquiatra Pedro Afonso, vivemos numa sociedade de consumo, materialista, individualista, que não compreende a renúncia e que tem alguma aversão ao compromisso, pois considera-o incompatível com a liberdade.

Sabemos que ter filhos é, na verdade, um compromisso que obriga a muitas renúncias e sacrifícios que se vão tornando cada vez mais difíceis na atual sociedade de hiperconsumo.

Perante estas prioridades, facilmente se compreende que seja difícil, senão mesmo impossível, conciliá-las com o nascimento de filhos.

Por isso, o problema da natalidade não se resolve por decreto-lei. Trata-se antes de um problema social com raízes mais profundas, relacionadas com uma sociedade emersa na cultura do efémero, hedonista e desvinculada da família

Seja como for, o Estado deve ter dois papéis importantes: ser um "facilitador", e não um obstáculo para todos aqueles que querem ter filhos, e ser um defensor da justiça fiscal, criando um sistema fiscal verdadeiramente "amigo da família".

 
 

 Dia 7 de Outubro de 2014- Terça-Feira

 

O coração de um feto a bater com 7 semanas de gestação pode ser visto no YouTube, na internet. .

Porém, de acordo com a atual lei portuguesa até às 10 semanas de gestação qualquer destes fetos pode ser eliminado, por qualquer motivo que nem sequer se torna necessário explicar.

Ora, como facilmente se depreende o corpo da mulher não tem 2 corações a bater.

Por isso, um feto, ainda que alojado no interior da barriga de uma mulher, não faz parte integrante desse mesmo corpo, até porque quando saí do corpo da mulher grávida, esta não perde nenhuma parte desse seu corpo, mantendo-o na íntegra.

Só quem não quer ver o que a própria ciência nos diz, é que pode defender que não estamos perante 2 seres humanos distintos, o da mãe e o do seu filho.

 

Dia 8 de Outubro de 2013- Quarta-Feira

 

Como diz José Luis Nunes Martins, cada um de nós é aquilo que for capaz de ir construindo de firme e duradouro a cada dia por entre todas as tempestades da vida

Há uma distância fundamental entre as palavras e os gestos de cada homem. As palavras prometem mundos, os gestos constroem-nos. As palavras esclarecem pouco, os gestos definem quase tudo.

O amor é um projeto, uma construção que necessita de ser realizada a cada dia. Sem grandes discursos. Qualquer hora é tempo de amar. Se o amor é verdadeiro, não há tempos de descanso, porque o silêncio no coração dos que buscam lutar contra as trevas dos egoísmos é a paz mais profunda e o maior descanso... ainda que se cravem espinhos na carne, ainda que não sarem as feridas antigas, ainda que a esperança tenha pouco mais onde se apoiar do que nela própria.

Cada um de nós é aquilo que for capaz de ir construindo de firme e duradouro a cada dia por entre todas as tempestades da vida.

 

 

Dia 9 de Outubro de 2014- Quinta-Feira

 

O doador de memórias é o novo filme que nos fala acerca dos riscos do livre arbítrio, das emoções contra a passividade amorfa e robotizada.

O desafio da vida na sua plenitude, com dores, alegrias e sofrimento ou uma vida de engano e de mentira e alienação.

Um filme a favor da vida com todas as coisas boas e más que tem e não a favor de uma vida ideal e idílica que não existem em nenhum lado da realidade..

Quem sabe que a vida tem altos e baixos e aceita-a tal como é.

Quem pretende que a vida seja sempre perfeita, ironicamente, muitas vezes, é contra a vida e defende a eutanásia ou o aborto.

Este filme “O doador de memórias” desafia-nos a pensar neste paradoxo.

 

Dia 10 de Outubro de 2014- Sexta-Feira

Diz José Luis Nunes Martins, é pois importante procurar a vontade do outro, e encontrarmo-nos nela, sermos o melhor que ele pode receber e merecer...

Amar é arriscar tudo, sem garantia alguma. Apenas com a fé de que, no amor, nos cumprimos...

Amar é desprender-se e perder-se... abrir-se e abandonar-se à vontade de ser feliz.

Só o amor permite que se cumpra a mais essencial de todas as promessas da existência: Uma vida com valor e verdade.

Quem ama não promete... dá.

 

 

Dia 13 de Outubro de 2013- Segunda-Feira

 

A natalidade em Portugal voltou a cair nos primeiros oito meses deste ano. Até 31 de Agosto de 2014, houve menos 957 recém-nascidos a efectuar o diagnóstico precoce, o chamado “teste do pezinho”.

Se a tendência continuar nos próximos meses, Portugal voltará a bater um recorde negativo em termos de natalidade. Em 2013, houve já um decréscimo de cerca de menos 7 mil nascimentos.

Desde 2000, exceptuada uma ligeira folga em 2008,  o país vêm registando um saldo natural negativo desde há seis anos, isto é, morre mais gente do que nasce.

Em 2013, por exemplo, houve mais 23.756 funerais do que partos. E parecem criadas as condições para que, no final deste ano de 2014, a tendência se mantenha

Portugal, dentro de alguns anos poderá ter apenas metade da sua população, regredindo quase à populção da idade média

 

 

 Dia 14 de Outubro de 2014- Terça-Feira

 

Como diz José Luis Nunes Martins, há muito quem sonhe e passe o tempo a desejar o que não é... esperam e desesperam por algo que lhes há de chegar de fora... rejeitando quase tudo quanto são, quando, na verdade, é com o que temos e somos que devemos ser felizes, por pouco e por pior que seja... somos nós.

Mas nós não somos quem somos só para nós mesmos. Eu sou quem sou, mas só o serei se for capaz de me encontrar com os outros. Ser humano é ser relacional. Ser é sempre ser com o outro. Ninguém se vê só a si quando se olha por um espelho. Ser é amar. Dar-se... sem grandes sonhos ou promessas, com pequenos gestos, na heroica coragem de acreditar que não são nem as palavras nem os desejos que nos devolvem ao céu.

 

 

Dia 15 de Outubro de 2013- Quarta-Feira

 

Com diz  Miguel Nogueira de Brito, "(...)o princípio da comunidade corresponde ao ponto a partir do qual a função social da propriedade deixa de incumbir ao legislador e passa a constituir um imperativo ético individual" .

Por esta via, qualquer pessoa que tenha dinheiro, casas, carros, etc.. deve colocá-los ao serviço de colegas, amigos e vizinhos que, por motivo de contexto pessoal, profissional ou familiar não o têm.

Isto pressupõe um enorme sentimento de desprendimento que é muito raro encontrar.

Se virmos bem tem sido a ganância pelos bens materiais que, ao longo da história, tem vindo a destruir famílias tanto nos tribunais como nos campos de batalha.

Uma coisa é certa, há que promover uma revolução que passe 1º por uma mudança de mentalidades. Poderá demorar gerações, mas há que começar já !

 

 

Dia 16 de Outubro de 2014- Quinta-Feira

 

Como diz José Luis Nunes Martins, cada homem encontra em si forças contrárias que estão em guerra permanente.

Estes extremos nunca se anulam e parece não haver possibilidade alguma de se descobrir um equilíbrio entre eles. Somos este ser onde, a cada dia, infindas lutas se travam entre tendências contrárias, este mar de tempestades sem fim… Assim é o homem. Assim somos nós. Assim sou eu.

Somos um teatro de contradições e discordâncias. Palcos de batalhas sangrentas. Peões numa circunstância caótica que em nada se adequa à paz para a qual parecemos ter sido criados.

Mais, quase nada é linear ou previsível. A vida de cada um de nós é feita de saltos repentinos, de oscilações abruptas. A todo o momento tudo pode mudar.

Mais ainda, cumpre-nos dar sentido às nossas escolhas, dar um sentido à nossa vida. Um mesmo episódio pode ser interpretado de diversas formas, diferentes entre si, contrárias… Cabe-nos escolher a luz que deve iluminar o que está à sua volta. Escolhe-se a forma como se vê o mundo, e assim se escolhe o mundo em que se vive. Mas sempre, sempre, numa tensão permanente entre extremos opostos

Dia 17 de Outubro de 2014- Sexta-Feira

Como diz José Luis Nunes Martins, encarcerados nunca seremos autênticos, devemos pois libertar-nos de tudo quanto nos pesa, de forma especial das coisas materiais, romper com as teias dos sonhos que nos inebriam e incapacitam de sair de nós mesmos para o mundo, de criar mundo... sem esperar nada, a não ser conseguirmos chegar ao melhor de nós mesmos...

Este desprendimento não será prudente aos olhos do mundo, mas é essencial confiar e seguir adiante, até porque as coisas e as pessoas são o que são, independentemente da forma como os olhos do mundo as veem, sentem ou pensam


Dia 20 de Outubro de 2014- Segunda-Feira

Como diz José Luis Nunes Martins, por vezes o desespero apodera-se das esperanças e a angústia parece absoluta.

Há ambiguidades que merecem ser admiradas. Se, por um lado, ansiamos por algo muito melhor do que aquilo que temos aqui e agora, por outro, quando confrontados com a possibilidade de o alcançarmos, quase todos começamos a valorizar o que antes era insignificante. Como se só valorizássemos o que estamos prestes a perder…

Talvez não haja bifurcações diante de nós, em que tenhamos que escolher apenas um dos caminhos… talvez o caminho seja apenas um… em que ou se faz caminho para diante… ou para trás.

A única verdadeira tensão que existe em mim é entre o que fui e o que quero ser




 
Dia 21 de Outubro 2014- Terça-Feira
   Como referiu a Drª Anabela Conceição, psicóloga da Santa Casa da Misericórdia de S brás de Alportel, “ Numa sala cheia de ouvintes, um grande orador fazia questão de repetir mais que uma vez: “Não é à toa que nós nascemos chorando, é porque sabemos a “barra” que vamos enfrentar na vida. Aqui temos momentos felizes e momentos menos felizes, como se fosse uma montanha russa. Momentos em que estamos muito bem e outros em que não estamos por isso temos que pensar que quando estamos mal vai melhorar, assim como se tiver muito bem não vai demorar muito tempo porque passará a estar mal”. É importante que se saiba como resistir nos momentos menos bons que segundo William “ao que tudo indica, o sucesso é apenas uma questão de continuar a andar quando os outros desistiram”.
   Para se chegar ao topo da escada é necessário subir degrau a degrau com cuidado não vá um deles partir-se e provocar a inevitável queda. Caso isso aconteça só restam duas hipóteses: desistir ou voltar a subir. E aqui reside a diferença enquanto uns recomeçam com a mesma motivação, outros simplesmente desistem.”
 
Dia 22 de Outubro de 2014- Quarta-Feira
 
  Outubro. Decorreu o sínodo da família e ouve em Roma logo no início do mesmo, uma vigília na noite vespertina do início do mesmo. Milhares de fieis encheram a praça de S Pedro para se unirem em oração ao Papa e a toda a Igreja que tem este desafio e esta grande responsabilidade de pensar a família.
 A família está em crise, os valores estão em crise, aumentam os números de divórcios e de re-casamentos. Há que agir. Mas agir à luz da fé. A família tem de defendida e protegida e ajudada para não fracassar.
 No dia 5 deste mês, primeiro dia do sínodo uma das coisas que o Papa pediu foi para que em família se lesse a Bíblia.
 Que a Bíblia não seja apenas um livro para se ter em casa porque toda a gente tem e porque faz parte da cultura, mas que seja um livro para ser lido e vivido como o pede o Papa.
 
Dia 23 de Outubro de 2014- Quinta-Feira
 
  Reciclar, reaproveitar, renovar.. Palavras do nosso dia a dia. A estas vem-se juntar outra: “Refood” ou Realimentar.
  A iniciativa Re-food partiu desta organização de voluntariado, criada para alimentar quem mais precisa, aproveitando excedentes alimentares.” Definição publicada no facebook.
 Hoje mais do que nunca é preciso ajudar. É preciso olhar à volta para quem está mais próximo, para quem necessita.
 Não é preciso ir em missão para africa ou outros países. Aqui, ao nosso lado, no nosso país, no nosso bairro, há infelizmente muitas famílias, muitas pessoas que não têm o básico para viver dignamente.
 Parabéns a esta organização, parabéns aos voluntários! São iniciativas destas e ajudas destas que mostram que afinal este mundo é humano, que há pessoas boas apesar das notícias tantas vezes deprimentes e imagens de guerra a que assistimos.
Ajude também.
 
Dia 24 de Outubro de 2014- Sexta-Feira
 
  O prémio Nobel da Paz foi atribuído este ano a Malala com apenas 17 anos. Uma frase que referiu é a já conhecida: “uma criança, uma professora, uma caneta e um livro, podem mudar o mundo”.
 Vale a pena mostrar este exemplo de uma jovem que luta por aquilo em que acredita mesmo que lhe possa custar a vida.
 Um exemplo para os nossos filhos verem o bem que têm em poder ir à escola, ter a sorte de ter possibilidade de estudar, aprender a ler e escrever para mais tarde terem mais hipóteses de encontrar um emprego melhor.
 Nas alturas em que não apetece fazer os trabalhos de casa ou estudar mais para ter uma melhor nota, vale a pena lembrar e pensar que há crianças que não têm a mesma sorte, não por não quererem, mas por não poderem.
Dia 27 de Outubro de 2014- Segunda-Feira
   “Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida”. Este lindo poema de António Gedeão dá-nos ânimo nos dias que correm. Sonhe, não deixe de sonhar. Otimismo, sempre. Nem a crise, nem nenhum acontecimento aparentemente menos bom nos deve levar ao desanimo.
Há situação muito difíceis, mas há que ter a certeza que melhores dias virão.  Pode sonhar-se sempre, em qualquer altura ou etapa da vida.
 Não desistir, não baixar braços, procurar alternativas, outras soluções.. como diz o proverbio “tudo tem solução, menos a morte”.
 “O sonho comanda a vida”. Se deixamos de sonhar, deixamos de ter incentivos próprios para lutar um dia e outro e outro.
Dia 28 de Outubro de 2014- Terça-Feira
                  
  Relembrando uma história contada pela Drª Anabela Conceição, psicóloga da Santa Casa da Misericórdia de S brás de Alportel:
  “Eis a história de um Delegado de Informação Médica que vivia no Brasil mas queria ir trabalhar para os Estados Unidos. Para ocupar o cargo teve que se submeter a oito entrevistas mas todas com sucesso. Só lhe faltava a última que iria ser feita pelo Presidente que vinha de prepósito de outro país.
  Eis que chegou o grande dia como tal teve o cuidado de vestir a melhor camisa, o melhor fato, a melhor gravata, os melhores sapatos, enfim, tudo perfeito para finalmente atingir o seu grande sonho. Quando chegou junto do prédio onde ia ser entrevistado, ao estacionar o seu carro, outro condutor estacionou e ele abriu o vidro e fez um gesto menos correto.
  Depois de estacionar apresentou-se junto da administrativa para a entrevista e aguardou pela hora marcada. Ao entrar na sala acompanhado da mesma imagine-se quem estava do outro lado da secretária?! O Presidente da empresa, aquele a quem ele tinha acenado com o tal gesto. Resultado, não foi admitido e desenvolveu um cancro de estomago acabando por morrer pouco tempo depois.
    Ele ficou muito mal porque era o seu grande sonho e fez tudo para o conseguir, só faltava aquela entrevista e por causa de um simples gesto foi embora. Levou oito segundos para destruir aquilo que tinha conseguido em oito anos.
  Este é um dos muitos casos que acontece diariamente. Os indivíduos têm determinadas atitudes perante os outros porque pensam estar num patamar mais acima, e mesmo que estejam, esquecem que num instante podem descer e os outros passam por eles. “
Dia 29 de Outubro de 2013- Quarta-Feira
 
  Em 1920, a filósofa russo-americana, Ayn Rand, disse uma frase que se pode, infelizmente, aplicar aos dias de hoje: “ Quando você perceber que , para produzir, precisa obter a turização de quem não produz nada;  Quando comprovar que o dinheiro flui, não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos por favores e influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas pelo contrário são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar,sem medo de errar, que a sociedade está condenada”.
  São palavaras claras, duras mas pessimistas. Temos de acreditar que é possível mudar a sociedade para que não fique condenada como afirmava Ayn Rand. Para que isso aconteça há que cada um arregaçar mangas e dar exemplo pela positiva. Se todos agíssemos assim, não haveria tanta corrupção.
 
  
Dia 30 de Outubro de 2014- Quinta-Feira
 
 Amanhã á noite celebra-se, se é que assim se pode dizer, o Halloween. É uma festa pagã, onde sobretudo nos EUA é muito vivida. Noite de máscaras horripilantes, bruxas, esqueletos e abóboras assustadoras. O famoso “doce ou partida” é ouvido em cada bater de porta.
 Em Portugal, a moda está pegar.
 Mas, não nos enganemos nem esqueçamos, a noite de 31 é a véspera de todos os santos
Aliás a origem da palavra vem da contração da expressão escocesa: Allhallow-Eve.Véspera de Todos os Santos.   dia de festa, pois nos recorda que podemos ser santos! E deveria isso sim, levar-nos a pensar na morte com esperança.
 Esperança de que a vida não acaba aqui. Alegria, paz, santidade e esperança na vida eterna.
Dia 31 de Outubro de 2014- Sexta-Feira
 Como educar na era digital? Com dois ou três ou mais dispositivos eletrónicos, em cada lar.
 As crianças de hoje têm tudo num simples carregar de botão. Não sabem o que é ir para uma biblioteca procurar livros sobre determinada matéria, ler vários livros sobre uma questão. Hoje todas as respostas a qualquer pergunta surgem em questão de segundos com o fenómeno da internet e com proliferação dos dispositivos móveis.
 Tudo isto altera a forma de estar na sociedade, em família, na escola.
 As relações tornam-se mais frias, impessoais, mas a informação circula a uma velocidade impressionante. Se por um lado traz vantagens, por outro trás inconvenientes pois habituamos as crianças a não pensarem por elas próprias. A resposta aparece no carregar de um botão. Não há raciocínio, não há questionar, por em causa, duvidar e crescer com convicção.
 Há que educar para pensar nesta era digital onde há grandes vantagens e facilidades práticas para o dia a dia, mas onde é preciso acompanhar os passos das crianças por estas áreas e tecnologias digitais para que não se tornem escravos delas nem se alheim à vida real.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dia 03 de Novembro de 2014- Segunda-Feira
   
   Entramos no mês de Novembro que é especialmente dedicado aos fieis defuntos.
 Mês que nos recorda que a vida aqui na terra é passageira. Tudo se consome e desaparece. Tudo se esvai. Para a vida eterna ficam os tesouros do ceú, a bondade, a caridade, a atenção ao outro.
  Ser altruísta, ajudar quem precisa, participar em ações de voluntariado.. Tudo isto é que o mais nos enriquece individualmente e são os tesouros que vamos amontoando no ceú.
 Sempre se ouviu dizer que “o mais importante não é ter, mas ser”. Ser alguém disposto a ajudar sempre, que não se fecha sobre si próprio com considerações vãs de como vai ser a vida num futuro próximo e sem querer controlar tudo.
 A vida passa num instante e não somos donos dela. A vida não é difícil, difícil é saber viver. Saber viver neste mundo materialista, de capitalismo exacerbado
 Muita gente vive num ativismo impressionante que não têm tempo para uma única pausa e agarra-se ao trabalho de tal forma que descuidam de quem está à volta.
 Não pode ser assim. Por a vida ser curta e passar a correr, temos de a viver com sabedoria.
 Dar importância ao que de facto tem importância, como cuidar dos filhos, dar-lhes alegria e não dois berros mal chegamos a casa cansados de um dia de trabalho.
 São os pequenos pormenores que fazem a diferença e que são lembrados para a vida toda.


sábado, 18 de outubro de 2014

A luz que de noite resplandece



 
 
Declaração final do Sínodo Extraordinário dos Bispos (18 de Outubro de 2014)

 

Existe, antes de tudo, os grandes desafios da fidelidade no amor conjugal, do enfraquecimento da fé e dos valores, do individualismo, do empobrecimento das relações, do stress, de um alvoroço que ignora a reflexão, que também marcam a vida familiar.

Assiste-se, assim, a não poucas crises matrimoniais enfrentadas, frequentemente, em modo apressado e sem a coragem da paciência, da verificação, do perdão recíproco, da reconciliação e também do sacrifício.

 Os fracassos dão, assim, origem a novas relações, novos casais, novas uniões e novos matrimônios, criando situações familiares complexas e problemáticas para a escolha cristã.

Entre estes desafios queremos evocar também o cansaço da própria existência.

Pensemos no sofrimento que pode aparecer num filho portador de deficiência, numa doença grave, na degeneração neurológica da velhice, na morte de uma pessoa querida. É admirável a fidelidade generosa de muitas famílias que vivem estas provações com coragem, fé e amor, considerando-as não como alguma coisa que é arrancada ou infligida, mas como alguma coisa que lhes é doada e que eles doam, vendo Cristo sofredor naquelas carnes doentes.

Pensemos às dificuldades económicas causadas por sistemas perversos, pelo “fetichismo do dinheiro e na ditadura de uma economia sem rosto e sem um objetivo verdadeiramente humano” (Evangelii Gaudium 55), que humilha a dignidade das pessoas.

Pensemos ao pai ou à mãe desempregados, impotentes diante das necessidades também primárias de suas famílias, e aos jovens que se encontram diante de dias vazios e sem expectativas, e que podem tornar-se presa dos desvios na droga e na criminalidade.

Pensemos também na multidão das famílias pobres, àquelas que se agarram em um barco para atingir uma meta de sobrevivência, às famílias refugiadas que sem esperança migram nos desertos, àquelas perseguidas simplesmente pela sua fé e pelos seus valores espirituais e humanos, àquelas atingidas pela brutalidade das guerras e das opressões.

Pensemos também às mulheres que sofrem violência e são submetidas à exploração, ao tráfico de pessoas, às crianças e jovens vítimas de abusos até mesmo por parte daqueles que deveriam protegê-las e fazê-las crescer na confiança e aos membros de tantas famílias humilhadas e em dificuldade.

“A cultura do bem-estar anestesia-nos e (...) todas estas vidas ceifadas por falta de possibilidades nos parecem um mero espetáculo que não nos incomoda de forma alguma” (Evangelii Gaudium, 54).

(…..)

Cristo quis que a sua Igreja fosse uma casa com a porta sempre aberta na acolhida, sem excluir ninguém.

(….)

Existe, contudo, também a luz que de noite resplandece atrás das janelas nas casas das cidades, nas modestas residências de periferia ou nos povoados e até mesmos nas cabanas: ela brilha e aquece os corpos e almas.

Esta luz, na vida nupcial dos cônjuges, acende-se com o encontro: é um dom, uma graça que se expressa – como diz o Livro do Génesis (2,18) – quando os dois vultos estão um diante o outro, numa “ajuda correspondente”, isto é, igual e recíproca.

O amor do homem e da mulher nos ensina que cada um dos dois tem necessidade do outro para ser si mesmo, mesmo permanecendo diferente ao outro na sua identidade, que se abre e se revela no dom mútuo.

É isto que manifesta em modo sugestivo a mulher do Cântico dos Cânticos: “O meu amado é para mim e eu sou sua...eu sou do meu amado e meu amado é meu”, (Cnt 2,16; 6,3).

Sofrer sem incomodar

Vivemos num tempo em que o sofrimento é visto como algo vergonhoso. Em que as pessoas devem manter as suas dores sob controlo a fim de que os outros sejam poupados ao peso do que entendem não ser seu.… um sofrimento sem expressão… tão escondido como um qualquer pecado obsceno.
São poucos os que querem que a luta interior de alguém seja uma luta comum... Temem-se as dores, mas teme-se mais ainda o seu inevitável contágio a que alguns chamam partilha. Amor.
Mesmo depois de uma grande perda, o luto é uma luta que não deve ser travada longe dos outros. Cada um carrega o seu fardo, mas se o partilhar, a viagem torna-se menos penosa. Porque se aliviam, um pouco, a pena e a solidão.
Claro, há muitas simpatias e compaixões, mas a maior parte delas é apenas aparente. São cada vez menos os que conseguem prestar uma ajuda desinteressada a quem precisa.
As alegrias não incomodam tanto como as tristezas. Embora em ambos os casos seja raro haver partilha.
Vivemos numa enorme tapeçaria de aparências: os egoísmos, disfarçados de coisas belas, escondem podridões... mentiras sempre assumidas de um modo diplomático e inteligente. Afinal, todos temos os nossos problemas – dizem.
Escondo-me nuns óculos escuros, porque não quero que vejam as minhas lágrimas. Visto-me de preto, para me esconder na noite de mim mesmo, quero passar despercebido, oculto, silencioso… não quero incomodar ninguém. Não quero que a minha tristeza estrague a vida de mais ninguém... tenho medo.
Mas é o medo que nos impede de sermos felizes. Porque quem tem medo, não ama, e quem não ama não é feliz.
 
Por José Luís Nunes Martins
publicado em 18 Out 2014 "i"

Curso de planeamento familiar

 
 

A Associação Família e Sociedade vai realizar mais uma edição do curso de Métodos Naturais de Planeamento Familiar, nos dias 8 e 15 de novembro de  2014 (das 14h30 às 19h), em Lisboa, no no Auditório da Rádio Renascença (R. Ivens 14).  

A inscrição inclui, para além do curso teórico: documentação, entrevista com médico/ monitor de PFN; aconselhamento semanal ou quinzenal do casal, para reforço da aprendizagem durante 3 meses. 
Inscrição: 50 euros (Casal); 40 euros (Profissionais da área da saúde) (Se o factor económico for impeditivo para frequentar o curso, queira contactar-nos.)
Envia-se a ficha de inscrição em anexo.
 
Caso seja necessário alguma informação adicional poderão contactar a Associação preferencialmente por email:
familiasociedade@sapo.pt ou pelo telefone 21 314 95 85 

 Planeamento familiar natural
  
O Planeamento familiar Natural torna o casal apto a reconhecer, pela auto-observação, em que momentos é fértil ou infértil, de modo a orientar as suas relações conjugais conforme deseja conseguir ou adiar a gravidez.
 
 
Estes métodos são totalmente inócuos pois não interferem no normal funcionamento do aparelho reprodutor da mulher ou do homem.
 
A eficácia do Método Billings e do Método Sintotérmico é comparável à eficácia da pílula.
 
Vantagens:
 
• Não são difíceis de aprender
• São seguros
• Não implicam despesas
• Fortalecem a relação do casal
• Estão ao alcance de todos

 

A Felicidade e Harmonia conjugal estão relacionadas com opções que o casal faz no campo da Regulação da Fertilidade

 

  

É eficaz, Vale a pena tentar!  
Para saber mais, ligue-se a:
· http://www.youtube.com/watch?v=CQP4WJz-BNg (apresentação sobre Planeamento Familiar Natural) · http://www.woomb.org/bom/lit/teach/index_pt.html (Método de Billings) · http://archive.irh.org/resources-SymptothermalMethod.htm (Método Sintotérmico)

 

Frequente o CURSO DE METODOS NATURAIS DE PLANEAMENTO FAMILIAR
 

Conteúdos do curso

 

O que é a Regulação natural da fertilidade

Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e masculino

Indicadores de fertilidade

 O Método Billings

O Método sintótermico

Sexualidade responsável

O papel do marido e da mulher

 

 

Descrição: logotipo_AFS_2010.jpg

NOVA MORADA

Rua do Lumiar 76 / 1750-164 Lisboa

Telf: 21 314 95 85


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Concupiscência e dom de si

 
 
"O corpo humano na sua masculinidade-feminilidade quase perdeu a capacidade de exprimir esse amor, em que o homem-pessoa se torna dom, conforme a mais profunda estrutura e finalidade da sua existência pessoal
(...).
O «coração» tornou-se campo de batalha entre o amor e a concupiscência. Quanto mais a concupiscência domina o coração, tanto menos este experimenta o significado esponsal do corpo, e tanto menos se torna sensível ao dom da pessoa que, nas relações recíprocas do h
omem e da mulher, exprime precisamente esse significado.
(...)
Quer forçosamente isto dizer que tenhamos o dever de desconfiar do coração humano ?
Não !
Quer somente dizer que devemos mante-lo sob controlo".

 
João Paulo II.
Teologia do Corpo Audiência Geral de 23 de Julho de 1980

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Adolescentes com Trissomia 21



Hoje em dia os jovens adolescentes com trissomia 21 conseguem ter vidas muito próximas do que se considera ser um padrão: sabem ler e escrever, conseguem exprimir-se, ter um comportamento social adequado, serem muito autónomos em casa e na escola e trabalharem.
Como qualquer adolescente têm os seus gostos, as suas músicas favoritas, os seus amigos, as suas paixões.
Mais do que nunca na adolescência, tal como os outros jovens, despertam para a sexualidade.
É muito importante ...dar-lhes informação clara e acessível tal como faríamos com outro adolescente, de modo a terem sempre um comportamento adequado, insistindo uma e outra vez usando sempre a mesma argumentação, clara e concisa.
 
 
Fonte: Pais 21

O REAJUSTAR DA AMIZADE INCONDICIONAL


 


“Já não existem amizades como antigamente” é uma frase que passa de boca em boca com alguma frequência e de certo modo corresponde à realidade de quem as vivenciou em épocas anteriores. Mas a sociedade mudou e os valores também se alteraram. Vive-se num período em que a amizade é um meio para atingir um fim, um sentimento descartável; recorre-se a ela quando há necessidade, atropela-se, esmaga-se se for preciso e “deita-se no lixo” quando já não faz falta. Assim sendo talvez seja importante refletir e encontrar a melhor forma de redefinir o conceito de amizade! Conceito esse que, evidentemente assentará em princípios diferentes dos existentes há por exemplo quarenta anos a trás.

Num velho livro gasto pelo tempo consegue-se ler uma lenda árabe que descreve uma viagem de dois amigos pelo deserto e que em determinado momento tiveram uma grande discussão. Não se sabe o porquê da mesma. Mas o certo é que um deles de tão ofendido que ficou, ainda que não lhe dissesse nada escreveu na areia: “hoje o meu melhor amigo bateu-me na cara”.

Continuaram a caminhar e assim que chegaram junto de um oásis não resistiram e foram tomar banho. O que havia sido esbofeteado começou a afogar-se mas o amigo salvou-o. Ao recuperar, pegou numa pedra e sobre outra pedra escreveu “hoje o meu melhor amigo salvou-me a vida”. Intrigado, o amigo perguntou-lhe porque escrevera na areia quando lhe batera no rosto e numa pedra quando o ajudara no oásis. Sorrindo o outro respondeu-lhe que quando um grande amigo nos ofende, devemos escrever na areia o que o vento do esquecimento e do perdão se encarregará de apagar, porém quando ele nos faz algo de grandioso, devemos gravá-lo na pedra da memória do coração, que vento nenhum do mundo poderá apagar.

Todas as lendas são especiais porque cada individuo que as lê sente-se mais ou menos tocado por elas.

Dalai Lama considera que “o verdadeiro herói é aquele que vence a sua própria raiva e ódio… sem amor não poderíamos sobreviver. Os seres humanos são criaturas sociais e sentir-se valorizado pelos outros é a própria base da vida em comunidade”.

Seja na família, no trabalho ou nos amigos há que apagar da memória os pequenos desentendimentos que surgem diariamente. Por outro lado contrariar aquilo que normalmente acontece e que é lembrar as coisas boas, falar sobre elas e porque não ter a humildade de agradecer. Pois a tendência do individuo é criticar o que está menos bem partindo do pressuposto que quando corre bem é quase uma obrigação daí a ausência de agradecimento.

Fique-se com o pensamento de Charles Chaplin “ às vezes só precisamos de alguém que nos ouça. Que não nos julgue, que não nos subestime, que não nos analise, apenas nos oiça” que se resume numa amizade incondicional.

 
anabelaviegasconceicao@gmail.com

Psicóloga Clínica