segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Clínicas praticavam abortos «ilegais»


A operação realizada esta segunda-feira pela polícia espanhola a quatro clínicas de abortos em Barcelona baseou-se numa investigação que aponta para a «prática reiterada» de interrupções voluntárias da gravidez radicalmente fora do previsto na legislação», segundo os tribunais.


Num comunicado conjunto, o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC) e a Procuradoria asseguram que as rusgas, durante as quais foram detidas pelo menos quatro pessoas, decorreram no âmbito de «uma investigação criminal por factos graves», escreve a agência Lusa.


A operação policial, que terminou pouco depois das 16:00 locais, abrange as clínicas Ginemedex, Emecé, CBM e Barnamedic.


O director das clínicas, Carlos Morin, está entre os detidos, que segundo a Guarda Civil correspondem a pessoas com cargos de responsabilidade nos centros alvos da rusga.


A operação policial, que se desconhece se será alargada a outras regiões espanholas, foi feita com base numa decisão de um juiz de instrução de Barcelona.


No comunicado, a procuradoria garante que se estão a tomar as medidas adequadas para preservar a identidade das utilizadoras dos centros alvos da operação, devendo ser incluídas no processo as histórias clínicas que «ofereçam motivos fundamentados de acusação».


A denúncia foi apresentada pela organização cristã e-Cristians, depois de um documentário de uma televisão dinamarquesa ter sugerido que havia a prática de abortos ilegais nestas clínicas.


Recorde-se que o Código Penal espanhol prevê que quem realize abortos fora dos casos permitidos - saúde mental e física da mãe, malformações do feto e violação - possa ser punido com penas de até quatro anos de cadeia.


Notícia daqui.
Ver mais aqui1, aqui2 e aqui3.

2 comentários:

João Lima disse...

Questiono se este artigo teria sido publicado em Janeiro passado em vésperas do referendo!
Fica aqui bem claro que Espanha, país evocado como exemplo no que respeita à lei do aborto, vê-se actualmente com:
abortos “radicalmente fora do previsto na legislação” dos quais resultaram rusgas a clínicas, durante as quais foram detidas pelo menos quatro pessoas sendo um dos detidos o director das clínicas.

O aborto clandestino, existente em Portugal e as “supostas perseguições” que eram evocadas pelos defensores da actual lei, existe em Espanha !
Fica provado neste artigo: o aborto clandestino não termina com a legalização do aborto! Lamentável que os defensores do aborto tenham, descaradamente, usado da mentira para fazer acreditar que pretendiam acabar com o aborto e com o aborto clandestino.

Liliana F. Verde disse...

Durante o referendo português souberam-se de clínicas que faziam abortos muito para além do permitido pela legislação espanhola... Esses abortos continuam, inclusivamente em 26-11-2007, data da notícia no "Portugal Diário". Mais uma prova de que o aborto não acaba com a sua liberalização. Portugal escolheu, de facto, o pior caminho de todos.