segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Textos da 1ª quinzena de Novembro


 

 

 

 

Textos “Algarve Pela Vida”

Outubro 2013

 

 

 

Dia 29 de  Outubro 2013- Terça Feira

 

Uma sociedade tolerante não é aquela que aceita tudo. Não pode aceitar a guerra da Líbia, a instabilidade do Iraque, ou a violência da China... não aceita o inaceitável.

Não derruba os pilares-base da vida social, nomeadamente o princípio de que a vida humana é inviolável. Esta verdade não é negociável, numa sociedade digna.

A verdade fundacional da democracia é que o ser humano, pelo simples facto de o ser, possui uma respeitabilidade intocável.

No dia em que uma vida humana seja dispensável, quebrou-se o princípio e a vida humana passou a ser um valor relativo.

Se uma sociedade aceitar que algumas pessoas sejam mortas, segundo determinados critérios, ninguém está a salvo, porque nenhum critério resvaladiço subsiste depois de se derrubar o princípio de que a vida humana é inviolável.

 

 

Dia 30 de Outubro de 2013- Quarta Feira

 

Os educadores e psicólogos ressaltam a importância de ensinar as crianças e adolescentes a lidar com as frustrações.

Mas como fazer isso de uma maneira eficiente?

Desde logo, os pais, mães e professores têm que dar exemplo da forma como lidam com as suas frustrações do seu dia a dia, as do trânsito, do trabalho, da esposa, do marido, etc Para lidar com as frustrações temos que fomentar as virtudes da fortaleza, da paciência e da generosidade, saber colocar-se no lugar do outro etc.

São as virtudes humanas que proporcionarão a sabedoria para superar com alegria e bom humor as inúmeras contrariedades que a vida nos traz e trará no futuro.

 

  

Dia 31 de Outubro de 2013- Quinta Feira

 

Um casal precisa ter objetivos vitais comuns.

A vida conjugal é uma canoa com dois remos.

Por isso, um casal precisa dividir momentos juntos, porque a voragem cotidiana pode criar uma certa distância, de maneira que aquilo que deveria ser tão perto, fica tão longe.

O zelo comum pela educação e formação dos filhos é um dos melhores termômetros do grau de amor conjugal.

Um casal deve fomentar o respeito mútuo, porque não há amor sem respeito; deve saber administrar o tempo livre;  deve repartir as tarefas domésticas de forma equitativa e zelar por uma boa comunicação, porque, além de saber escutar e falar, é preciso um esforço por entender e, muitas vezes, ceder.

Viver o espírito dessas pequenas coisas – o cuidado recíproco, esse estar pendente do outro ao longo dia – não é fácil, sobretudo numa sociedade que, cada vez mais, quer que vivamos para trabalhar e não trabalhar para vivermos.

 

Dia 1 de Novembro de 2013- Sexta Feira

  

Hoje em dia, há um grande desejo de viver, sobretudo por parte dos jovens.

Eles querem experimentar a vida a todo o custo.

Mas, muitas vezes, confundem vida com vivência.

Eles pensam que o recheio da vida está no facto de terem muitas vivências.

A vida não está dependente da quantidade das vivências, mas da sua qualidade.

A vida não é, antes de mais, consumir, mas percecionar, sentir, provar e saborear.

Não é a quantidade de coisas que eu tomo para mim que decidem se eu vivo realmente, mas o modo como eu perceciono e experimento aquilo que me é oferecido. Tem a ver, sobretudo, com a intensidade da vida.

 

 

Dia   4 de Novembro de 2013- Segunda Feira

 

«Ninguém te pode magoar a não ser tu mesmo- Uma condição decisiva para experimentarmos realmente a vida é que não nos magoemos continuamente.

Há muitos que tornam a sua vida difícil, porque se deixam sempre magoar ou porque se magoam a si mesmos;  desvalorizam-se, sentenciam-se, culpabilizam-se, procuram em si mesmos a razão de cada conflito que acontece.

Com um coração grande posso experimentar a grandeza e a liberdade da vida. Mas o caminho para esta grandeza do coração atravessa a estreiteza da ordem e da renúncia. Para poder saborear, tenho de aprender a renunciar.

A verdadeira qualidade de vida está em experimentar a grandeza do coração no meio da pequenez do dia a dia.

Quando eu percorro os conflitos diários e a pequenez que me rodeia, com este grande coração, aí é que me torno verdadeiramente vivo e livre.

 

 

Dia  5 de Novembro de 2013- Terça Feira

 

 

Como diz José Luis Nunes Martins, pode alguém acreditar no bem e não o protagonizar na sua vida?

As nossas ações realizam-nos, no sentido estrito do termo: tornam real algo que era antes mera hipótese.

A nossa vida é uma permanente e dinâmica construção do nosso ser, uma viagem que nos leva de um quase nada, com potencial, a algo bem concreto.

Os caminhos que escolhemos marcam a nossa existência, mas as nossas decisões fundamentam-se naquilo em que acreditamos, naquilo que confiamos ser a verdade. Ao limite, é sempre a fé que motiva para o bem...

Quando nos damos a alguém, numa palavra ou gesto, estamos a construir felicidade nessa pessoa.

Um homem é a fé de que for capaz.

 

 

 

Dia 6 de Novembro de 2013- Quarta Feira

 

Para o professor e filósofo Ricardo Stork a escola deve, desde logo, ensinar os alunos a pensar.

Hoje, em dia, as pessoas conformam-se com poucas frases e muitas imagens.
Renuncia-se a explicar as coisas: apenas se mostram.
A cultura da imagem não necessita de argumentação para manipular a opinião pública.
É tal a força das imagens que mostrá-las já é suficiente
Discorrer, pensar, torna-se assim cada vez menos necessário.
Por isso as explicações do que vemos são sumamente simples; o mais importante é o contato direto e imediato com a notícia.
Isso afasta as pessoas do hábito de argumentar e pensar, e por isso se vai dando cada vez menos importância às razões.
O velho costume das conversas ou tertúlias vai-se perdendo.
É preciso enriquecer a linguagem, é preciso fomentar o diálogo, o exercício mental de raciocinar, de defender uma causa, de ter argumentos para as próprias decisões, e de não fazer apenas o que os outros fazem

 

 

Dia 7 de Novembro de 2013- Quinta Feira

 

Como diz José Luis Nunes Martins, a dureza e o peso da tristeza que se abate sobre aquele que desespera chegam-lhe do vazio dos sonhos que deixou que se tornassem impossíveis, da preguiça do egoísmo que o paralisou e o levou à perda de si mesmo.

Só pelas ações concretas podemos alcançar o céu da existência, mas o caminho para se lá chegar passa por muitos pontos onde somos chamados a dar passos adiante por cima do nada, por onde não se vê chão... por onde não há chão.

As maiores dores são as que obrigam alguns homens a engrandecer-se para lhes fazer frente e seguir adiante... é de fraquezas que se faz a força.

 

 

   

Dia 8 de Novembro de 2013- Sexta Feira

 

É urgente recordar este poema de Eugénio de Andrade

 

É urgente o amor
É urgente um barco no mar

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.



 

Dia 11 de Novembro de 2013- Segunda Feira

 

Como colaboram os avós na educação dos netos?´

Os conselhos e recomendações que vêm dos avós muitas vezes aceitam-se melhor do que se viessem dos próprios pais.

A experiência de vida dos avós, a sua paciência, o tempo de que dispõem, pode fazer dos avós excelentes educadores.

Ainda por cima, os avós representam um laço de união entre as famílias e as gerações e isto dá à criança ou jovem um sentimento de segurança e de pertencer a algo que o torna mais equilibrado.

Mas há no entanto o perigo do avô em vez de educar a criança fazer precisamente o contrário quando, por exemplo, os avós protegem ou mimam demais a criança, quando se mostram como “bons”, em oposição aos pais que são “maus”.

É, portanto, importante fomentar as relações entre os pais, filhos e avós e envolver os avós no papel secundário de ajudar os pais no seu papel principal de educação dos  netos.

 

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