sábado, 2 de novembro de 2013

APFN sobre orçamento de Estado de 2014




Para o Estado Português só interessa o rendimento, independentemente do número de bocas que esse rendimento alimenta, dos pés que calça, dos livros que tem que comprar para a escolaridade obrigatória.
 
Se se alega que o orçamento tem em conta a natalidade, só pode ser por brincadeira. Os factos estão à vista: o MÁXIMO das deduções pessoais possíveis é de 16 €/ mês por dependente e, no conjunto das deduções de saúde e de educação, o MÁXIMO são 8 € por dependente, 10% do admitido por adulto, isto nos escalões mais baixos do rendimento. 

Ou seja, para o Estado Português uma criança não é um ser a considerar. Uma criança para o Estado Português é um ente sem necessidades e quase sem existência: exemplo gritante deste facto é o tratamento da sobretaxa por cada criança: o montante de salvaguarda (que fica protegido da sobretaxa) é de 12,12 € por criança: 5% do valor admitido para salvaguarda de um adulto.  

NÃO COLHE o argumento de que o custo de ter filhos é de quem os tem e que o Estado não tem que ser sobrecarregado com as opções das pessoas. Porque o Estado por um lado não conta com os filhos no tratamento fiscal de quem os tem, por outro depende deles essencialmente para subsistir, no presente e no futuro.  

As famílias com filhos são cada vez mais uma minoria e as famílias numerosas são menos de 4% das famílias. Acabam de sair os dados demográficos mais recentes: desde que há registos (1935) nunca nasceram em Portugal tão poucas crianças – menos de 90 mil em 2012 e menos de 80 mil em 2013.  

A agressão fiscal às famílias está a destruir o tecido social nacional e a comprometer o futuro do país.


Assuma-se que o problema populacional está longe de ser uma  prioridade e não se enganem os portugueses afirmando que este orçamento procurou a equidade e justiça.

Perceba em concreto como as crianças são tratadas neste projeto de Orçamento aqui 



 

Lisboa, 1 de Novembro de 2013

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