quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O contágio dos comportamentos não éticos

Em primeiro lugar, as empresas deveriam assegurar uma supervisão mais complexa da ética (e com diligências contínuas) comparativamente aos controlos de fachada habituais no que respeita aos patrocínios, à responsabilidade social corporativa e à filantropia. O que deverá incluir um pensamento orientado para o futuro e medidas pró-activas para protecção do contágio contra os comportamentos não éticos, interna e externamente, para os beneficiários do envolvimento corporativo.

Em segundo lugar, as organizações sem fins lucrativos deveriam reforçar igualmente este tipo de supervisão tanto ao nível do conselho de administração como no da gestão sénior. A autora afirma não ser defensora de uma aversão excessiva ao risco relacionada com potenciais oportunidades de envolvimento corporativo, afirmando, contudo, que a resposta às notícias contínuas sobre estes tipos de escândalos deveria ser feita através da análise, seguida de um bom julgamento, e não simplesmente tentar evitá-lo.

A abordagem não deverá ser a de uma eliminação total do envolvimento corporativo sob uma capa de independência. Uma questão chave é a do desafio do timing das políticas de aceitação de donativos, como por exemplo quando um comportamento não ético por parte do doador corporativo ou empresarial vem à superfície depois das diligências devidas terem sido efectuadas (como por exemplo, a aceitação por parte da Durham University de um enorme donativo de um primeiro-ministro do Koweit que haveria de ser deposto como resposta a acusações de corrupção).

Em terceiro lugar, porque nenhuma organização é imune a comportamentos não éticos, tanto as organizações com fins lucrativos como as que não os têm deveriam implementar políticas, estruturas de incentivos e culturas que recompensassem, de forma célere e responsável, reacções a episódios de comportamentos não éticos. A responsabilidade chega ao público, aos colaboradores e aos voluntários, aos clientes e aos beneficiários, aos accionistas e aos doadores, e a todos os que se comportam de forma não ética. Um reconhecimento aberto e uma resposta rápida são essenciais para evitar a “máfia” de contágio, em conjunto com a “tolerância-zero” para as camadas de mentiras.

Artigo originalmente publicado na Stanford Social innovation Review, assinado por Susan Liautaud, Outono 2012. Adaptado com permissão
Fonte: VER

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