terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A dignidade do Homem ante a morte

Muitas vezes o pedido da eutanásia depende em boam medida da perda do significado da vida, da sensação de falta de dignidade de si próprio, do desespero existencial.

Para um doente é de grande importância que seja valorizado o essencial da sua pessoa por parte daqueles que tratam de si, e que seja valorizada a sua própria figura de marido, pai, avô, particularmente pela sua família e amigos.

A recuperação da dignidade pessoal do doente tem uma verdadeira valência terapêutica e mostra o grande significado que pode ter a humanização da medicina, em conjunto com a terapia da dor e dos cuidados paliativos.

O doente está atento ao olhar daqueles que o atendem, vê-se reflectido nesses olhos, percebe neles a sua dignididade.

O valor desta relações e, em particular, da relação médico-paciente, deve ser tida em conta, mais para além da mitificação do valor, também real, da autonomia do doente.
Estas perspectivas podem ajudar a comprender porque é que 20% dos doentes oncológicos holandeses pedem a eutanasia –que está legalizada aí–, enquanto que os doentes terminais que eram atendidos por madre Teresa de Calcuta declaravam que se sentíam "amados como filhos e tratados como reis".

Alfonso Carrasco Rouco

Bispo de Lugo

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