quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Americanos preparam-se para «marcha pela vida» em Washington

Todo dia 22 de janeiro, as principais ruas da capital americana são invadidas por cartazes com mensagens como «Defender a vida» ou com painéis que têm rostos de bebês e crianças recém-nascidas.

Nem o inverno nem a neve podem deter as quase 200 mil pessoas que chegam a Washington de diferentes lugares dos Estados Unidos para marchar diante do Capitólio. Seguem a rota da Corte Suprema de Justiça com cantos. Exigem o respeito e a dignidade dos não nascidos, assegurando que esta é equivalente à de qualquer outro ser humano e recordando que o valor da vida não pode ser relativizado.

Quando os pró-vida decidiram unir-se

Em 22 de janeiro de 1973, sete de nove advogados da Corte Suprema de Justiça dos Estados Unidos deram via livre à lei Roe versus Wade, que assegura que o aborto deve ser permitido à mulher, por qualquer razão, até o momento em que o feto se transforme em «viável», ou seja, quando seja potencialmente capaz de viver fora do útero da mãe sem ajuda artificial.

Diferentes líderes pró-vida se deram conta das consequências que estava começando a ter a legalização do aborto nos Estados Unidos e foi assim como, em outubro de 1973, decidiram unir-se no dia 22 de janeiro seguinte, data na qual cerca de 20 mil pessoas participaram da primeira «Marcha pela vida» em Washington.

Desde esse dia, ano após ano, milhares de norte-americanos se reúnem para este evento. Várias dioceses dos Estados Unidos, assim como colégios e universidades católicas, enviam uma delegação para que façam parte da «Marcha pela vida».

O Pe. Frank Pavone, diretor da organização Priests for Life («Sacerdotes pela vida»), testemunha no site desta organização: «Minha primeira marcha pela vida foi em 1976, quando estava no último ano do colégio. Este evento me inspirou a ser um ativista no movimento pró-vida. Ao ver que havia tanta gente de diferentes etnias e religiões orando, cantando e marchando com fé e determinação, aprendi que esta causa é grandiosa, urgente e digna de meu tempo, minha energia e compromisso».

«É um grande sinal de esperança para o movimento e para a nação», conclui.

Durante estes 36 anos nos quais o aborto foi legalizado nos Estados Unidos, mais de 50 milhões de crianças foram assassinados no ventre materno. As menores de idade, que não podem tomar certos medicamentos sem uma permissão escrita de seus pais, podem contudo abortar sem seu consentimento.

Atividades que acompanharam a marcha

Ainda que o evento central consista nas duas horas de caminhada rumo ao Capitólio, o evento pró-vida inclui outras atividades que começam desde o dia anterior à marcha.

Conferências na Georgetown University, concertos de canções pró-vida, trabalhos em grupo, uma vigília de oração na Basílica do Santuário Nacional, missas, encontros, serviços religiosos de diferentes credos, um jantar depois da marcha, assim como a conferência anual do grupo «Estudantes pela vida», são algumas das atividades que procuram conscientizar sobre a defesa dos não nascidos.

«Se o aborto continua, podemos estar certos de que não continuará sem oposição. Compraz-nos estar unidos aos nossos compatriotas, que caminham no Capitólio para dar testemunho do fato de que uma política que permite a matança de milhares de crianças inocentes por dia não pode e não deve ser aceita de maneira passiva por qualquer país civilizado», diz o Pe. Pavone.

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