quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Circular pública que explica o aborto


A Direcção Geral de Saúde faz-nos o favor de explicar como é que os hospitais públicos devem realizar o aborto nas mulheres



Através da circular nº 10/SR, disponível on line no site da DGS, explica-se lá o seguinte:



"A possibilidade de recorrer, de modo fácil e sistemático a medicamentos seguros e eficazes para a interrupção da gravidez é ainda limitada no presente.


TÉCNICA RECOMENDADA


O método cirúrgico preferível para a interrupção da gravidez até às 10 semanas de gestação é a aspiração por vácuo, que tem vindo a substituir, na maioria dos países industrializados, a dilatação e curetagem.


A elevada eficácia da aspiração foi comprovada em vários estudos randomizados, sendo referidas taxas de sucesso entre 95% e 100%(1), quer com a utilização de vácuo manual, quer eléctrico(2).


A aspiração está indicada para gravidezes com mais de 6 semanas, dada a maior falha deste método antes dessa idade gestacional.


Recomenda-se, preferencialmente, o uso de equipamento de aspiração eléctrico e de cânulas de plástico, rígidas e curvas, cujos diâmetros disponíveis devem variar entre 4 e 12 mm.

Ainda que variável com o tempo de gestação, a intervenção dura cerca de 3 a 10 minutos, podendo ser utilizada analgesia e anestesia local, ou anestesia geral. Na gravidez muito precoce a cânula de aspiração pode ser inserida sem dilatação prévia do colo, mas habitualmente é necessário o recurso a dilatadores mecânicos ou a medicamentos.


A dilatação seguida de curetagem é menos segura que a aspiração, com taxas de complicações major duas a três vezes superiores, e é consideravelmente mais dolorosa para as mulheres. Nos locais onde a curetagem seja a prática corrente, devem ser feitos esforços para substituir esse procedimento por aspiração por vácuo eléctrico, no sentido de melhorar a segurança e a qualidade dos cuidados prestados."


A maioria das mulheres refere algum grau de dor associado a este tipo de intervenção quando se usa anestesia local. Os estudos evidenciam que a intensidade da dor varia com a idade, a paridade, o tempo de gestação, a número de dilatações cervicais e o grau de ansiedade(7).

(7) Smith GM, Stubblefield PG, Chirchirillo L and McCarthy MJ, 1979. Pain of first trimester abortion: its quantification and relations with other variables. American Journal of Obstetrics and Gynecology 133:489-498; Borgatta L and Nickinovich D, 1997. Pain during early abortion. Journal of Reproductive Medicine 42:287-293

O controlo adequado da dor não significa, necessariamente, um grande investimento em drogas ou equipamento. A informação realista e o bom atendimento são desde logo formas de diminuir a percepção de dor.
Descuidar este elemento importante aumenta a ansiedade e o mal-estar da mulher e compromete a qualidade dos cuidados.



P.S.1) Escolhi o destaque em vermelho por, dadas as circunstâncias ser a cor mais adequada.


P.S.2) Peço desculpa se o conteúdo do texto supra é chocante, mas está numa circular emitida por uma entidade pública, no âmbito de uma legislação aprovada pelas vias legais.


P.S.3) Afinal, a mulher abortista sempre sente dor e os Srs. Smith GM, Stubblefield PG, Chirchirillo L and McCarthy já o sabiam desde 1979. Afinal não é tudo higienizado e indolor...

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