Ursula Von der Leyen
Expresso, Terça, 17 de Dezembro de 2013
Tem nome de general da Wehrmacht, mas Úrsula Von der Leyen é capaz de ser a coisa mais fofa inventada pela Alemanha depois dos Playmobil.
Não, não estou a dizer que as europeias devem ter sete filhos. Não, a mulher não pode voltar ao cargo de coelhinha parideira dos sonhos molhados do salazarismo. Mas é preciso encontrar um novo equilíbrio entre pais, mães e sociedade em geral.
Ela tem razão. Conheço demasiadas portuguesas que sofreram dois tipos de ameaça: foram intimadas a não engravidar pelo patrão ou mesmo pela chefe de repartição pública, ou foram despedidas depois do nascimento do bebé. Um dia destes, irei obrigar todas estas pessoas a prestar declarações em on, porque esta vergonha tem de acabar. Estes chefes são os grandes coveiros do país. Não, os grandes carrascos de Portugal não são os governos, os sindicatos e corporações. O grande sacaninha da pátria é mesmo aquele chefe, privado ou público, que diz a uma rapariga de 28 anos "olhe, não queremos cá bebés, está bem?". Além de imoral, o sacaninha é burro. Como bem explica Úrsula Von der Leyen, uma mulher com vários filhos é provavelmente o melhor trabalhador do mundo. Educar várias crianças ao mesmo tempo cria um cérebro flexível, rápido, eficiente e maduro emocionalmente. Escrevi há pouco que "Úrsula tem sucesso apesar dos filhos". É uma imprecisão. Esta mulher tem sucesso porque tem filhos.
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