terça-feira, 8 de outubro de 2013

Casar ou juntar-se ?

O aumento do número de casais que coabitam pode fazer-nos pensar que casar ou não casar é indiferente. Porém, esta suposição não é corroborada por alguns estudos recentes sobre casais. Recentemente, a Rand Corporation lançou um estudo intitulado “Intensidade da Coabitação e do Casamento: Consolidação, Intimidade e Compromisso”, de Michael Pollard e Kathleen M. Harris. Os dois pesquisadores estudaram várias fontes de dados sobre os casais unidos em matrimónio e sobre os que coabitam sem estar casados.


No que toca à consolidação, o estudo revela que apenas 16,1% das mulheres que coabitam afirmam ter contas bancárias conjuntas com o parceiro, em contraste com 68,5% das mulheres que coabitaram antes de se casar e com 72,1% das mulheres casadas que não coabitaram antes do casamento.

Apenas 40,1% das mulheres que coabitam afirmam ter adquirido em conjunto com o parceiro bens ou serviços superiores a 500 dólares (400 euros), contra mais de 80% das mulheres casadas (com ou sem coabitação precedente).

No âmbito da intimidade, o relatório encontra resultados semelhantes: os parceiros que coabitam relatam níveis significativamente mais baixos de intimidade em comparação com os casais unidos em matrimónio. Em relação ao compromisso, os parceiros que coabitam também atingem níveis mais baixos que os casados. Nas uniões livres, há muito menos certeza sobre a duração do relacionamento e, portanto, o nível de compromisso é menor, em particular por parte dos homens. "Vistos em conjunto, os resultados indicam uma nítida diferença de intensidade da relação entre a coabitação e o casamento", conclui o estudo.

A Fundação Inglesa do Casamento (England’s Marriage Foundation) também observa uma diferença substancial entre os parceiros casados e os que apenas coabitam. No estudo de Harry Benson publicado em 22 de maio, chamado “O Mito das Relações Estáveis ​​de Longo Prazo Fora do Casamento”, a Fundação demonstra que os parceiros não casados raramente conseguem garantir um lar sólido e estável para os filhos.

O relatório afirma que 45% dos adolescentes entre 13 e 15 anos não vivem com ambos os pais. Dos adolescentes que ainda vivem numa família unida, 93% têm os pais casados. "De acordo com o que é mostrado pelo relatório, o governo tem ignorado a forte correlação entre o estado marital e a ruptura familiar. O governo dá prioridade as ‘relações estáveis ​​e duradouras’ ao desenvolver documentos de política familiar", declara a Fundação em comunicado de imprensa.

"A desagregação da família custa mais que o orçamento de Defesa inteiro, além de causar um dano social imensurável. Deveria ser claramente do interesse do Governo e de quem paga impostos fazer um esforço para reduzir esta tendência devastadora", ressalta o autor do estudo.

A remoção do casamento dos documentos do programa de Governo é incompatível com as evidências, diz o relatório. "Um grande número de factores mostra que os pais casados ​​tendem a ser mais estáveis ​​que os pais solteiros", prossegue o estudo. Um relatório posterior, feito pela mesma Fundação, mostra que os índices de divórcio não são condicionados pela situação económica.

Alguns analistas argumentam que há mais rupturas matrimoniais durante as crises económicas, devido às pressões financeiras. Outros, observa o relatório, afirmam que a crise económica provoca menos divórcios, porque os casais evitam os custos de separar-se e ter que comprar uma segunda casa. De acordo com a pesquisa “Não É Questão de Economia: Outro Mito sobre o Divórcio Cai por Terra”, nenhuma das duas posições é confirmada pelos acontecimentos dos últimos anos.

Desde os anos 1970, os índices de divórcio sempre giraram em torno de 10% do padrão dos anos anteriores. Em três períodos de crise económica, desde 1979, os números do divórcio aumentaram em dois casos e diminuíram no outro, diz o estudo, permitindo crer que o casamento é mais forte que o dinheiro.


John Flynn, LC in Zenit

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