quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Sobre a forma das mulheres modernas se vestirem


Um polícia de Toronto terá observado que «As mulheres podiam evitar ser violadas se não andassem vestidas como se fossem prostitutas». (...)

O comentário suscitou protestos (...) por parte de mulheres que organizaram aquilo a que elas próprias chamam «Slut Walks» [em Portugal «Marcha das Galdérias»], durante as quais se apresentam vestidas de forma provocatória e ostentam cartazes condenando a atitude do polícia, que acusam de transferir para a vítima a responsabilidade pelo crime. (...)
Mas a reacção passou para o extremo oposto, salientando que as mulheres não têm nada que ter em consideração a maneira como se vestem e o efeito que isso tem nos outros. (...)

Um problema central.
[Num debate televisivo] uma das intervenientes mulheres observou: «Quando se veste de forma provocatória, uma mulher está a pedir que olhem para ela como objecto sexual, e não como uma mulher digna de respeito.» Ao que a outra mulher responde: «E qual é o mal de ser um objecto sexual?», uma resposta que põe o dedo na ferida relativamente a muitos dos nossos contemporâneos.

Algumas jovens parecem não fazer a mínima ideia. Dito isto, cheguei à conclusão, depois de conversar com várias mulheres sobre a questão da modéstia, de que muitas delas (em especial as jovens) não têm ideia nenhuma do efeito que provocam nos homens. E confirmei esta impressão assistindo a debates com as adolescentes da catequese, em que reparei que muitas raparigas ainda não perceberam o que está em jogo.
Quando uma mulher lhes pergunta: «Porque é que te vestes dessa maneira
(provocatória)?», elas respondem quase sempre: «Não sei; é… tipo… tá a ver… confortável! É tipo… cool!»
É possível que algumas não estejam a ser sinceras, e que saibam perfeitamente porque se vestem daquela maneira, mas não duvido de que, até certo ponto, há em tudo aquilo uma inocência que tem de ser formada.

Lembro-me de ter lido, aqui há uns anos, uma passagem notável de Wild at Heart, de John Eldridge, que descodificava uma realidade de que me tenho apercebido mesmo nas raparigas mais jovens:
«Em última análise, todas as mulheres desejam ter uma beleza a revelar. A maioria das mulheres sente, desde muito cedo, a pressão de ser bela, mas não é a isso que me refiro.

Há também um desejo profundo de ser simples e verdadeiramente bela, e de gostar de o ser. A maior parte recordar-se-á de ter brincado aos vestidos, ao dia do casamento, de ter feito rodopiar o vestido no tempo em que as saias tinham roda e era uma maravilha fazê-las rodopiar: as pequenitas vestiam aqueles vestidos, vinham até à sala de estar e faziam-nos rodopiar.

Aquilo que uma mulher deseja é recuperar o encantamento com que o pai olhava para ela. A minha mulher lembra-se perfeitamente de a porem em cima da mesa de centro da sala, tinha ela uns cinco ou seis anos, a cantar a plenos pulmões. Estão a olhar para mim?, pergunta esta miúda. E gostam do que vêem?» (Kindle edition Loc 367-83).

Talvez seja esta inocência que teve maus resultados, porque não foi dominada; talvez seja por isso que algumas jovens são imodestas no vestir. E depois, muitas delas continuam a sê-lo quando chegam à idade adulta.
Mas, mesmo que as suas intenções sejam inocentes, não nos custa nada explicar-lhes que nem toda a gente olha para elas com a mesma inocência e, mais ainda, que há quem se sinta profundamente perturbado pela tentação que ela suscita, em especial quando estas pequenitas já não são nada pequenitas, mas jovens vivazes.
Msg Charles Pope


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