Bolsa-Estupro
A proposta dos deputados inclui ainda outro item bastante polêmico, que prevê que psicólogos, pagos pelo Estado, devam atender essas mulheres para convencê-las da importância da vida, fazendo com que elas desistam do aborto.
O assunto tem gerado muita polémica como se pode ver, entre muitos outros, aqui
A questão do aborto em caso de violação é complexa e o seu desenlace não pode deixar de estar intimamente relacionado com o estado psicológico causado na mulher por essa situação.
Por um lado, o feto que foi gerado em virtude de violação não tem qualquer culpa pelo facto do seu pai ser um violador; por outro lado, porém, sabemos que a viabilidade da gravidez dependerá muito da forma como a mulher e o seu entorno familiar, em concreto, lidará com essa situação dramática.
Porém, em geral, considero a proposta deste grupo de deputados brasileiros muito positiva, não no sentido de condicionar a mulher à decisão de não abortar, mas no sentido de fazer-lhes ver que podem existir alternativas positivas, prestando o indispensável auxílio psicológico numa situação tão dramática como esta.
A exequibilidade deste projecto, porém, levanta várias questões, como por exemplo, casos de fraude (lembremo-nos do que aconteceu no Reino Unido de John Major, com o subsídio estatal às mães solteiras, que gerou multíplas situações de fraude) e também relativos à forma concreta como o atendimento psicológico a tais mulheres seria efectuado.
Convinha saber como é que, na prática esta acção de apoio e dissuasão prevista no artigo 6º e 16º, nº3 alíneas d) e f) da Portaria nº 741-A/2007 de 21 de Junho está a ser concretizada e quantas mulheres, após tal consulta e apoio, optaram por desistir de abortar.
Sem comentários:
Enviar um comentário