quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O professor substituto

 
Numa escola secundária pública de periferia dos Estados Unidos, Henry Barthes enceta novo contrato como professor substituto. Os primeiros dias revelam o estado deplorável das problemáticas relações humanas num lugar onde a palavra esperança não existe.
Às tentativas iniciais de confronto dos alunos, verbal e fisicamente ameaçadoras, Barthes não se deixa intimidar. Afinal, a realidade afetiva e social dos jovens não lhe é estranha, o que, num contexto progressiva e contagiantemente deprimido, o impulsiona, pelo contrário, a fazer a diferença.
Num misto de esperança e desapego que o torna imune à agressão psicológica e ao pessimismo, o professor gere os seus dias entre os cuidados ao avô, única família que lhe resta, e a tentativa de transformar aqueles com quem se cruza, seja na escola ou em qualquer outro lugar. É assim que conhece Erica, uma prostituta adolescente que instintivamente acolhe em sua casa...
(...)
Embora excessivo na abordagem - restringindo sistematicamente as possibilidades de salvação no contexto miserabilístico de cada personagem - e no tipo de filmagem - abusando dos movimentos manuais de câmara e primeiros planos - “O Substituto” não deixa de constituir uma interessante reflexão sobre os efeitos simultaneamente nefastos e positivos do ‘desapego’. Precisamente o título original do filme, ‘detachment’, na sua possibilidade redutora, a que se arrisca sucumbir, e libertadora, a capaz de transformar...
"O substituto" (97'), estreia esta quinta-feira em Portugal.
 
 
Fonte: SNPC
 

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