domingo, 30 de novembro de 2014

REFLETIR QUANDO O TEMPO PASSA E O PRINCIPAL É ESQUECIDO




Por norma, os dias do individuo são passados numa correria e mesmo assim antes de adormecer fica com a sensação que muito mais havia por fazer. Dá primazia às coisas que no seu entender são as prioritárias mas serão mesmo?! Nem tempo há para pensar nisso, pelo menos por enquanto, talvez um dia, se esse chegar em que as forças físicas já não acompanhem os desejos e estes passem a ser totalmente diferentes.

            Porém, no meio da maioria e ainda bem que assim é, há sempre a minoria que tem uma atitude diferente perante a vida e sente-se feliz fazendo coisas que tocam no coração e uma delas é contar histórias.

            “Numa aldeia histórica, uma senhora que aparentemente parecia estar a passar por muitas dificuldades, caminhava com uma criança ao colo e ao passar frente a uma gruta escutou uma voz vinda lá de dentro que lhe dizia: “Entre e fique com tudo o que desejar mas não se esqueça do principal. Lembre-se de uma coisa depois de sair, a porta fechar-se-á para sempre, portanto aproveite a oportunidade mas não se esqueça do principal”.

            Ela entrou e ficou fascinada pois estava rodeada de ouro e joias maravilhosas. Colocou a criança no chão e ansiosamente agarrou tudo o que podia ajeitando o seu velho avental em forma de saco.

A voz misteriosa recordou-a que só restavam oito minutos.

Esgotados os oito minutos, carregada de ouro e pedras preciosas correu para fora da gruta e nesse preciso momento a porta fechou-se.

A expressão dela irradiava alegria pois estava muito rica, aquele ouro e aquelas joias eram muito valiosas. Mas a felicidade terminou logo a seguir no preciso momento em que se apercebeu que a criança tinha ficado lá dentro. Com todo o entusiasmo que sentiu esqueceu-se dela e a porta fechou-se para sempre.

A riqueza durou pouco mas o seu desespero, tristeza e sofrimento acompanharam-na para o resto da sua vida.

Não foi por falta de ser avisada assim como acontece no dia-a-dia dos indivíduos, mas o entusiasmo e a cegueira são tão fortes que não os deixam perceber o que realmente é importante.    

            Pode-se viver muitos anos e há sempre uma voz que direta ou indiretamente alerta para “não se esquecer do principal”. Há que ponderar e pensar no que realmente contribui para a verdadeira felicidade, a que alimenta o coração, Mahatina Gandhi’ já dizia que “Quando a alma está feliz a prosperidade cresce, a saúde melhora, as amizades aumentam, enfim o mundo fica de bem com você. O mundo exterior reflete o universo interior”.

Lança-se o desafio para quem ainda tiver tempo: imagine-se rodeado de dinheiro mas sem família e sem amigos para partilhar… sentir-se-á feliz?!

Os indivíduos são todos iguais mas todos diferentes por isso é que alguém disse “Algumas pessoas amam o poder outras têm o poder de amar”, mas convém não esquecer do que é “principal”.

 

anabelaviegasconceicao@gmail.com

Psicóloga Clínica

 

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