Dia 9 de Outubro de 2012- Terça Feira
O Ministro da Educação Nuno Crato, numa
recente entrevista ao Público reconheceu expressamente que o aumento do número de professores não
colocados está diretamente relacionado com a atual crise demográfica que o país
atravessa.
Diz o
Ministro
Infelizmente a presente austeridade levará a
que muitos casais recuem na decisão de ter filhos ou mais filhos e isso, a
médio e longo prazo, ainda irá prejudicar mais a economia do país que se verá
com menos consumidores e utentes.
Dia 10 de Outubro de 2012- Quarta Feira
Com muita frequência em espaços públicos torna-se difícil senão
impossível encontrar casas de banho masculinas equipadas com muda-fraldas.
Por regra, os muda-fraldas encontram-se quase sempre situados no
interior da casa de banho das senhoras.
Há pouco tempo causou estranheza ver, num espaço público, um
letreiro que dizia “Sanitário Masculino com fraldaário”
É importante que os homens pais assumam as suas responsabilidades
na plenitude no que diz respeito à educação dos seus filhos e isso incluí o
direito e o dever de mudarem as fraldas aos seus filhos.
O combate à violência doméstica, ao machismo provinciano e a favor
de uma maior divisão de tarefas doméstica começa também por aqui.
Dia 11 de Outubro de 2012- Quinta Feira
O consumismo tornou-se uma
doença vertiginosa e perigosa.
As sociedades da abundância
julgaram poder perseguir um progresso ilimitado, com a ilusão de que tudo
poderíamos consumir, sem cuidar da limitação dos recursos.
A poupança foi
desvalorizada.
O crédito fácil tornou-se
uma perigosa armadilha em que muitos caíram, julgando que o dinheiro barato era
um adquirido definitivamente.
A especulação, a idolatria
do mercado e as economias de casino pareceram tomar o lugar da criação, do
trabalho e do esforço.
As gerações presentes
começaram a gastar, assim, os recursos das gerações futuras.
Há que recuperar o sentido
ético da utilização dos recursos disponíveis e da sua afetação à satisfação de
necessidades que sejam verdadeiramente importantes.
Dia 12 de Outubro de 2012 - Sexta-Feira
"A era do crédito fácil, a era de viver à
base das dívidas e de gozar o momento, o carpe diem da economia terminou."
A crise é de sociedade, uma vez que afeta os
vínculos entre as pessoas.
E se quase todos têm a
palavra solidariedade na boca, o certo é que há mil motivos para esquecê-la -
em nome do individualismo, do egoísmo utilitarista e da ausência de
reciprocidade. A gratuitidade é esquecida, e hoje volta à ordem do dia por ausência
de meios.
Há que voltar a pensar em
dar e em dar sem necessariamente esperar algo em troca.
Dia 15 de Outubro de 2012-
Segunda Feira
A natureza está cheia de exemplos de
metamorfoses - a lagarta encerra-se na crisálida, num processo de reconstrução
autónoma. A noção de metamorfose é, assim, mais rica que a de revolução, uma
vez que preserva a radicalidade transformadora, ligando-a à conservação da vida
e à herança das culturas.
Quando se refere que o Estado é hoje grande de
mais, estamos a reivindicar mais iniciativas da sociedade.
O Estado-providência terá por isso que superar
a crise atual com mais Sociedade-providência, com mais sentido comunitário.
Por isso, importa que a sobriedade seja praticada, em nome do
desenvolvimento humano, da sustentabilidade e da proximidade das pessoas -
pondo a eminente dignidade humana em primeiro lugar.
Dia 16 de Outubro de 2012-
Terça Feira
Sobre Portugal, Gustavo
Cardoso afirmou: "Portugal tem de ser um nó numa rede global de cultura,
economia e política. Não lhe basta ser um pequeno país na Europa. Se assim for
não teremos um futuro brilhante." Trata-se de combater a mediocridade, a
periferia e a irrelevância. Mas, mais do que isso, importa que haja um projeto
humano.
É esse o desafio." São
necessárias tanto a preparação profissional como a coerência moral. Eis o que é
inseparável. Temos de tirar lições dos erros, valorizando a experiência e a
aprendizagem. À fragmentação temos de saber contrapor a mútua compreensão e o
compromisso.
Dia 17 de Outubro de 2012-
Quarta-Feira
Na situação actual, o que podem e devem fazer os
jovens para se valorizarem pessoalmente e de forma visível face aos outros,
mais adultos, possíveis parceiros, empregadores, sócios ou colegas?
Conselho nº 1: Cultivar uma maior capacidade de autonomia
Conselho nº 2: Aprendizagem
Cada vez mais, as avaliações escolares estão a ser descartadas nas análises
de currículos e está-se a dar mais importância ao que esses mesmos currículos
apresentem em termos de capacidades (as chamadas soft skills) adquiridas em outras actividades, tais como processos
de estágio em empresas, participação em associações de índole laica ou
religiosa, escuteiros ou a participação em juventudes partidárias.
Dia 18 de Outubro 2012- Quinta-Feira
Na situação actual, o que podem e devem fazer os jovens para se valorizarem
pessoalmente e de forma visível face aos outros, mais adultos, possíveis
parceiros, empregadores, sócios ou colegas?
Conselho nº 3: Aventura
Ter vontade de conhecer, de empreender, de avançar para o desconhecido é
algo que existe na juventude e que tende a desaparecer com a falta de
estímulos.
Assim, ir estudar para o estrangeiro ou para outra cidade, aproveitar os
projectos internacionais como Erasmus e Leonardo da Vinci ou ter um part-time
aos 16 anos é também uma aventura e pode ser essencial para uma futura entrada
no mundo laboral!
Conselho nº 4: Ambição
Praticar um desporto é fonte de ambição, de desejo de superação das nossas
limitações. O mesmo se passa na estratégia de uma organização. As organizações
precisam de colaboradores que tragam inovação, empreendedorismo, cultura de
trabalho e de aprendizagem contínua
Dia 19 de Outubro de 2012-
Sexta-Feira
A Rainha D. Estefânia de Portugal, fundadora
do Hospital D. Estefânia, além de bonita por fora, era uma pessoa
excecionalmente bem formada por dentro. Apesar de ter nascido em berço de ouro
era uma pessoa cheia de vontade de ajudar os mais desfavorecidos e necessitados
É dela a frase que de seguida citamos e da
qual, em tempos de crise, muito poderíamos aprender:
“Eu
era tranquila por fora. Só por dentro me queimava um fogo que eu precisava de
alimentar com ações, resultados, concretizações, numa vontade permanente e
insaciável de ser cada dia melhor"
Dia 22 de Outubro de 2012-
Segunda-Feira
A diminuição do
número de filhos e o adiamento da maternidade fazem o retrato de um país com
uma população cada vez mais envelhecida.
Uma projecção da
Associação Portuguesa de Demografia (APD) revela que, até 2030, o nosso país
vai perder cerca de um milhão de habitantes, passando de 10 milhões para 9.
A crise e as medidas
de austeridade não estão a ajudar.
Hoje em dia a decisão
de ter filhos acaba por estar reduzida ou a meia dúzia de ricos ou a pessoas
corajosas.
As famílias, a
sociedade, os patrões e o Estado devem acolher e incentivar o aumento da
natalidade.
Em última análise, é
a própria sobrevivência futura do país que está em causa.
Dia 23 de Outubro de 2012- Terça Feira
O reforço dos laços familiares é curiosamente é uma das
consequências que decorrem da atual crise económica verificando-se, por um
lado, a diminuição do nº de divórcios e, por outro, a manutenção (ou regresso)
dos idosos às suas casas de família.
Antes, o recurso ao crédito fácil agilizava o divórcio, permitindo
a aquisição de novas casas, acompanhada pela troca de parceiro.
O “El Dorado do céu na terra” oferecido por
financeiras e bancos ajudava a incutir nas pessoas a ideia de que também no seu
relacionamento afectivo seria possível encontrar um parceiro melhor, com menos
defeitos e mais qualidades, tal como acontece com os carros, telemóveis e pc’s,
e se fosse necessário refazer a vida, lá estaria o banco para oferecer mais um
crédito.
Agora, mesmo os casais que vivem com problemas conjugais entre si,
tentam ultrapassá-los, havendo uma maior tolerância e compreensão de forma a
manterem o sentido de entre-ajuda e a solidez económica da família.
Dia 24 de Outubro de 2012-
Quarta-Feira
Não é fácil enfrentar a situação de pessoas que sofrem diariamente e, ao
mesmo tempo, manter um interesse vivo pelos seus problemas e tristezas.
Muitos médicos e enfermeiros encontram-se frequentemente em risco de
considerar os seus doentes apenas de um ponto de vista meramente pragmático,
limitando a sua atenção ao diagnóstico e às opções terapêuticas.
Atualmente, os médicos esquecem com frequência a necessidade fundamental de
estabelecer uma relação de verdadeira confiança com os seus doentes. Estes
vêem-se estimulados a pôr a sua confiança mais nos medicamentos do que na
pessoa que lhos administra.
A burocratização inapropriada na prática médica pode destruir a relação
médico-doente e reduzi-la a um mero intercâmbio de informação e prescrições,
onde as estatísticas tomam o lugar da comunicação interpessoal.
Os profissionais da saúde podem e devem humanizar a doença e o doente.
Dia 25 de Outubro 2012- Quinta-Feira
A
Cáritas da Matriz de Portimão alterou a suas instalações para a rua Diogo
Gonçalo, nº 31 em Portugal, continuando, no entanto, à mesma com a sua loja
aberta, localizada em frente à Igreja Matriz.
Mais do que roupas, a Cáritas da
Matriz de Portimão está a precisar com urgência de leite para bebes, fraldas de
todos os tamanhos e de diversos alimentos, tais como legumes, peixe, carne,
yogurtes e tudo o que seja para alimentação.
A
Cáritas da Matriz de Portimão apela também aos agricultores do concelho de
Portimão que tenham produção em excesso para que a entreguem a esta
instituição.
Os
donativos entregues à Cáritas da Matriz de Portimão são dedutíveis no IRS e
IRC.
Dia 26 de Outubro de 2012-
Sexta-Feira
Como afirma o psicólogo Viktor Frankl, a
capacidade para sofrer faz parte da própria educação; é uma fase importante do
crescimento interior e também de auto-organização .
Atualmente, a incapacidade para enfrentar
a dor e o sofrimento, físico ou espiritual, provém precisamente da falta de
“cultura do sofrimento”.
Inicialmente, são os pais que temem
enfrentar os filhos com o sacrifício. Como consequência, vêem-se tentados a
dar-lhes tudo e de forma imediata. Pensam que haverá sempre tempo, mais
adiante, para sofrer ou têm a ilusão de que esses momentos nunca chegarão para
os seus filhos.
É difícil entender como uma pessoa pode
resistir ao aparecimento imprevisto de uma dor intensa sem a ter experimentado
antes. A consequência é que essas pessoas estarão mais propensas a sofrer
crises nervosas e depressões.
Educar para
lidar com a frustração e a dor deve ser um requisito essencial de um
crescimento saudável que levará mais facilmente à felicidade
Dia 29 de Outubro de 2012-
Segunda-Feira
Quando perguntamos qual a razão de ser da dor e do
sofrimentor, o ser humano
questiona-se sobre o sentido da sua própria existência e procura aclarar o
alcance e o significado da sua própria liberdade.
«Posso recusar a dor? Posso, porventura, fixar uma distância da
dor, eliminá-la? A dor imprime à vida o seu sentido efémero»
Esta experiência humana move-nos a procurar a ajuda de outras
pessoas e a oferecer, ao mesmo tempo, a nossa assistência.
A experiência da dor ensina-nos a prestar mais atenção às outras
pessoas.
A dor marca a diferença entre uma pessoa madura e equilibrada, que
é capaz de enfrentar obstáculos e situações difíceis, e uma pessoa que se deixa
levar e absorver pelas suas próprias emoções e sensações.
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