domingo, 18 de novembro de 2012

Textos Rádio Costa D'Oiro de 9 a 29 de Outubro


 

Dia 9 de Outubro de 2012- Terça Feira

 

O Ministro da Educação Nuno Crato, numa recente entrevista ao Público reconheceu expressamente que o aumento do número de professores não colocados está diretamente relacionado com a atual crise demográfica que o país atravessa.

Diz o Ministro



Infelizmente a presente austeridade levará a que muitos casais recuem na decisão de ter filhos ou mais filhos e isso, a médio e longo prazo, ainda irá prejudicar mais a economia do país que se verá com menos consumidores e utentes.

 

 

Dia 10 de Outubro de 2012- Quarta Feira

 

Com muita frequência em espaços públicos torna-se difícil senão impossível encontrar casas de banho masculinas equipadas com muda-fraldas.

Por regra, os muda-fraldas encontram-se quase sempre situados no interior da casa de banho das senhoras.

Há pouco tempo causou estranheza ver, num espaço público, um letreiro que dizia “Sanitário Masculino com fraldaário”

É importante que os homens pais assumam as suas responsabilidades na plenitude no que diz respeito à educação dos seus filhos e isso incluí o direito e o dever de mudarem as fraldas aos seus filhos.

O combate à violência doméstica, ao machismo provinciano e a favor de uma maior divisão de tarefas doméstica começa também por aqui.

 

 

Dia 11 de Outubro de 2012- Quinta Feira

 

O consumismo tornou-se uma doença vertiginosa e perigosa.

As sociedades da abundância julgaram poder perseguir um progresso ilimitado, com a ilusão de que tudo poderíamos consumir, sem cuidar da limitação dos recursos.

A poupança foi desvalorizada.

O crédito fácil tornou-se uma perigosa armadilha em que muitos caíram, julgando que o dinheiro barato era um adquirido definitivamente.

A especulação, a idolatria do mercado e as economias de casino pareceram tomar o lugar da criação, do trabalho e do esforço.

 

As gerações presentes começaram a gastar, assim, os recursos das gerações futuras.

Há que recuperar o sentido ético da utilização dos recursos disponíveis e da sua afetação à satisfação de necessidades que sejam verdadeiramente importantes.

 

 

Dia 12 de Outubro de 2012 - Sexta-Feira

 

"A era do crédito fácil, a era de viver à base das dívidas e de gozar o momento, o carpe diem da economia terminou."

 

A crise é de sociedade, uma vez que afeta os vínculos entre as pessoas.

E se quase todos têm a palavra solidariedade na boca, o certo é que há mil motivos para esquecê-la - em nome do individualismo, do egoísmo utilitarista e da ausência de reciprocidade. A gratuitidade é esquecida, e hoje volta à ordem do dia por ausência de meios.

Há que voltar a pensar em dar e em dar sem necessariamente esperar algo em troca.

 

 

Dia 15 de Outubro de 2012- Segunda Feira

 

A natureza está cheia de exemplos de metamorfoses - a lagarta encerra-se na crisálida, num processo de reconstrução autónoma. A noção de metamorfose é, assim, mais rica que a de revolução, uma vez que preserva a radicalidade transformadora, ligando-a à conservação da vida e à herança das culturas.

Quando se refere que o Estado é hoje grande de mais, estamos a reivindicar mais iniciativas da sociedade.

O Estado-providência terá por isso que superar a crise atual com mais Sociedade-providência, com mais sentido comunitário.

Por isso, importa que a sobriedade seja praticada, em nome do desenvolvimento humano, da sustentabilidade e da proximidade das pessoas - pondo a eminente dignidade humana em primeiro lugar.

 



Dia 16 de Outubro de 2012- Terça Feira

Sobre Portugal, Gustavo Cardoso afirmou: "Portugal tem de ser um nó numa rede global de cultura, economia e política. Não lhe basta ser um pequeno país na Europa. Se assim for não teremos um futuro brilhante." Trata-se de combater a mediocridade, a periferia e a irrelevância. Mas, mais do que isso, importa que haja um projeto humano.

É esse o desafio." São necessárias tanto a preparação profissional como a coerência moral. Eis o que é inseparável. Temos de tirar lições dos erros, valorizando a experiência e a aprendizagem. À fragmentação temos de saber contrapor a mútua compreensão e o compromisso.

 

 

Dia 17 de Outubro de 2012- Quarta-Feira

 

Na situação actual, o que podem e devem fazer os jovens para se valorizarem pessoalmente e de forma visível face aos outros, mais adultos, possíveis parceiros, empregadores, sócios ou colegas?
Conselho nº 1: Cultivar uma maior capacidade de autonomia

Conselho nº 2: Aprendizagem

Cada vez mais, as avaliações escolares estão a ser descartadas nas análises de currículos e está-se a dar mais importância ao que esses mesmos currículos apresentem em termos de capacidades (as chamadas soft skills) adquiridas em outras actividades, tais como processos de estágio em empresas, participação em associações de índole laica ou religiosa, escuteiros ou a participação em juventudes partidárias.

 

 

Dia 18 de Outubro  2012- Quinta-Feira

 

Na situação actual, o que podem e devem fazer os jovens para se valorizarem pessoalmente e de forma visível face aos outros, mais adultos, possíveis parceiros, empregadores, sócios ou colegas?


Conselho nº 3: Aventura

Ter vontade de conhecer, de empreender, de avançar para o desconhecido é algo que existe na juventude e que tende a desaparecer com a falta de estímulos.

Assim, ir estudar para o estrangeiro ou para outra cidade, aproveitar os projectos internacionais como Erasmus e Leonardo da Vinci ou ter um part-time aos 16 anos é também uma aventura e pode ser essencial para uma futura entrada no mundo laboral!

 

Conselho nº 4: Ambição

Praticar um desporto é fonte de ambição, de desejo de superação das nossas limitações. O mesmo se passa na estratégia de uma organização. As organizações precisam de colaboradores que tragam inovação, empreendedorismo, cultura de trabalho e de aprendizagem contínua

 

Dia 19 de Outubro de 2012- Sexta-Feira

 

A Rainha D. Estefânia de Portugal, fundadora do Hospital D. Estefânia, além de bonita por fora, era uma pessoa excecionalmente bem formada por dentro. Apesar de ter nascido em berço de ouro era uma pessoa cheia de vontade de ajudar os mais desfavorecidos e necessitados

É dela a frase que de seguida citamos e da qual, em tempos de crise, muito poderíamos aprender:

“Eu era tranquila por fora. Só por dentro me queimava um fogo que eu precisava de alimentar com ações, resultados, concretizações, numa vontade permanente e insaciável de ser cada dia melhor"

 

 

 

Dia 22 de Outubro de 2012- Segunda-Feira

A diminuição do número de filhos e o adiamento da maternidade fazem o retrato de um país com uma população cada vez mais envelhecida.

Uma projecção da Associação Portuguesa de Demografia (APD) revela que, até 2030, o nosso país vai perder cerca de um milhão de habitantes, passando de 10 milhões para 9.

A crise e as medidas de austeridade não estão a ajudar.

Hoje em dia a decisão de ter filhos acaba por estar reduzida ou a meia dúzia de ricos ou a pessoas corajosas.

As famílias, a sociedade, os patrões e o Estado devem acolher e incentivar o aumento da natalidade.

Em última análise, é a própria sobrevivência futura do país que está em causa.

 


Dia 23 de Outubro de 2012- Terça Feira

 

O reforço dos laços familiares é curiosamente é uma das consequências que decorrem da atual crise económica verificando-se, por um lado, a diminuição do nº de divórcios e, por outro, a manutenção (ou regresso) dos idosos às suas casas de família.

Antes, o recurso ao crédito fácil agilizava o divórcio, permitindo a aquisição de novas casas, acompanhada pela troca de parceiro.

O “El Dorado do céu na terra” oferecido por financeiras e bancos ajudava a incutir nas pessoas a ideia de que também no seu relacionamento afectivo seria possível encontrar um parceiro melhor, com menos defeitos e mais qualidades, tal como acontece com os carros, telemóveis e pc’s, e se fosse necessário refazer a vida, lá estaria o banco para oferecer mais um crédito.

Agora, mesmo os casais que vivem com problemas conjugais entre si, tentam ultrapassá-los, havendo uma maior tolerância e compreensão de forma a manterem o sentido de entre-ajuda e a solidez económica da família.

Dia 24 de Outubro de 2012- Quarta-Feira

 

Não é fácil enfrentar a situação de pessoas que sofrem diariamente e, ao mesmo tempo, manter um interesse vivo pelos seus problemas e tristezas.

Muitos médicos e enfermeiros encontram-se frequentemente em risco de considerar os seus doentes apenas de um ponto de vista meramente pragmático, limitando a sua atenção ao diagnóstico e às opções terapêuticas.

Atualmente, os médicos esquecem com frequência a necessidade fundamental de estabelecer uma relação de verdadeira confiança com os seus doentes. Estes vêem-se estimulados a pôr a sua confiança mais nos medicamentos do que na pessoa que lhos administra.

A burocratização inapropriada na prática médica pode destruir a relação médico-doente e reduzi-la a um mero intercâmbio de informação e prescrições, onde as estatísticas tomam o lugar da comunicação interpessoal.

Os profissionais da saúde podem e devem humanizar a doença e o doente.

 

Dia 25 de Outubro  2012- Quinta-Feira

A Cáritas da Matriz de Portimão alterou a suas instalações para a rua Diogo Gonçalo, nº 31 em Portugal, continuando, no entanto, à mesma com a sua loja aberta, localizada em frente à Igreja Matriz.

Mais do que roupas, a Cáritas da Matriz de Portimão está a precisar com urgência de leite para bebes, fraldas de todos os tamanhos e de diversos alimentos, tais como legumes, peixe, carne, yogurtes e tudo o que seja para alimentação.

A Cáritas da Matriz de Portimão apela também aos agricultores do concelho de Portimão que tenham produção em excesso para que a entreguem a esta instituição.

Os donativos entregues à Cáritas da Matriz de Portimão são dedutíveis no IRS e IRC.

 

 

Dia 26 de Outubro de 2012- Sexta-Feira

 

Como afirma o psicólogo Viktor Frankl, a capacidade para sofrer faz parte da própria educação; é uma fase importante do crescimento interior e também de auto-organização .

Atualmente, a incapacidade para enfrentar a dor e o sofrimento, físico ou espiritual, provém precisamente da falta de “cultura do sofrimento”.

Inicialmente, são os pais que temem enfrentar os filhos com o sacrifício. Como consequência, vêem-se tentados a dar-lhes tudo e de forma imediata. Pensam que haverá sempre tempo, mais adiante, para sofrer ou têm a ilusão de que esses momentos nunca chegarão para os seus filhos.

É difícil entender como uma pessoa pode resistir ao aparecimento imprevisto de uma dor intensa sem a ter experimentado antes. A consequência é que essas pessoas estarão mais propensas a sofrer crises nervosas e depressões.

Educar para lidar com a frustração e a dor deve ser um requisito essencial de um crescimento saudável que levará mais facilmente à felicidade

 

Dia 29 de Outubro de 2012- Segunda-Feira


Quando perguntamos qual a razão de ser da dor e do sofrimentor, o ser humano questiona-se sobre o sentido da sua própria existência e procura aclarar o alcance e o significado da sua própria liberdade.

«Posso recusar a dor? Posso, porventura, fixar uma distância da dor, eliminá-la? A dor imprime à vida o seu sentido efémero»

Esta experiência humana move-nos a procurar a ajuda de outras pessoas e a oferecer, ao mesmo tempo, a nossa assistência.

A experiência da dor ensina-nos a prestar mais atenção às outras pessoas.

A dor marca a diferença entre uma pessoa madura e equilibrada, que é capaz de enfrentar obstáculos e situações difíceis, e uma pessoa que se deixa levar e absorver pelas suas próprias emoções e sensações.

 

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