quarta-feira, 21 de julho de 2010

A eutanásia e o regime nazi

"Na autobiografia, o cardeal não alude a um episódio que, no entanto, revela em 28 de Novembro de 1996, durante uma conferência internacional promovida no Vaticano pelo Conselho Pontifício da Pastoral da Saúde.
É um episódio doloroso: o assassínio às mãos dos nazis de um seu parente afectado pelo síndrome de Down. Ratzinger menciona-o para alertar contra o perigo «sempre presente» de um «regresso da barbárie», ou seja, do perigo da exclusão de alguns seres humanos da categoria daqueles que são dignos de respeito.
«O rapazinho morte pelos nazis», afirmou o purpurado, «que em 1941 tinha catorze anos, era alguns anos mais novo que eu. Era robusto, mas ia evidenciando cada vez mais os sinais típicos da síndrome de Down. Suscitava simpatia pela simplicidade da sua mente toldada e mãe, que já tinha perdido uma filha de morte prematura, era-lhe muito afeiçoada.
Mas em 1941, as autoridades do Terceiro Reich decidiram que ele deveria ser internado no asilo para receber melhor assistência.»
«Nós ainda não suspeitávamos», prosseguiu Ratzinger, «da operação de eliminação de deficientes mentais que já tivera início em finais dos anos trinta.
Passado pouco tempo chegou-nos a notícia de que o rapaz tinha morrido de pneumonia e que o seu corpo fora cremado. A partir desse momento, multiplicaram-se as notícias do género."
In "O Papa Bento XVI", de Andrea Tornielli, página 38.

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