quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A paciência, hoje




Hoje, porém, a paciência perdeu grande parte do seu fascínio: os tempos acelerados suscitam a impaciência, o não adiamento, o «agora e já», a posse que não dá lugar à espera. A autoafirmação individualista torna-se falta de vontade de espera e de compreensão do outro que, com demasiada rapidez, corre o risco de se tornar incómodo ou aborrecido, um verdadeiro empecilho. Eis, então, que a paciência, que outrora constituía uma modalidade sábia e humana de habitar o mundo, é votada ao esquecimento.

A lenta maturação das coisas é sentida como intolerável... O mundo moderno esqueceu a virtude da paciência. A ação rápida e eficaz em que se deve empenhar tudo de uma só vez ofuscou o esplendor obscuro da capacidade de esperar e de sofrer.

Luciano Manicardi
In A caridade dá que fazer, ed. Paulinas

Sem comentários: