domingo, 1 de abril de 2007

Educação Sexual


A SIC Noticias publicou na semana passada um excelente documentário com a chancela de qualidade da BBC. O tema era o acesso à pornografia na internet por parte dos adolescentes ingleses e a reportagem era feita pelo acompanhamento de 3 adolescentes britânicos.
Em todos eles o acesso à pornografia na net tinha-se tornado um vício; passavam horas na net em busca de material pornográfico. A situação tinha-se tornado patológica ou, melhor dito, obsessivo-compulsiva. O mais assustador é que eles diziam com convicção serem não a excepção, mas a regra.
Em concreto um dos rapazes que era bom aluno e aplicado passou a ser viciado depois de um amigo de escola o ter ridicularizado por nunca ter lá ido. A coisa tornou-se como uma droga, nas suas palavras, e as consequências foram desastrosas, desde logo, ao nível das notas.
Dos 3 adolescentes, 2 procuraram ajuda especializada respectivamente junto de uma Psicóloga e junto de um pastor evangélico. O 3º rapaz declarou-se orgulhoso de ver pornografia na internet e disse que iria fazê-lo até ao fim da sua vida, confessando já não conseguir passar sem ver várias horas de pornografia por dia.
A educação sexual (ou falta dela) continua a ser um tema tabu nas sociedades modernas. No caso dos adolescentes, sobretudo dos rapazes, e sobretudo naqueles que apresentam carências afectivas, o acesso à pornografia pela net causa graves danos quer na sua personalidade, quer na sua vida familiar e profissional ou estudantil.
Mas todos continuamos a fingir que está tudo bem, apesar de ser evidente que a história destes 3 adolescentes poderia perfeitamente ter ocorrido também em Portugal porque tudo isto é universal.
Educar para a vida sexual é educar para os afectos e inevitavelmente um maior auto-domínio. Se isso nem sempre acontece a culpa é dos educadores, mas sobretudo dos pais. Queira Deus que não cometamos, nós como pais, os erros que outros já cometeram.


Miguel Reis Cunha

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