O Luis e a Ana esperam o terceiro filho
O Luís e a Ana esperam o terceiro filho.
Não foi “programado” mas, já que “aconteceu” é bem-vindo. Os manos andam muito contentes, e na escola é motivo de conversa com os amigos o Pedro, que vai nascer no fim de Fevereiro (a Joana está no 4.º ano e o Mateus no 2.º ano).
A vida não está a ser fácil, com as dificuldades económicas que se fazem sentir este bebé vem trazer questões para resolver. A casa é pequena, o infantário é caro e a Ana não tem tido uma vida fácil no escritório onde trabalha. Mas a maior dificuldade sente-a a Ana porque o Luís está cada vez mais ausente. Vem tarde para casa… quase não fala, cumpre a rotina com os filhos sem grande entusiasmo… parece fugir…
Logo agora que mais precisava do marido. Com o avançar da gravidez tudo se está a tornar mais difícil. Às vezes discutem… por coisas sérias e por bagatelas. A Ana dá consigo a pensar: “Não foi para isto que me casei, não sei se ainda dá…”. Mas, logo vem outra tarefa que a chama à realidade.
O Luís diz que a Ana tem os nervos à flor da pele (que tem!) e por isso, afasta-se. A Ana está muito pesada (a gravidez aos 33 anos tem mais custos) e as tarefas da casa que lhe cabem, não são fáceis. Depois de um dia de trabalho no escritório, ajudar a Joana nos problemas de matemática é a “cereja no topo do bolo”.
No domingo, após o almoço, o Luís disse – “Amanhã é feriado – Nossa Senhora da Imaculada Conceição – é dia de fazer o Presépio. Podemos ir apanhar musgo ao pinhal”. A Joaninha sugeriu que convidassem as duas primas. E, “já que o tempo está de sol, podemos fazer um pic-nic ao almoço. Com frango assado e batatas fritas de pacote”, disse. A mãe ficou aliviada por ser menos uma refeição para pensar e, para fazer. Boa ideia!
Depois da missa lá foram todos para as cercanias da Serra de Sintra. Os 4 miúdos apanharam o musgo, correram, saltaram, subiram às árvores enfim, divertiram-se uns com os outros. A Ana estendeu as pernas e, embrulhada numa capa, ficou a conversar com o Luís sobre tudo e, sobre nada… Pelas 4 horas da tarde regressaram e deixaram as sobrinhas na respectiva casa.
Chegados a casa, mãos à obra, fizeram o Presépio. Enquanto os filhos iam colocando as figuras, o Luís pôs a tocar um CD com músicas de Natal. A Ana sentada, olhava e dava ordens.
Tocou o telefone, era a mãe das primas que agradeceu a tarde bem passada pelas filhas e desabafou: “Enfiei-me num centro comercial, estou com uma dor de cabeça, que o Presépio terá de ficar para outro dia…”.
Ali em casa era diferente. Havia uma exaltação nos miúdos e nos pais cumplicidade. Sentaram-se os quatro (ou os 5) a olhar para o Presépio, os filhos faziam perguntas: “É verdade que a estrela guiou os Magos?”, “Porque não abriram as portas a Nossa Senhora e a S. José?”, “Os primeiros a visitar o Menino Jesus foram os pastores? Porquê?”.
O Luís ia respondendo aos filhos. A Ana pensava no marido que tinha à sua frente, nas dificuldades, na letícia daquelas horas, no gosto de vencerem juntos os obstáculos e, na Esperança que todos têm neste bebé que irá nascer dentro de dois meses.
Querer ter uma casa maior, um trabalho mais fácil, um marido mais atento… querer ter mais dinheiro, mais tempo livre, mais descanso – são todas coisas boas. Mas ter este desejo vivo e ardente também é Bom. Viver nesta tensão é participar de algo Maior.
Afinal, a Felicidade faz-se de coisas boas e menos boas.
A Felicidade constrói-se fazendo o Presépio
Isilda Pegado, in voz da Verdade
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