quarta-feira, 30 de julho de 2014

Fui à pesca !!!!

(…) O melhor é ficar por aqui, pegar no que resta da nossa sanidade mental e ir pescar, desaparecer, física ou mentalmente, e não ser visto durante um par de dias ou semanas. Pode ser que se encontre alguma sereia e se possa ‘sushializar’, criando uma nova geração de contribuintes já preparados para serem taxados ao abrigo do novo regime contributivo para a economia do marPOR NUNO GASPAR OLIVEIRA
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Nuno Gaspar Oliveira
Doutorando em Gestão Estratégica
para a Sustentabilidade,
Instituto Superior Técnico
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Nos bons velhos tempos dos negócios unipessoais em pequenas cidades de província (como os tempos mudam…), os proprietários davam-se ao luxo de, quando a coisa estava muito parada ou lhes apetecia ir arejar, fechar a porta por um dia (ou dois, ou três…) colocar um cartaz a dizer simplesmente “volto em breve” ou então, a fabulosa indicação de “fui pescar”. Nem sempre iam mesmo, mesmo pescar mas, para todos os efeitos, é como se fossem, iam espairecer, tratar de qualquer assunto pessoal ou, simplesmente, abandonar a realidade por umas horas, quiçá mais. 
Hoje a pesca é outra, a procura da alienação de uma vida que nem sempre faz (qualquer) sentido e a partida em busca de uma realidade alternativa nem sempre se dá com uma cana de pesca e um balde de isco nas mãos, rumo a uma escarpa solitária para lutar com sargos e robalos. Muita gente está cá mas não “está cá”. Vivem numa espécie de limbo absentista presencial. Depois de um período que parece infindável de austeridade depressiva e, segundo diz a boa gente do FMI e Comissão Europeia, desnecessária, abusiva, desumana, inconsequente e profundamente demagógica, muita gente ficou à deriva, sem porto de abrigo, fustigada por ventos de incerteza e marés de angústia. Mas nem a pescar uma pessoa está sossegada. Ao que parece agora além de taxas e contribuições extraordinárias e sustentavelmente solidárias e uma brutal dose de impostos directos, indirectos e mais ou menos explícitos, temos mais um dever para com a nação que mais parece uma daquelas casquinhas de noz sempre à beira de tombar do convés e mergulhar no abismo azul. Diz que temos que ter filhos, mais e em boas condições, de preferência. Diz que é preciso aumentar a natalidade, que somos poucos, que não vai haver quem pague a nossa reforma, que isto assim é uma desgraça e que filhos é alegria, muitos e sorridentes, com ou sem dentes, de crescimento rápido e viçoso tipo eucalipto. 
Não interessa se os pais e avós daqueles a quem agora se implora que desatem a procriar foram esmagados, enganados e se sentem incapazes de ajudar mais os jovens descendentes, quer financeiramente, quer porque ainda tem mais 5 ou 6 anos de trabalho pela frente e não podem ajudar a tomar conta da criança.

Não interessa que a geração mais qualificada de sempre tenha sido apelidada de lamurienta e lhes tenha sido dito claramente “emigrem!” e se tenham exportado mais de 300 mil jovens ‘reprodutores’. 
Não interessa que um casal com idades à volta dos 40 anos e com dois filhos e rendimentos mensais sofríveis tenha perdido violentamente parte do seu poder de compra e tenha que pagar IRS na casa das centenas ou milhares de euros, sendo incapaz de poupar. Não interessa que milhares de jovens a entrarem na casa dos 30 não tenham a mais pequena possibilidade (ou desejo….) de constituir família sem correrem o risco de ficarem endividados por 40 ou 50 anos, quando as perspectivas de emprego são débeis. 
Não interessa. Estamos em perigo, o sistema precisa de vocês. Crescei e multiplicai-vos. Se fossemos peixes ao menos podíamos desovar uns 100 ou 200 de uma vez, e mesmo com uma taxa de sobrevivência na ordem dos 15-20% a coisa compunha-se em meia dúzia de anos. Mas não, logo por azar não só somos humanos como somos pessoas. Pior, cidadãos! E já estou a imaginar Barry White a tocar nas repartições da segurança social para o pessoal se inspirar enquanto aguarda horas na fila a ver se consegue manter a sua única fonte de rendimentos, ou a servirem as refeições nas cantinas universitárias com um pouco de extra malagueta para aquecer o sangue jovem, ou quiçá, a baixar o IVA dos motéis de beira de estrada e das ‘lojas de malandrices’. E, como coelhos (má analogia…), rapidamente encheríamos novamente o território de jovens e saltitantes crias. 
O território todo?
Não, há uma enorme faixa do país que resiste cada vez mais ao invasor, chama-se ‘interior’ e não é povoada por gauleses irredutíveis, mas sim, despovoada de creches, escolas, centros de saúde, hospitais, empresas e, cada vez mais, de gente com esperança. O que me parece realmente uma falta de visão dos ‘lamurientos’, com tanto município a dar 500€ ou até 1000€ por cada recém-nascido, o que cobre logo os custos dos primeiros 3 ou 4 anos de cuidados, não se percebe por que não há mais casais a migrar para o nordeste trasmontano, o baixo Guadiana ou o pinhal interior. Não se percebe. Se calhar, é porque não tem dinheiro para as portagens e a gasolina para lá chegar…
Então, o melhor é ficar por aqui, pegar no que resta da nossa sanidade mental e ir pescar, desaparecer, física ou mentalmente, e não ser visto durante um par de dias ou semanas. Pode ser que encontrem alguma sereia e possam ‘sushializar’, criando uma nova geração de contribuintes já preparados para serem taxados ao abrigo do novo regime contributivo para a economia do mar. 
Que os ventos mudem e se renovem as marés, até breve.
Gone fishing!
Nuno Gaspar de Oliveira
(Pescador de sonhos)
 
Fonte: VER

sábado, 26 de julho de 2014

Familia com 18 filhos



A Rosa Pich le gusta citar el dicho catalán que dice “si vols estar ben casat, busca-la en el veïnat” (si te quieres casar bien, búscala en el vecindario). Sin embargo, a esta barcelonesa no le fue nada mal casarse a los 23 años con un vecino de Cantimpalos. Dan fe de ello sus 16 hijos. Los Postigo Pich forman la familia numerosa con más hijos escolarizados de España.

Aunque no se acaba de sentir cómoda con el interés mediático que suscita su caso, necesita contarle al mundo que existen, “mucha gente no se lo cree, pero nosotros hemos dicho sí a la vida” afirma

¿He oído bien? Usted tiene 16 hijos.

18. Dos de ellos murieron siendo bebés. Nacieron con una malformación cardiópata severa. Donamos sus corazones a la ciencia. Hemos dicho sí a la vida y a la ciencia. El día que me vaya al cielo, descubriré por qué Dios se los llevó. Debió ser muy duro. Los médicos nos recomendaron no tener más hijos. ¡Pero nosotros queríamos tener una familia numerosa!

¡Su deseo se cumplió!

Así es, porque la decisión de tener cada uno de nuestros hijos ha sido de mi marido y mía: nadie, ningún sacerdote, familiar, o congregación, nos ha dicho cuántos hijos teníamos que tener.

¿De qué ha dependido cada una de las decisiones?

Hemos tenido en cuenta las condiciones psicológicas, físicas y económicas de cada momento.

No quiero pensar su presupuesto mensual en comida…

Hago la compra por Internet mensualmente y le aseguro que no gasto más que una familia con tres o cuatro hijos. Compro marca blanca. Y mis hijos saben que en casa no hay coca-cola, ni carne de primera, ni pescado fresco, solo atún enlatado. Eso sí: el chico de reparto del supermercado coloca en la despensa cada mes 240 litros de leche y 1.300 galletas María.

¿Siguen una dieta equilibrada?

Mis hijos comen en el colegio y están bien alimentados. En casa sólo se cena y se desayuna leche, y pan con mermelada o embutidos.

Siguen sin salirme los números.

Un kilo de pasta cuesta 50 céntimos. Lo mismo que un sobre de sopa. Le aseguro que no llego a los mil euros mensuales. Mis amigas me piden que le ayude a hacer los menús, además de explicarles cómo organizo la casa, las tareas de los chicos, los armarios…

¿Cómo organiza las cenas?

En dos turnos. Los de la primera comunión para abajo cenan primero y los mayores después. Entre medio, rezamos el Rosario.
 

¿Es usted muy religiosa?

En nuestra familia no contamos dos más dos, sino dos más dos, más Dios. Tenemos una fe vivida. Dios existe. Creemos en un padre que está en el cielo y tenemos la necesidad de comunicarnos con él, de contarle nuestras ilusiones y preocupaciones. El hombre es un ser de alma y cuerpo, por tanto espiritual.

¿Cree que hay una crisis de creencias?

La gente pone el dios en el Barça, en el dinero…

¿Cómo son sus hijos?

Movidos, gamberros, divertidos y deportistas. Están acostumbrados a pelearse, a convencer al otro para que juegue con ellos, a solucionar conflictos, a trabajar hábitos, a preocuparse por los demás. Ser miembro de una familia numerosa te obliga a ocuparte de los demás, porque siempre hay un hermano que necesita ayuda, tiene alguna dificultad. ¡Mis hijos están preparados para dirigir multinacionales!


¿Cómo se organizan entre ellos?

Cada oveja con su pareja. Cada uno de los mayores tiene asignado un pequeño y se encargan de resolver sus problemas: les ayudan con sus deberes, con la lectura, con el baño, si necesitan material del colegio se lo consiguen… Todos van al colegio andando desde los tres años y tienen su pequeño encargo. Yo trabajo por las mañanas, así que a las siete de la mañana salgo de casa. Por las tardes juego con los pequeños y a partir de las siete atiendo dudas hasta la hora de cenar.

Contará con alguna asistenta…

Sí, ella se encarga de la limpieza y del baño de los más pequeños. Trabaja de ocho a ocho. Pero los niños se encargan de hacerse la cama y si no se la hacen, peor para ellos.

¿Qué consejos les da a sus hijos?

Tanto mi marido como yo venimos de familias numerosas (14 y 16 hermanos, respectivamente). Hemos pasado de la litera de cuatro alturas a la cama de matrimonio. Si nuestros amigos tenían juguetes, nosotros teníamos hermanos. Y les hemos enseñado a nuestros hijos a ser felices así.

¿Nunca le han dicho que traer tantos niños al mundo es una irresponsabilidad?

La pregunta no es qué mundo les vamos a dejar a nuestros hijos, sino qué mundo nos van a dejar ellos a nosotros. Hay que cambiar el chip porque pienso que tal como están las cosas, van a tener muchas oportunidades. Mis hijos van a buenos colegios, así que humanamente hablando estarán preparados para sacar el país adelante. Yo siempre les digo que son ellos los que nos van a sacar de la situación que vivimos. Por otro lado, yo sí voy a tener mi jubilación pagada: mis hijos cuidarán de nosotros porque nosotros hemos cuidado de ellos.

¿Es usted muy estricta?

En la vida hay que hacer muchos sacrificios. A menudo he ido a trabajar sin apenas haber dormido y encontrándome mal. Pero hay que dar ejemplo. Por otro lado, en casa transmitimos una educación muy espartana , austera, de servicio a los demás, porque pensamos que es más elegante dar que ser egoísta. En la mesa tenemos una consigna: hay que servir al que tenemos al lado: acercarle el pan y el agua. Y si toca huevo frito, le damos el más bonito.

¿Sus hijos no le piden marcas?

En casa no compramos marcas. Si entra algo es porque han ahorrado haciendo canguros o se lo ha regalado el padrino. Las marcas no los hacen más persona, ni más felices. La vida da muchas vueltas y lo que no lloren de niños, lo llorarán de mayores. Uno se crea grandes necesidades, pero polvo eres y en polvo te convertirás

¿Qué es para usted la felicidad?

Lo que da felicidad es cuidar de los demás. A mí me la dan mis hijos, pero también me gusta cuidar de sus amigos cuando vienen a casa. Eso es algo que también les intento transmitir: preocuparse por los otros, ir a ver a un amigo cuando está enfermo, una llamada por teléfono… Hay que vivir con alegría y optimismo.

¿Nunca ha tenido una crisis matrimonial?

Por supuesto que las tenemos. Mi marido y yo discutimos, pero también hablamos. Y de las crisis uno sale más reforzado. Hay que luchar para quererse más, tratarse con cariño, dejarse espacio para uno y para la pareja. Nosotros nos vamos a pasear solos, aunque sea para dar una vuelta a la manzana. Pienso mucho en mis amigos que se han divorciado, porque se quedan muy solos y los niños quedan marcados para siempre.

¿Piensa que el matrimonio debe ser para toda la vida?

El divorcio sólo soluciona la discusión momentánea con la pareja , pero después vienen muchos más problemas. Lo he vivido de cerca. Sí, yo a mis hijos les digo que es para toda la vida, no porque lo manda la iglesia, sino porque el hombre y la mujer necesita una estabilidad física y psíquica. La naturaleza humana está hecha así: el niño necesita un papá, con una barba que le rasca, y una mamá, con su olor femenino, que le arropa.

¿En qué consiste el amor?

El amor es un fuego que hay que ir alimentando. No es una chispa de la vida, sino que uno tiene que ir trabajándolo, reforzándolo cada día. Así, cuando no hay llama, la ponemos. El amor no es sólo de sentimientos sino también cerebral. Necesita voluntad: yo quiero amar a esta persona, quiero amar su bien, me atrae su físico, su manera de ser… Y también necesita sinceridad. Hay que decirle a tu pareja qué te gusta, cómo te sientes, qué necesitas en cada momento.

Un consejo para mejorar las relaciones de pareja.

Dile que se acuerde de comprarte tus flores preferidas y cuando vayas a la pelu no esperes que se fije. Adelántate: ¿verdad que estoy guapa?

Me imagino que no irán mucho a comer a restaurantes…

Sólo cuando hay una celebración. Cuando nos invitan, suelen decirme: “da gusto ver cómo disfrutan tus hijos, Rosa”.

Fuente: la Vanguardia

Famílias monoparentais afectam desenvolvimento das crianças

 
 
ROMA, 17 de Julho de 2014 (Zenit.org) - Um novo relatório prevê que, em 2020, metade dos jovens de 16 anos da Grã-Bretanha terão famílias monoparentais. 
O estudo "Breakthrough Britain 2015", descobriu que, mesmo hoje, apenas 57 por cento dos adolescentes vivem com o pai.
O relatório acrescenta ainda, conforme a suposição comum, que as crianças cujos pais são separados têm significativamente mais probabilidade de falhar na escola, têm baixa auto-estima, dificuldades nos relacionamentos, dificuldades de comportamento e ansiedade ou depressão. A notícia foi publicada esta semana no Daily Telegraph.
"Por muito tempo neste país a desagregação da família tem sido incontestada - apesar do impacto devastador sobre a adultos, crianças e comunidades", disse Christian Guy, diretor do Centro para a Justiça Social, que realizou o estudo.
A Dra. Samantha Callan, uma das co-autoras do relatório, disse que a "norma social" de ter filhos fora do casamento precisa mudar a fim de reverter o número crescente de famílias sem pais. "Existe uma visão predominante na sociedade que, quando as coisas não vão bem em um relacionamento, isso significa que o fim está próximo", disse ela. "Mas todos os relacionamentos estão sob pressão; você precisa ter um compromisso como o casamento para que você saiba que não vai fugir".

Cristiano Ronaldo está vivo graças a um objetor de consciência

 
Por Federico Cenci
 
ROMA, 21 de Julho de 2014 (Zenit.org) - Setenta prêmios individuais, incluindo duas bolas de Ouro e um Fifa World Player, uma série de troféus levantados com as camisetas do Sporting Lisboa, Manchester United e Real Madrid. E, novamente, uma enorme quantidade de recordes que requer uma boa dose de paciência para aqueles que querem ler todos, assim como dois dos mais altos prêmios concedidos pelo Estado de Portugal. Porém, um pequeno grande mérito para estes prêmios é devido a um desconhecido médico Português. Pequeno como o corpinho ainda frágil e indefeso que cresce dia a dia no ventre de uma mulher, grande como o gesto nobre de quem realiza com profissionalismo e fé o próprio trabalho e consegue, assim, salvar uma vida humana do aborto.
 
No já distante 1984, a vida que este homem salvou foi a de Cristiano Ronaldo, um dos jogadores mais fortes e prolíficos em termos de gols realizados nos últimos anos. Foi a própria mãe do eixo do Real Madrid e da Seleção portuguesa que revelou a história que está nos bastidores na autobiografia, Mãe Coragem, publicada sexta-feira passada em Portugal. A mulher, cujo nome é Dolores Aveiro, diz em uma das passagens mais comoventes do livro a sua situação, quando ela descobriu que estava grávida daquela criança que mais tarde se tornaria o famoso Cristiano Ronaldo.
 
"Naquela época, eu já tinha 30 anos e três filhos, não parecia apropriado lidar com um novo nascimento e ampliar a família, então procurei um médico, que, porém, se recusou a fazer a cirurgia", explica. Passava por um tempo bem sombrio na sua casa, dar de comer aos filhos Hugo, Elma e Cátia Liliana, a cada dia, era um desafio cada vez mais difícil com um marido, José Diniz, desempregado (morreu em 2005 devido ao álcool) e com as poupanças reduzidas a nada.
Mas a relutância e a tentativa de desencoraj
á-la do aborto, por parte do médico, não tiraram as suas intenções, que mesmo assim tentou interromper a gravidez com um “remédio caseiro” sugerido por uma amiga: “Me disse para beber cerveja escura e quente. Assim a criança teria morrido”.
A cerveja, no entanto, não conseguiu parar a energia vital daquele coração batendo no ventre de Dolores. Depois de algumas horas de tomar a bebida potencialmente assassina, na parte inferior do abdômen continuava a reinar a paz. Sinal da ineficácia do "remédio caseiro". Pouco a pouco, a mulher - já acostumada ao aleitamento, às fraldas e choros noturnos – decidiu ter também o quarto filho. “Se a vontade de Deus é que esta criança nasça, assim seja”, foi o seu pensamento mais íntimo.
 
No dia 5 de fevereiro de 1985 em uma cidade das Ilhas Selvagens, um pequeno arquipélago do Oceano Atlântico mais perto das costas africanas do que das portuguesas, nasceu Cristiano Ronaldo. Uma criança forte e saudável, veio à luz em uma cidade anônima e que teria se tornado famoso em todo o mundo devido ao seu talento futebolístico único.
 
Um bastidor muito delicado, que a mãe decidiu publicar com a permissão prévia de seu filho Cristiano, o qual, hoje, ainda tem a força de fazer piada do tema: “Viu, mãe, você queria me abortar e agora sou eu que controlo as finanças em casa”. E pensar que a tentação de interromper a gravidez surgiu das suas dificuldades econômicas. Se aquele médico não tivesse permanecido fiel ao seu juramento e, portanto, firme em sua oposição sobre o aborto, hoje o mundo do futebol teria uma grande estrela a menos no seu firmamento. E o firmamento – se sabe – para observá-lo temos que olhar para cima. É por isso que a objeção de consciência é sempre um gesto dirigido para cima.

Será que se aumenta a natalidade por decreto-lei?

 
 
É conhecido por todos que Portugal tem um grave problema de natalidade. Com cerca de 1,2 filhos por casal, o nosso país apresenta uma das mais baixas taxas de natalidade do mundo, colocando problemas de sustentabilidade a vários níveis na sociedade. O PSD, que já deveria ter consciência desta realidade há mais tempo, decidiu finalmente nomear uma comissão para estudar o assunto e que propôs recentemente um conjunto de medidas legislativas de modo a incentivar o aumento da natalidade.
Já se adivinhavam quais seriam algumas dessas  medidas propostas: maior justiça fiscal face ao número de filhos, alargar o acesso a creches e aumentar as atividades de tempos livres (ATL), flexibilizar os horários laborais para os pais, etc.  Apesar do sinal positivo de algumas destas propostas, a pergunta que se coloca é a seguinte: Será que é possível aumentar a natalidade por decreto-lei?
Como psiquiatra, profissionalmente contacto diariamente com dezenas de pessoas de diversas idades e em fases diferentes do ciclo da vida. Quando pergunto a um jovem que tem uma relação amorosa estável se está a pensar casar, a resposta que ouço como mais frequência é: " para quê?" Depois, se questiono se existem planos para terem filhos, muitas vezes o rosto desse jovem transfigura-se, adotando uma expressão de perplexidade e de indignação, face ao despropósito daquela pergunta. A resposta habitual é um "não" peremptório.
Se for feito um inquérito aos casais jovens sobre quais os motivos que os levam a ter poucos filhos, a principal razão evocada será invariavelmente a falta de dinheiro. Mas como é que se explica que há vários anos atrás (já com abundantes opções contraceptivas disponíveis), o rendimento per capita dos portugueses era mais baixo e ainda assim os casais tinham mais filhos? O problema da baixa natalidade não é totalmente explicado pela falta de condições económicas, mas acima de tudo pela mudança das prioridades nas opções de vida das pessoas; ou seja, por uma profunda mudança de atitudes e valores.
Há algumas semanas atrás, a revista Sábado fez capa com o título: Há cada vez mais casais "felizes" que têm mais dinheiro e tempo para tudo... Não têm crianças por opção e são cada vez mais em Portugal".  O título era reforçado pela imagem de dois jovens  fisicamente atraentes, deitados na relva e com sorrisos abertos.  Este é um excelente resumo do modelo de sociedade que foi sendo criado nos últimos anos entre nós; este é um modelo atual de felicidade no qual os filhos não fazem parte.
Vivemos numa sociedade de consumo, materialista, individualista, que não compreende a renúncia e que tem alguma aversão ao compromisso, pois considera-o incompatível com a liberdade. Sabemos que ter filhos é, na verdade, um compromisso que obriga a muitas renúncias e sacrifícios que se vão tornando cada vez mais difíceis na atual sociedade de hiperconsumo. Perante estas prioridades, facilmente se compreende que seja difícil, senão mesmo impossível, conciliá-las com o nascimento de filhos.
Do meu ponto de vista, o problema da natalidade não se resolve por decreto-lei. Trata-se antes de um problema social com raízes mais profundas, relacionadas com uma sociedade emersa na cultura do efémero, hedonista e desvinculada da família como instituição social que garante a coesão social e a renovação da sociedade. Seja como for, o Estado deve ter dois papéis importantes: ser um "facilitador", e não um obstáculo para todos aqueles que querem ter filhos, e ser um defensor da justiça fiscal, criando um sistema fiscal verdadeiramente "amigo da família".
É provável que a natalidade só aumente significativamente daqui a umas décadas, quando as revistas mostrarem nas suas capas que afinal aquele casal sem filhos, outrora feliz, há muito que está separado. Ambos estão envelhecidos, talvez medicados com antidepressivos, e dominados por um enorme sentimento de solidão.
PEDRO AFONSO Público, 20/07/2014

Exemplo da aberração que são as "Barrigas de Aluguer"

 
 
A Ana e a Tatiana são filhas do Sr. Pedro e da D. Odete. Duas irmãs muito amigas. A Ana casou-se e, passado algum tempo, teve um problema de saúde e, na cirurgia, retirou o útero. O João, seu marido, tinha pena de não ter um filho, mas depois da doença da Ana estava conformado. A vida realizava-se de muitas outras formas.
Porém, a lei da “gestação de substituição” foi aprovada e a Tatiana estava solteira, não pensava casar-se, e tinha 38 anos. Foram os pais Odete e Pedro quem sugeriu à Tatiana que num acto de generosidade se oferecesse à irmã e ao cunhado para lhes gerar um filho. A Tatiana primeiro disse que não. Mas, após as conversas dos pais (de que fugia), começou a pensar que esta sua recusa era um egoísmo. Afinal, ser “mãe portadora” seria um altruísmo. E nove meses até passam depressa. Além disso, fazia a experiência da maternidade... por nove meses. Nesse seu “voluntarismo” ofereceu-se à irmã, que também já tinha colocado essa hipótese. Iniciaram então o processo de fecundação.
A Ana foi submetida a estimulação hormonal ovária durante alguns meses, e o João foi várias vezes à clínica para recolha de sémen. O João quis desistir deste processo tão violentador da intimidade do casal. Mas não falava, para não magoar a Ana. Após várias penosas tentativas falhadas, como aliás é normal nestes processos de PMA [procriação medicamente assistida], um embrião foi finalmente implantado no útero da Tatiana.
A Tatiana, embora inicialmente sentisse que tudo lhe era estranho, a certa altura (a partir das seis ou sete semanas) começou a ter vómitos, muito sono e o corpo a modificar-se. Ia ao médico com a irmã e o cunhado. Vibrava com cada ecografia que ia fazendo. Mas ao olhar para a cara da Ana via nela uma tristeza que não sabia explicar. A protagonista era a Tatiana. A Ana era a espectadora e expectante da maternidade... A Tatiana fazia a medicação recomendada, aguentava as constipações sem “aspirina”, tinha a pele com manchas...
A dada altura, feito um exame colocou-se a hipótese de o bebé ter uma malformação congénita muito incapacitante. A Ana e o João disseram “se o médico recomenda a IVG [interrupção voluntária da gravidez], o melhor é seguir o conselho de quem sabe...” A Tatiana durante uns dias não foi vista, nem atendeu o telemóvel. E, quando confrontada, disse: “Eu não sou capaz de fazer mal a este bebé, seja o que for, virá!” A discussão foi acesa, porque o João e a Ana diziam que aquele bebé era fruto do sémen e do óvulo deles e não pertencia à Tatiana. Foram dias muito duros de desentendimento entre as duas irmãs, que tinham sido tão amigas. E, discussões entre a Ana e o João que imputavam um ao outro esta situação. Os avós (do bebé) choravam amargamente a situação a que também tinham dado causa.
Valeu a toda esta situação uma boa notícia vinda com a repetição dos exames médicos – afinal o bebé não sofria do tal problema ou, se existisse, era curável.
Entretanto, a Tatiana nessas últimas semanas afeiçoou-se cada vez mais ao bebé que tinha dentro de si. Era a única que o defendia. Mas... tudo voltou ao previsto. O bebé seria da Ana e do João.
A Ana fazia o enxoval. E a Tatiana contava o que sentia – as modificações do seu corpo, os “desejos” de “beterraba” ou de “sardinhas”... Era sempre com a cara no chão que a Ana ouvia estes relatos. A  maternidade era da irmã e não sua.
A partir de certa altura, a Tatiana deixou de relatar os pontapés do bebé, o bebé que se mexe, os sonhos com o bebé, etc., etc. Deixou de se queixar das varizes nas pernas, das estrias na barriga, dos quilos que não controlava, etc., etc. Foi fazer ginástica para grávidas e, ali, junto das outras grávidas estava feliz, era a mãe daquele bebé, aqui partilhava esta sua nova vida.
O bebé nasceu. Era um belo rapaz – André, assim chamado.
A Tatiana tinha muito leite, mas a Ana e o João decidiram que o bebé não seria amamentado a peito. Agora, o André era deles. Só deles.
A Tatiana teve de “secar o leite” num processo clinicamente orientado. Com muitas dores (físicas e da alma) conseguiu livrar-se ao fim de dois meses de alguns caroços que ficaram no peito. Os (nove) quilos que lhe sobraram da gravidez exigiram longos meses de ginástica. E as estrias e as varizes que agora aos 39 anos tinha ficaram para toda a vida. Qual “coroa de glória” ou “fel de um acto” que chorava diariamente. O André era seu. Não o esquecia. De cada vez que olhava para um daqueles sinais (varizes, estrias, gordura) era o André que lhe vinha à cabeça. Corria para junto do sobrinho, mas a irmã hostilizava-a – “agora deixa-nos viver”.
O André não foi um bebé fácil. Noites difíceis, algumas doenças, médicos, banco de hospital, etc., etc. O João estava exausto. A mulher só tinha olhos para o filho. E ele, pai, cada vez mais cansado, foi-se afastando, até que quando o André tinha 15 meses o João pediu o divórcio. Afinal todos somos livres e tinha encontrado “outra pessoa”. Cumpriria com as suas obrigações de pai. Mas...
A Ana, agora divorciada, e afrontada pela presença da irmã que procurava o André, decidiu, ao fim de dois anos, emigrar para um país longe. Tinha o André quatro anos.
Foram reguladas as responsabilidades parentais e o menino vinha a Portugal no Verão, no Natal e na Páscoa. Nesses tempos, o André só queria estar com a tia e mal a via saltava-lhe para o colo, como não fazia com mais ninguém.
Foi sempre uma criança problemática, teve acompanhamento psicológico, pedopsiquiátrico, etc., etc. A adolescência foi muito revoltada com a mãe, com o mundo e com tudo o que o rodeava. A Tatiana ia sabendo das tristes notícias, com amargura.
Aos 18 anos, o André deixou a mãe no país estrangeiro e veio para Portugal, para casa dos avós maternos, para tentar acabar o secundário. Os avós, por vezes quando o olhavam, perguntavam – “Porque terão feito 'aquela lei'? Que drama nos bateu à porta? Quem imaginaria que as nossas duas filhas hoje não se possam ver? Porque está a Ana sozinha nos EUA, militante de uma ONG que 'luta contra as barrigas de aluguer e a favor dos direitos da mulher'?"
E o André cantava, de vez em quando, uma famosa cantiga de resistência ao Estado Novo, “Que eu nem sequer fui ouvido, no acto de que nasci”...

Artigo de Isilda Pegado, advogada, sobre Barrigas de Aluguer no Público 

 
 

terça-feira, 22 de julho de 2014

Incentivar a natalidade e patrocinar o aborto ao mesmo tempo?



Três anos depois de ser eleito, e depois de ter criado uma “comissão para a natalidade”, o nosso governo percebeu o seguinte silogismo:

- O Estado social precisa de ser sustentado pelas novas gerações;
- A taxa de natalidade em Portugal é a mais baixa da Europa, cerca de 1,2 filhos por mulher em idade fértil (muito longe nível de substituição de 2,1);
- Se isto continua assim Portugal pode dizer adeus ao Estado social porque não vai haver ninguém para pagar as contas.

Mesmo que não fosse a coisa mais óbvia do mundo, este panorama já tinha sido anunciado há muito tempo, e repetido até à exaustão na campanha contra a legalização do aborto, em 2007.

Para tentar remediar esta previsível catástrofe, o governo deverá brindar os progenitores com uma vasta panóplia de (pequenas) vantagens económicas por gerarem descendência, esperando que sirvam como um incentivo à natalidade.

Qualquer incentivo fiscal que ajude as famílias, especialmente as que generosamente têm mais filhos, é de salutar. O problema é que estas medidas são “peaners”.

O desenvolvimento económico ocidental que nos acompanha, mais crise menos crise, desde o fim da segunda guerra mundial foi incentivando o consumo privado, privilegiando o “ter de ter”, o materialismo, o individualismo, em última análise o egoísmo.

Com o Maio de 68, e a “revolução sexual”, patrocinada pelo aparecimento da pílula anticoncepcional, sexo e casamento deixaram de andar juntos, passou a ser sempre que se quisesse, com quem se quisesse.

O casamento foi totalmente menosprezado e o seu valor diminuído, começando a entrar em crise, com cada vez menos pessoas a querer casar-se, e um aumento constante na taxa de divórcio. Generalizou-se o “viver junto” e a “união de facto”.

O aborto começou a ser visto como um direito, e legalizado praticamente em todos os países, onde se matam hoje em dia milhões de bebés por ano.

Os mesmos que atacaram o casamento até passar a ser visto como uma “tradição sem sentido” exigiram que duas pessoas do mesmo sexo se pudessem casar, dizendo que sem isso não haveria igualdade. Com um lobby poderosíssimo conseguiram o seu intento em tempo recorde, dando mais uma machadada na já frágil instituição casamento.

Isto tudo para dizer que a falta de filhos não existe por causa da crise, mas provém da mentalidade anti-família que se foi instalando na sociedade ocidental. Um dos grandes culpados pela propagação desta doutrina em Portugal foi o governo de José Sócrates, que conseguiu a proeza de legalizar o aborto, aprovar o divórcio-expresso e sem culpa, e o “casamento gay”.

Enquanto nada disto mudar, o governo bem pode arranjar umas promoções jeitosas, que vão apenas fazer ricochete e o problema de fundo irá continuar. É uma questão de mentalidade, de maneira de encarar a vida e o que andamos cá a fazer, e isso não se muda com descontos no IRS.

João Silveira
 

domingo, 20 de julho de 2014

Estar-se a "marimbar"



No atual contexto de crise que ainda vivemos, aqui no Algarve (e provavelmente em outras zonas do país) é chocante ver a quantidade de gente que se está a completamente a "marimbar" para quem passa mal.

Não falo só do abandono de idosos nos lares, sem visitas e sem que alguém da sua família mostre interesse e carinho. Falo também do alheamento da esmagadora maioria das pessoas, em particular, daquelas que, fruto do seu trabalho ou de heranças, têm mais possibilidades financeiras e mais poderiam ajudar quem mais sofre com o desemprego, a falta de comida para alimentar os filhos, de dinheiro para pagar rendas, a água, luz, uma botija de gás, etc.”O que é que interessa!” pensam aqueles a quem vida corre bem.

Não têm nada a ver com isso! Cada um que saiba de si! O Estado que se endivide mais para lhes dar subsídios e apoios! Uma parte da população são autênticos monstros indiferentes que só se preocupam com o seu umbiguinho, as suas viagens, o seu bem estar, os seus programinhas e o resto é lá com eles.

É engraçado que muitas  histórias de heróis e grandes façanhas, verdadeiras ou de ficção, começam com um dilema moral. Falam-nos de pessoas normais, objectivamente sem grandes meios humanos ou materiais que, a dada altura são "importunadas" por alguém com quem se cruzam e alguém que os desperta para desafios e realidades que até aí lhes eram completamente alheias. E estando numa situação acomodada, aburguesada, com projetos de bem estar e conforto são abanadas e atraídas a sair da sua concha. Alguém lhes atira um balde de água fria à cara e lhes pede que compliquem a sua vida, deixem de olhar só para o seu umbigo, os seus bens e os seus programas para se meterem em assuntos e pessoas que nada têm a ver com a sua vida: gente que não é da sua familia, nem sequer sua amiga ou do seu país ou região; gente que, pelas mais variadas razões, são oprimidas, passam mal e são vítimas de injustiça.

E este dilema moral está lá sempre presente: “borrifo-me ou preocupo-me” ?

Estou-me a lembrar dos Alentejanos que, em 1384, D.Nuno Alvares Pereira desesperadamente tentava convencer a participar na futura (e aparentemente suicida) batalha de Atoleiros, tendo inclusive apanhado alguns a meio da noite a desertar.

Estou-me a lembrar de Bilbo Baggins e do seu sobrinho Frodo que resistiram ao apelo de Gandalf e dos anões para viajarem a terras distantes e desconhecidas, quebrando o aparente ciclo de felicidade do Shire onde estavam comodamente instalados.

Estou-me a lembrar da estudante universitária norte americana Jean Donovan que, desafiada pelo capelão da sua Universidade, lançou-se no interior de El Salvador, acabando assassinada, em 1980, de forma brutal e que antes de partir para a América do Sul, perguntava-se a si mesmo “Porque é que eu não posso ser apenas uma insignificante dona de casa dos subúrbios ?”

Estou-me a lembrar do sr Scrooge  do “Conto de Natal” de Charles Dickens, o milionário ávaro, mal disposto contra o mundo e contra todos.

Infelizmente o que se vê à nossa roda, é a esmagadora maioria das pessoas metidas em si mesmas e nas suas coisas, querendo gozar tudo o que de bom a vida tem para dar, encolhendo apenas os braços pela má sorte de outras pessoas menos afortunadas. Alguns parece que querem levar o dinheiro para a cova. São casos quase patológicos.

Como diz o Papa Francisco "Ninguém deveria dizer que se mantém longe dos pobres, porque as suas opções de vida implicam prestar mais atenção a outras incumbências. Esta é uma desculpa frequente nos ambientes académicos, empresariais ou profissionais, e até mesmo eclesiais () Ninguém se pode sentir demitido da preocupação pelos pobres e pela justiça social” “Evangelii Gaudium 201”.
Menos indiferença, menos alheamento!
Quem mais tem, tem que se sentir responsabilizado !                                 

terça-feira, 15 de julho de 2014

Natalidade. Comissão propõe menos IRS e trabalho "part-time" pago a 100%



Reduzir em 1,5% a taxa de IRS para o primeiro filho e 2% para o segundo filho e seguintes, trabalhar em part-time durante um ano a receber a totalidade do salário e baixar o imposto sobre veículos para famílias com três ou mais filhos. São algumas das medidas do relatório sobre a natalidade encomendado pelo PSD.
O trabalho – cujas conclusões foram apresentadas esta terça-feira, no Porto – foi desenvolvido durante quatro meses por uma comissão com 11 personalidades de várias áreas, coordenada pelo professor universitário Joaquim Azevedo. E faz um diagnóstico preocupante da natalidade em Portugal, propondo várias soluções para resolver o problema.
Portugal tem um dos índices de natalidade mais baixos da Europa. O relatório "Por um Portugal amigo das crianças, das famílias e da natalidade (2015-2035): remover os obstáculos à natalidade desejada" (em PDF) dá conta de um número de nascimentos abaixo das projecções mais negativas – um cenário “insustentável” se não forem tomadas medidas.
Mais filhos, menos impostos
Reduzir em “1,5% a taxa de IRS para o primeiro filho e 2% para o segundo filho e seguintes”, em todos os escalões de rendimentos, e alterar a forma de apuramento das deduções à colecta de IRS, tendo em conta as despesas suportadas por cada membro do agregado familiar, são algumas das propostas.
A comissão defende que as despesas de educação e de saúde suportadas pelos avós possam ser deduzidas no IRS.
Propõe-se ainda que o IMI sofra alterações para “permitir aos municípios reduzir a taxa que é aplicada anualmente, tendo em conta o agregado familiar”.
Reduzir o imposto sobre veículos para famílias com três ou mais filhos faz ainda parte das medidas apresentadas, um projecto também apresentado pelo PSD na Assembleia da República, em Outubro do ano passado.
Estas medidas terão impacto necessariamente orçamental, mas a comissão não o quantifica. Fazer essas contas, diz o documento, está “nas mãos dos serviços do Estado” e é uma tarefa para os governos que quiserem aplicar as ideias sugeridas.
“Os governos legítimos deverão estimar esses impactos e o gradualismo com que pretendem aplicar as medidas”, lê-se.
Mais tempo para a família
Um dos pontos essenciais apontados pela comissão para a promoção da natalidade é a capacidade de “conciliar o trabalho com a família”.
Como? Permitindo à mãe trabalhar em “part-time” durante um ano e receber a totalidade do salário, 50% pela empresa e 50% a cargo do Estado. O valor que a empresa deixa de pagar à mãe passaria, neste caso, a ser recebido por um trabalhador desempregado contratado pela empresa.

Seria uma forma, dizem os autores do relatório, de "minorar custos e potenciar benefícios a todos os intervenientes", possibilitando-se que a mãe continue a receber o ordenado na totalidade, a empresa mantenha um trabalhador a tempo inteiro sem custos adicionais e seja aberta uma oportunidade de trabalho para desempregados. Desta forma, o Estado promoveria a natalidade "com custo baixo, ou mesmo nulo".

Como o afastamento dos pais do local de trabalho pode levar a penalizações, esta comissão defende que a licença parental possa ser partilhada pelos pais. Por exemplo, o pai passa a trabalhar 20 horas por semana e a mãe outras 20.
Propõe-se ainda a criação de condições para reduzir, entre duas a quatro horas, o horário laboral de trabalhadores com filhos até os seis anos de idade, e apoiar a contratação de mulheres grávidas ou com filhos até aos três anos, isentando as empresas do pagamento da Taxa Social Única (TSU).
ATL e “babysitting“
No relatório há ainda uma sugestão para que as empresas distribuam vales sociais, isentos de IRS e TSU, que se destinem ao pagamento das despesas com os filhos, tais como creches e escolas.
E como este é um trabalho que tem de envolver toda a comunidade, a comissão direcciona um capítulo às autarquias e instituições de solidariedade social, apelando a um aumento de oferta de serviços de “babysitting” e estruturas de apoio às famílias durante as férias escolares.
Os ATL devem ser dinamizados em horários desencontrados com os das creches e de preferência ao fim de semana, enquanto o horário das creches deve ser flexível e ter custos mais reduzidos, comparticipados pelo Estado de acordo com a dimensão da família, propõe a comissão.
Defende ainda que a tarifa da água deve ter em conta o agregado familiar, que se dê prioridade nas escolas para os irmãos, evitando escolas distintas, e que devem ser criadas condições vantajosas para a compra dos passes sociais e manuais escolares.
Referindo-se ainda aos manuais, propõe-se uma revisão da validade e durabilidade dos livros e a criação nas próprias escolas de bancos de manuais.
Comparticipação de medicamentos para infertilidade
Todas as grávidas devem ter médico de família, alerta o relatório pedido por Pedro Passos Coelho.
É necessário alterar a condição de recursos para ter isenção da taxa moderadora e aumentar os apoios em situações de infertilidade, por exemplo, comparticipando a 100% os medicamentos.

O alargamento da idade de tratamentos para infertilidade para os 42 anos na mulher é outra das propostas.

Fonte RR

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Cristiano Ronaldo esteve para ser abortado

 
 
"Na biografia 'Mãe Coragem', lançada esta semana, Dolores dos Santos faz revelações inéditas: fala da extrema pobreza vivida na Madeira e conta como quis fazer um aborto quando soube que estava grávida de Cristiano Ronaldo. 
 
Em Mãe Coragem, a mãe do melhor jogador do mundo recorda que quando ficou grávida de Cristiano Ronaldo já era mãe de três filhos com um pai muito ausente e trabalhava de sol a sol. "Quis abortar, mas o médico não me apoiou nessa decisão", conta Dolores dos Santos no livro escrito por Paulo Sousa Costa.
 
A mãe de Ronaldo, Elma, Kátia e Hugo tentou recorreu então a uma receita caseira: beber cerveja preta quente e correr até o corpo não aguentar mais.
O que não resultou.
Dessa gravidez nasceria Cristiano Ronaldo".

Fonte: Diário de Notícias