sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Textos rádio Costa D'Oiro, dias 19 a 25 de Outubro



Dia 19 de Outubro
A Federação Portuguesa pela Vida, com o apoio da Plataforma Algarve pela Vida levou a cabo, no início deste mês de Outubro, mais um Encontro Vida que teve lugar em Albufeira.
O Encontro iniciou-se com a apresentação de um estudo realizado pelo gabinete de estudos da Federação, a partir dos dados publicados pela DGS sobre a realidade do aborto em Portugal.
Deste estudo resulta, entre outros, que em 2009, ano em que o número de nascimentos ficou pela primeira vez abaixo dos 100 000, foram já realizados 19456 abortos por mera opção,
Destacou-se também a repetição de abortos pela mesma mulher, que, em 2009, representaram já 21% do total.
O Algarve tem a maior taxa de incidência de abortos do país por cada 1000 mulheres entre os 15 e os 50 anos, apesar de representar apenas 7% do total dos praticados em Portugal.Com base em dados de 2007, o concelho de Alcoutim é, do Algarve, é o melhor com zero abortos realizados e Portimão, Monchique e Albufeira são os concelhos que apresentam o maior número de abortos realizados
.Este panorama mostra que o aborto está a originar comportamentos compulsivos de irresponsabilidade e desrespeito pela dignidade humana. Muitas mulheres que entram na espiral do aborto perdem completamente o controlo da sua própria vida, registando-se, inclusive, casos de 10 abortos consecutivos.
Seria bom que mesmo no meio desta crise a solidariedade possa dar lugar à vida e o desespero possa dar lugar à esperança.


Dia 20 de Outubro
Um dos grandes problemas sociais e até económicos dos nosso dias reside na chamada falta de maturidade dos homens.
Segundo o psiquiatra espanhol Enrique Rojas, ter maturidade sentimental significa ser capaz de estar aberto a dar e receber amor, à possibilidade de descobrir outra pessoa a quem se podem entregar os papéis do nosso tesouro escondido, dando-se por inteiro a ela e elaborar um projecto em comum
Enamorar-se é criar uma mitologia privada com alguém.
Esta maturidade implica ter admiração e sentir uma forte atracção por alguém. É dizer a alguém, não entendo a minha vida sem ti, és parte fundamental do meu projecto. Enamorar-se é necessitar de alguém, não entender a vida sem que essa pessoa esteja no centro do quarto das máquinas do motor que me permita fazer a própria travessia da minha vida.
Torna-se necessário que os pais e os professores, desde tenra idade, transmitam às crianças e aos jovens as competências individuais necessárias para que, num futuro, saibam assumir as suas responsabilidades.


Dia 21 de Outubro
Como diz o psiquiatra Enrique Rojas, num recente artigo publicado no jornal espanhol “El Mundo”, o homem imaturo pode até ter uma certa maturidade profissional, mas não tem maturidade afectiva: Não sabe o que é o mundo sentimental, não sabe expressar sentimentos, não que o amor é um trabalho de artesanato psicológico, desconhece que há que trabalhar os sentimentos com dedicação e esmero porque senão volatilizam-se e dissolvem-se. O homem imaturo não sabe dar, nem receber amor e sobretudo não sabe como mantê-lo.
É neste âmbito que emerge um quadro clínico a que se pode chamar commiment panic syndrom, isto é, o síndrome do pânico a comprometer-se com outra pessoa.
Na sociedade actual, têm-se vindo a multiplicar os homens que se deixam dominar por este terror ao compromisso com outra pessoa. Cada vez há mais homens imaturos que vivem somente centrados no seu trabalho, nos seus amigos, sair, entrar, algo de cultura e boa qualidade de vida.
Pelo contrário, a mulher percebe muito mais de sentimentos do que o homem e quer um amor verdadeiro, autêntico e para sempre.
Cada vez, há mais mulheres desencantadas com este tipo de homem que se queixam: “Querem um parceiro que venha com os deveres feitos e não um adolescente que tenham que educar como se fosse a sua mãe”.
Que filhos estamos, pois, nós a educar ?

Dia 22 de Outubro
A Associação Família e Sociedade vai realizar um curso de Métodos Naturais de Planeamento Familiar, nos dias 6 e 13 de Novembro de 2010, em LISBOA.
Cada vez mais, compreendemos que há uma lógica intrínseca em cada coisa: nos animais, nas plantas, no mar, no tempo… Uma lógica, uma verdade, que convém perceber e respeitar. O mesmo se passa no Homem. Na mulher. No nosso corpo.
Por isso, cada vez mais se fala de respeitar o biorritmo. E escandalizamo-nos com tudo o que possa “magoar” o curso natural da evolução da Terra, enquanto vamos, a pouco e pouco, percebendo que violentar a própria natureza e o ciclo fértil da mulher pode ter, e muitas vezes tem, custos pesados.
É, pois, essa lógica intrínseca na natureza do Homem, essa verdade “natural” do corpo humano, particularmente do ciclo da fertilidade feminina, que é bom compreender, para respeitar e dominar, de que tratamos ao estudar a Regulação Natural da Fertilidade.
Mas será a Regulação Natural da Fertilidade um método fiável?
Sim, não só é fiável, mas apresenta aspectos positivos que não são frequentemente postos em evidência. Por exemplo:
Tem uma percentagem de eficácia de 98 %.
Não apresenta efeitos secundários.
Tem grande eficácia como resposta a problemas de infertilidade.
Não comporta praticamente custos adicionais.
Algumas precauções são, no entanto, necessárias no que diz respeito ao método: é preciso aprendê-lo e dominá-lo, para o poder utilizar de forma eficaz.
Este curso dirige-se a profissionais da saúde, noivos e casais desejosos de conhecer o funcionamento de ciclo feminino e os interessados podem inscrever-se no site da associação Família e Sociedade.org.


Dia 25 de Outubro
Um dos argumentos que hoje é utilizado para justificar a obrigatoriedade da Educação Sexual escolar é dizer que esta assim como a História ou Matemática são obrigatórias.
Sucede que a Matemática é obrigatória porque é exigida pela realidade. Um engenheiro precisa do cálculo diferencial, e por isso precisa de saber derivar. Quem opta por não ter Matemática a partir do 9º ano está a optar por não ser engenheiro. Mas quem prescinde de educação sexual obrigatória renuncia a quê? Às convicções sexuais do professor de Educação Sexual.
A maioria dos pais ignora as convicções pessoais do professor de Matemática. Mas será que um ateu aceitaria, para professor de Educação Sexual do filho, um padre? E quantos casais aceitariam um activista gay? No modelo actual tudo isto pode e vai acontecer, sem que os pais o possam impedir.
São necessários pais activos que façam um esforço por gastar e estar mais tempo com os filhos, ouvi-los, conversar, compreendê-los. Há que apostar na formação dos filhos, propôr-lhes um projecto de vida que seja duradouro, que lhes abra o caminho para a felicidade, para o amar e o ser amados. Este é um trabalho que pertence primordialmente aos pais.
Mais do que meros reprodutores, sejamos, antes de tudo, pais e educadores.

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