quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Juntos Pela Vida critica Ministro da saúde

Quosque tandem, Correia de Campos, abutere patientia nostra?

Esta frase de Cícero no seu discurso contra Catalina ilustra o nosso humor acerca do senhor ministro da saúde: até quando abusará da paciência dos portugueses? Porque ou rimos ou choramos amargamente.

As últimas declarações, divulgadas hoje pela Lusa, sobre a aplicação da lei do aborto são escandalosas e preocupantes:

1. “O aborto clandestino diminuiu”: um exercício de lógica elementar capta a falta de sentido realístico do ministro Correia de Campos. Partindo do que foi dito há um ano a esta parte, podemos inferir o raciocínio das premissas agora reveladas:
A) O aborto é clandestino (argumento do SIM durante a campanha para liberalizar o aborto);
B) O que é clandestino não pode ser conhecido nem determinado (uma das razões mais repetidas para a ausência de meios para conhecer e combater as causas do aborto, que justificariam numa lógica utilitarista a legalização do aborto);
C) Eu sei que o aborto clandestino diminuiu. Magnífica conclusão, mas imperceptível do ponto de vista da razoabilidade.

Senhor ministro: se o aborto diminuiu diga-nos em quanto e qual o actual nível!

2. "Não há a pretensão do Ministério para de repente acabar com as situações clandestinas". Como é aceitável num Estado de Direito democrático que um elemento do Governo faça tais declarações e se mantenha na impunidade? Manterá o Primeiro-ministro um ministro que abjectamente declara que não pretende acabar com o aborto ou a fazê-lo vai ser devagarinho??? Para quê? Para permitir às clínicas manter mais alguns anos de lucros ilegais e imorais? Então, afinal em que ficamos? Agora já o aborto clandestino não é um terrível problema da sociedade portuguesa. Parece agora mais evidente que o ministro, ao contrário do que propagandeou, não queria acabar com o aborto mas tão só promover o “negócio”

Senhor ministro: diga-nos então como e quando tenciona acabar com o aborto clandestino. Ao menos ficamos a saber.

3. Se o aborto já não é clandestino em Portugal diga-nos, Senhor Ministro, os números reais e verdadeiros do aborto em Portugal! É um imperativo de justiça, baseado nas suas declarações sobejamente conhecidas acerca desta questão. E mais. É um direito das mulheres a quem feriu o corpo e o coração oferendo-lhes o aborto.

Juntos Pela Vida Associação, daqui.

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