sábado, 28 de fevereiro de 2015

Um ombro amigo



Para além da saúde, pede-se “dinheiro, paz, amor, felicidade”… Será que alguém traçou como objetivo mudar a atitude perante a sua família, perante os seus colegas, perante o seu chefe, perante os seus amigos, perante os outros indivíduos de modo geral?!

A alimentação é mais que uma necessidade fisiológica, come-se para festejar mas também se come para compensar tristezas portanto há que pensar naquilo que se pode melhorar e que está diretamente relacionado com as relações interpessoais.

Eis a história de uma mãe que pergunta ao filho qual será a parte mais importante do corpo humano. Ele responde que são os ouvidos mas ela logo lhe explica que não porque existem muitas pessoas que são surdas mas vivem muito bem. Passou-se algum tempo e ela fez-lhe a mesma pergunta. Ele pensou então que seriam os olhos. E a resposta foi muito idêntica, pois há muitas pessoas que não têm olhos e vivem muito bem. Ao longo do tempo a mãe ia-lhe perguntando mas ele nunca acertou na resposta.

No dia em que o avô dele morreu todos estavam a chorar muito tristes e nessa altura a mãe olhou para o filho e perguntou-lhe se já sabia qual era a parte mais importante do corpo. Ele ainda ficou mais confuso por ser naquele momento, então a mãe disse-lhe que a parte mais importante do corpo era o ombro. Mas ele sem perceber nada perguntou-lhe se era porque sustentava a cabeça. Então a mãe fez questão de lhe dizer: “não meu filho ele é importante porque pode dar apoio à cabeça de um amigo ou de alguém que está ao nosso lado quando chora”. Ainda acrescentou: “eu espero que tenhas bastante amor e amigos e que encontres sempre um ombro para chorar quando precisares. As pessoas esquecem-se do que tu disseste, esquecem-se dos teus feitos mas nunca se esquecem de como as fizeste sentirem-se”.

É certo que cada individuo é único e tem determinados comportamentos que nem sempre são sentidos pelo outro como os mais adequados ao momento considerando-os até mesmo injustos mas às vezes é mesmo isso que o torna tão especial, sentindo-se num patamar muito acima tendo como base a ideia de que “faz aos outros aquilo que gostarias que te fizessem a ti mesmo”.

Ter um ombro amigo sempre disponível para oferecer poderá ser um forte objetivo para este ano pois “existem momentos na nossa vida em que as palavras perdem o sentido ou parecem inúteis e por mais que se pense numa forma de as empregar elas parecem não servir, então não dizemos nada apenas sentimos”. E como alguém disse “ embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”.

 

 

anabelaviegasconceicao@gmail.com

Psicóloga Clínica

 

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