sábado, 21 de março de 2015

Pais querem que professores “puxem” pelos seus filhos com trissomia 21

 
 
Há crianças e jovens com trissomia 21 a quem, nas escolas, não é pedido que façam trabalhos de casa e que não recebem qualquer reparo por não os fazer, alguns não têm cadernos, não fazem testes. O grupo Pais 21 diz que nas salas de aula os seus filhos são muitas vezes “invisíveis”. Lançaram esta sexta-feira, Dia Internacional da Trissomia 21, uma campanha nacional de sensibilização em que pedem aos professores que “puxem” por eles.
“Dantes estas crianças não iam à escola, depois passaram a ir, para estarem socialmente incluídas. E agora? Eles também aprendem”. “Se não aprenderem a ler, escrever, contar estão-se a criar jovens que vão ser subsidiodependentes”, diz Marcelina Souschek, uma das fundadoras deste grupo de pais, amigos e técnicos criado em 2008.
"Leonor, 11 anos, aluna com trissomia 21. Obrigada professora por puxar por mim”, lê-se num dos mupies que vai estar espalhado por Lisboa e Porto, acompanhado com anúncios televisivos e radiofónicos.
A iniciativa do Pais 21 acontece porque muitos  pais sentem que, muitas vezes, os seus filhos “estão nas salas de aula mas não estão lá a fazer nada”, explica a responsável. “O professor tem muitos outros alunos, este não incomoda, não diz nada, fica ali. É um aluno invisível”. É preciso que digam, tal como fazem com os outros, “já fizeste a ficha? Já acabaste? Fizeste os trabalhos de casa. Se não fez tem de se assinalar”.
Dá o exemplo de técnicas que podem ser adaptadas a estas crianças.  Um exemplo: em vez de os deixarem sem fazer testes, podem antes dar-lhes testes em que os conhecimentos são avaliados com o preenchimento de cruzes em vez de ser por extenso. “É preciso ir além do diagnóstico e dar oportunidades de eles mostrarem as suas capacidades, de serem exigentes com eles.  Para que a criança saiba que tem de levar aquilo a sério”. “Não é possível deixar a criança com trissomia a 21 sem aprender, sem caderno, sem livro, sem trabalhos de casa “.
Marcelina Souschek, mãe de uma menina de trissomia 21 com 12 anos, diz que “nas escolas há um avanço enorme, de adaptação, com o uso técnicas que permitem que eles acompanham as matérias”, mas “é preciso muito mais”. Por exemplo, o que acontece em algumas escolas é que os professores de educação especial apenas “tiram o miúdo da sala 1 a 2 horas por semana”, em vez de dotar os outros professores de estratégias para chegar a estas crianças e jovens. O espírito que prevalece é muitas vezes o “não vale a pena”
A campanha nacional também será acompanhada pelo lançamento de um livro Bebés com Trissomia 21 – Novo Guia para Pais, um livro que já era oferecido em inglês num kit com informações que a Pais 21 oferecia nas maternidades às mães com crianças com esta deficiência e que agora está à venda traduzido para português.
Marcelina Souschek diz que não se sabe ao certo quantas crianças com trissomia 21 existem em Portugal, mas que “são cada vez menos”. Tendo por base a distribuição de kits no ano passado estima que nasçam no país uns 90 meninos com este problema. Calcula que 90% das grávidas que fazem diagnóstico pré-natal e a quem é detectado esta anomalia façam Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG).
“Não aponto o dedo a ninguém”, mas diz que “há uma pressão dos profissionais de saúde, empurram para a IVG”. Quando teve a sua filha Vera, os testes não revelaram qualquer risco de trissomia 21. “Chorei muito quando a minha filha nasceu”. Não sabe o que teria feito na altura se tivesse sabido que ia ter um bebé com este problema. A responsável diz que a Pais 21 “não quer iniciar uma discussão sobre o aborto. O que defendemos é que as pessoas sejam conscientes na sua decisão”. É preciso que percebam que “eles crescem, aprendem, conseguem ser autónomos, são mais-valias. Vale a pena”
 

terça-feira, 17 de março de 2015

Dolce e Gabba, homossexuais assumidos contra casamento e adoção gay



Depois de terem promovido um desfile original cujo tema era a exaltação da maternidade e da natalidade, Dolce e Gabbana, 2 homossexuais assumidos, numa entrevista a uma revista italiana disseram o seguinte:
“We oppose gay adoptions,”
“The only family is the traditional one.”
“You are born to a mother and a father – or at least that’s how it should be,” ...
“The family is not a fad. In it, there is a supernatural sense of belonging,” Gabbana added.
“No chemical offsprings and rented uterus: life has a natural flow, there are things that should not be changed,” they said.
Dolce said he opposed changing nature to create “children of chemistry, synthetic children, uteri for rent, semen chosen from a catalog.”


 

sábado, 14 de março de 2015

Quando o Amor fala mais alto


O mês de Fevereiro é vivido com certa nostalgia pois assinala-se o dia dos namorados que está associado ao amor. Mas para além desse tipo de amor existem outros e o de pais para com os filhos é indescritível.

            “Numa cidade distante morava um casal que fazia os preparativos para a chegada do primeiro filho. Neste caso tratava-se de uma menina e o homem ficou muito dececionado assim que soube porque queria muito um rapaz. Mas pouco tempo após o nascimento da filha deixou-se levar pelo seu sorriso lindo. Foi então que começou a amá-la verdadeiramente. Quase sem se aperceber lá estava ele a fazer planos para o futuro da filha, pois tudo seria para ela.

            Numa tarde, estavam os três quando ela perguntou ao pai qual seria o presente que teria quando fizesse quinze anos. Ele um pouco atrapalhado respondeu-lhe que ainda era muito nova, pois tinha sete anos, até aos quinze ainda faltava muito tempo.

            Mas o tempo passou muito rápido e esta criança era a alegria da casa em especial do pai. Já tinha catorze anos e num domingo quando iam para a igreja ela escorregou mas o pai agarrou-a para não cair. Já sentados no banco da igreja ia perdendo as forças e quase desmaiou. O pai levou-a de imediato para o hospital onde permaneceu dez dias internada. Foi então que lhe disseram que ela tinha um problema grave no coração. Os dias foram passando e o pai deixou de trabalhar para ficar ao seu lado contrariamente à mãe que não aguentava ver tanto sofrimento como tal refugiava-se no trabalho.

A criança apercebendo-se que não estava bem, perguntou ao pai se os médicos diziam que ela ia morrer mas de imediato o pai lhe disse “Não meu amor, Deus que é tão grande não permitiria que eu perdesse a pessoa que mais tenho amado neste mundo”. Curiosamente continuava a perguntar-lhe: “Quando morremos vamos para algum lugar? Pode-se ver a família do céu? Será que um dia se pode voltar?” O pai bastante emocionado respondeu-lhe: “Bem filha ainda ninguém voltou para contar porém se eu morrer não te deixarei só terei sempre uma forma de comunicar contigo. Não sei como mas sei que se morrer sentirás que estou contigo quando um vento suave roçar o teu rosto e uma brisa fresca beijar a tua face.” Nesse mesmo dia foram informados que a filha precisava de um transplante de coração caso contrário só teria vinte dias de vida.

O sofrimento destes pais era enorme, precisavam de encontrar um dador mas onde?! Nesse mesmo mês ela completaria os seus quinze anos e foi numa sexta-feira à tarde que conseguiram um dador. Foi operada e tudo correu bem. Permaneceu quinze dias no hospital mas o pai não a visitou uma única vez. Teve alta e foi para casa. Assim que chegou gritou ansiosamente pelo pai. A mãe saiu do seu quarto com os olhos encharcados e entregou-lhe uma carta deixada por ele. “Filha neste momento já deves ter quinze anos e se os médicos não me enganaram já terás um coração forte batendo no teu peito. Lamento não poder estar a teu lado. Quando soube que morrerias decidi dar-te a resposta à pergunta que me fizeste quando tinhas sete aninhos e para a qual não pude responder. Decidi dar-te o presente mais bonito que ninguém te daria, dou-te de presente a minha vida inteira sem nenhuma condição para que faças com ela o que quiseres, vive filha, te amo com todo o coração.”

 No dia seguinte a menina foi ao túmulo do pai chorar como ninguém poderia chorar: “Pai agora compreendo o quanto me amavas. Eu também te amo mas agora compreendo a importância de te dizer AMO-TE”. De repente” um vento suave roçou no seu rosto e uma brisa fresca beijou sua face”, ela olhou para o céu limpou as lágrimas e voltou para casa.”

Chega-se ao fim deste relato com um misto de sentimentos mas cabe a cada qual refletir e ter a coragem de admitir que talvez esteja a seguir pelo caminho errado e porque não optar por outro, por aquele que algum dia foi o que o levou até onde ele chegou! Se foi o melhor ninguém sabe mas de certeza que foi o do amor. Os pais sacrificam a própria vida pelos filhos mas fazem-no incondicionalmente, porém nos momentos menos bons será que estes estão a seu lado não por obrigação mas por amor?!

Como alguém disse “ Jamais deixes de dizer AMO-TE pois não saberás se será a última vez.”

 
anabelaviegasconceicao@gmail.com

Psicóloga Clínica