Dia 12 de Março de 2013- Terça Feira
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Dia 13 de Março de
2013 – Quarta Feira
A nossa cultura, que idolatra a produção e o
consumo, assumiu o útil como um dos critérios máximos para avaliar as nossas
vidas.
Se é útil, é bom. Quando nos sabemos úteis,
sentimo-nos compensados.
A vida tornou-se uma espécie de grande
maratona da utilidade.
Porque é que o inútil é importante?
Recorrendo a uma expressão de um teólogo, a
inutilidade é que nos dá o acesso à “polifonia da vida”, na sua variedade, nos
seus contrastes, e na sua realidade escondida e densa.
E a polifonia da vida outra coisa não é que
a sua inteireza, tantas vezes sacrificada à prevalência contínua do que nos é
vendido por útil.
O útil condiciona o todo a uma parte, o
inútil dá-nos numa parte aquilo que é o todo
Dia 14 de Março de
2013 – Quinta Feira
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança
Dia 15 de Março de
2013 – Sexta Feira
É necessário assumir os erros passados, tê-los
presentes, para que os futuros sejam diferentes. Melhores.
Não, não devemos acreditar
que a felicidade nos virá abraçar enquanto deitados e tristes esperamos por
ela. A alegria autêntica depende de mim, depende do que eu decidir hoje.
A felicidade não é um destino paradisíaco a que se
chega, mas uma forma de caminhar na vida, neste vale onde se misturam as
solidões e o amor, neste imenso mar de saudades e arrependimentos.
As pessoas mudam, evoluem e revelam-se...
Da solidão que me rodeia devo concluir a certeza de
que dependo inteiramente de mim.
Se
compreendermos a essência irreversível do tempo e assumirmos corajosamente as
saudades e os arrependimentos do ontem e do anteontem, então, estaremos no
caminho certo.
Dia 18 de Março de 2013 – Segunda Feira
Há dias, uma leitora, farta de me ouvir resmungar, fez-me esta
pergunta: se eu me queixo tanto dos miúdos, por que raio decidi eu ter logo
quatro?
Vai daí, decidi alinhavar 10 razões para ter filhos.
1. A razão ontológica. Faulkner escreveu que entre a dor e o nada,
escolhia a dor. Eu voto em Faulkner. Mil vezes ser do que não ser. E nascer é
fazer ser.
2. A razão estoica Há um lado olímpico em ter muitos filhos.
3. A razão ulrichiana. Ter muitos filhos sintoniza-nos com a
máxima do banqueiro Fernando Ulrich: "Ai aguenta, aguenta."
4. A razão romântica. Se a felicidade da minha mulher passa por
ter uma família grande e se a minha felicidade passa pela felicidade da minha
mulher, então a minha felicidade passa por ter uma família grande.
5. A razão revolucionária. nos nossos dias "constituir
família é a suprema rebeldia".
6. A razão coppoliana. Está escrito em ‘Lost in Translation’, de
Sofia Coppola: "O dia mais assustador da nossa vida é o dia em que o
primeiro nasce. A tua vida, tal como a conheces, acabou. E eles acabam por se
tornar as pessoas mais adoráveis que irás conhecer em toda a tua vida."
7, 8, 9 e 10. As mais importantes razões de todas. Carolina,
Tomás, Gui e Rita. Se calhar, eu até passava bem sem filhos. Mas não sem
eles."
Dia 19 de Março de
2013 – Terça Feira
Hoje, celebra-se o dia do Pai.
Para alguns cristãos, este é também o dia de José, o pai de
Jesus.
A figura de José aparece de forma muito discreta no
evangelho.
Ele é pouco falado, mas o pouco que se diz dele mostra que
pode, sem dúvida, ser considerado um modelo de pai.
José serviu de sustento à sua família, ensinou ao seu filho
a sua profissão, garantindo o futuro sustento, manteve-se fiel e cuidadoso nos
pequenos pormenores de serviço em família.
Quando perdem o menino, aos 12 anos, Maria diz “o teu pai e
eu”, referindo-se ao pai e à mãe como sendo um só, uma só carne.
Trabalhador incansável e protetor da família- um exemplo, um
guia e modelo para quem é pai.
Dia 20 de Março de
2013 - Quarta-Feira
Poema do
não nascido. Chesterton:
Se um
fogo fixo pairasse no ar
Para me aquecer ao longo de todo o dia
Se um cabelo farto e verde crescesse em
grandes colinas
Eu saberia o que fazer
Encontro-me na escuridão; sonhando que existem
Grandes olhos frios ou bondosos
E ruas sinuosas e portas mudas
E homens vivos para além (delas)
Penso
que se me dessem licença
Para neste mundo aparecer
Eu seria bom ao longo de todo o dia
Em que eu estivesse neste mundo encantado
Não
ouviriam de mim uma palavra
De egoísmo ou de escárnio
Se eu ao menos pudesse encontrar a porta,
Se eu ao menos tivesse nascido
Dia 21 de Março de
2013 – Quinta- Feira
Hoje, em dia, nota-se uma
prolongamento da idade juvenil. Os jovens vão-se arrastando em casa dos pais
até que consigam alcançar a, por vezes, difícil independência económica.
A atual crise faz dos
jovens a parte mais fraca e vulnerável da sociedade.
Os jovens são caixa de ressonância da crise
da sociedade.
O amadurecimento social não constitui uma
aspiração determinante dos jovens.
Os
jovens vivem um eterno presente sem futuro,
onde a experiência tem valor em si mesma, passando-se de uma a outra sem
finalidade e sem distinguir os limites entre objetivo e subjetivo, fazendo da
experiência pessoal uma coisa pública
No meio deste deserto, há que apresentar
propostas de identidade, de caminhos e de finalidades que lhes sirvam de
referência.
Dia 22 de Março de
2013 – Sexta-Feira
Muitas vezes imaginamos mundos
maravilhosos e não nos apercebemos da maravilha que é o nosso mundo.
Chesterton, um autor inglês do
início do século falava de como seria bom se, durante o dia, fôssemos
iluminados e aquecidos por uma bola de fogo ou se à nossa roda existessem tapetes
verdes fofos e peludos.
O que é isso se não o sol ou a
relva dos campos ?
No meio desta crise, ajuda pensar
em tudo o que de bom ainda temos em vez de cair em depressão por tudo quanto
não podemos ter.
Como aquele menino nú que
perguntava a umas senhoras que questionavam-no se não tinha frio, ao que ele
lhes perguntou e as senhoras têm frio na cara ?
Pois, para mim tudo é cara.
Dia 25 de Março de
2013 – Segunda-Feira
Em nome da defesa contra
os efeitos perversos da pornografia sobre as crianças e mulheres vulneráveis, o ministro do Interior da
Islândia está a preparar legislação para bloquear esse tipo de conteúdos a quem
aceder à Internet.
"Existe
um forte consenso na Islândia. Temos tantos especialistas neste projecto, desde
pedagogos a elementos da polícia que trabalham com crianças, que se tornou algo
muito mais abrangente do que os partidos políticos", afirmou uma
assessora do ministro do Interior.
Para muitos
especialistas, com esta iniciativa, a Islândia "Está a olhar para a
pornografia numa nova perspectiva - da perspectiva das mulheres que nela surgem
e como uma violação dos seus direitos cívicos"
Dia 26 de Março de
2013 – Terça Feira
Participe
na Iniciativa de Cidadãos Europeus “Um de nós” (“One of us”). São necessárias
um milhão de assinaturas para forçar a União Europeia a legislar sobre uma
cultura de Vida na Europa, impedindo o financiamento de experimentações que
impliquem a destruição de embriões e a promoção do aborto em países fora da
União Europeia.
A
iniciativa é promovida por um Comité de Cidadãos composto por pessoas dos 27
Estados Membros da UE.
Para
participar basta ir ao site www.oneofus.eu subscrever a petição, devendo
incluir os 8 ou 9 dígitos do seu documento de identificação seguido dos 4
dígitos adicionais.
Não
deixe de participar. !
Dia 27 de Março de
2013 – Quarta-Feira
O
Diário de Notícias elegeu como professor do ano, Lopes Rodrigues que lecciona
no 4º ano do Colégio dosMaristas, em Lisboa.
Uma mãe
salienta que o que este professor lhes ensina vai muito para além da
Matemática: são valores para a vida.
Para as
crianças, que o tratam por tu, o professor é divertido, amigo e ensina bem.
Também
é preciso muita energia para prender a atenção das crianças que estão quase
sempre desconcentradas. Com "tantas solicitações, hoje é quase preciso
fazer o pino na sala de aula para chamar a atenção" das crianças, diz o
professor.
Para o
Prof. Lopo Rodrigues o segredo está em seguir a máxima do fundador dos maristas
“Se queres ser bom professor, 1º tens de amar os teus alunos”.
Dia 28 de Março de
2013 – Quinta-Feira
Para que a nossa comunicação com
os nossos filhos adolescentes seja mais eficaz deveríamos ter em conta algumas
considerações gerais. Aqui ficam algumas sugestões:
Enfrentar com calma o conflito.
Um conflito é uma ocasião para
educar. Se ficamos passivos pode ser que eles pensem que concordamos com o que
fizeram.
Começar o diálogo sempre com um
comentário positivo, olhando-o nos olhos e estabelecendo um contacto físico.
Tratar um só tema de cada vez e
tentar vêlo desde o seu ponto de vista.
Sufocá-lo com muitas questões,
ainda que pareçam ser importantes, acaba por confundí-lo e talvez desanimá-lo.
Ser específicos e breves.
Não dramatizar nem perder o
controlo. Se isso acontecer, estaremos a fechar portas de diálogo e comunicação
com os nossos filhos. Quando estamos nervosos dizemos o que não queríamos dizer
e tomamos decisões pouco razoáveis.
Dia 29 de Março de
2013 – Sexta-Feira
Continuemos a reflectir em algumas
considerações gerais sobre o modo de lidar com os nossos filhos adolescentes:
Nunca pre-julgar. Devemos ir
sempre com a verdade à frente, dizer as coisas claras e não tentar enganá-lo.
Evitar as duplas mensagens e as ambiguidades
Respeitar a sua intimidade,
aceitando as confidencias que nos querra fazer, sem forçar e não denunciá-las
jamáis.
Primero escutar e entender, para despois dialogar. Não utilizar o monólogo
disfarçado de diálogo, quando só nos escutamos a nós mismos.
Falar do que observamos, não do que nos parecer
Não etiquetar porque os nossos filhos podem ser mudar.
Buscar
as causas imediatas, não as remotas.
Esquecer-nos
dos erros do dia anterior, centrar-mo-nos nas soluções e chegar a um compromiso
muito concreto, inclusivé, se conveniente, colocando-os por escrito.
Dar
oportunidades a que os nossos filhos desabafem, expressem os seus sentimentos.
Também saber respeitar os seus
silêncios.
Dia 01 de Abril de
2013 – Segunda-Feira
Continuemos a reflectir em algumas
considerações gerais sobre o modo de lidar com os nossos filhos adolescentes:
Nunca levar
a cabo acusações nem agressões (físicas ou verbais).
Pôr-lhe
exemplos da nossa própia experiência sem cair no estéreotipo de nos tornarmos o
“pai chato”.
Não
pretender ter a razão em tudo. Os pais também se podem equivocar.
Ter
presente que a perfeção não existe.
Não
podemos pretender impôr a solução perfeita, mas antes fazer que consigam ir
ganhando pequenas metas.
Estabece
pactos, sem cair no tudo ou nada. Saber ser flexiveís.
Fazê-lo
ver que estamos (pai e filhos) todos na mesma equipa.
Dizer-lhe
que lhe queremos bem.
Não se
perde nada por tentar estabelecer contacto com os nossos filhos adolescentes e
tudo que vier à rede será bom peixe.