segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Postal de Moçambique


Gostaria de partilhar com os colegas e com os leitores do blog esta imagem captada pela minha máquina fotográfica este fim de semana, em Moçambique, na baía de Maputo. É um postal de férias enviado directamente da capital Moçambicana para o blog.
Moçambique é um país encantador, de gente cativante, de braços abertos para os visitantes, de sorriso imediato, de comunicação intuitiva. Moçambique é também um país de grande beleza, de clima suave, doce, de águas cálidas do Índico. Em suma, é um país apaixonante.
O país tem no entanto graves problemas, que tenta enfrentar lutando e trabalhamdo todos os dias aos mais diversos níveis para resolvê-los. Um desses problemas é a SIDA, que tem ceifado muitas vidas. E nesta doença em particular, é impossível a um turista minimamente atento não se aperceber do esforço de formação e informação que o Estado Moçambicano e a Igreja Moçambicana (não só a Católica, aliás, as outras também) desenvolvem para ajudar a população a entender a gravidade da epidemia.
É frequente ouvirem-se declarações de responsáveis sobre o assunto, a começar pela Primeira-Ministra, Dra Luísa Diogo. E é também muito comum encontrar no quotidiano mensagens sobre o assunto, seja num mural na parede de uma escola ou de um hospital, seja na comunicação social, seja numa Missa, seja numa conversa informal. E é de sublinhar que, ao contrário do que sucede nos “países ricos” onde ao discurso da SIDA invariavelmente sucede a receita-milagre do preservativo, em África não é bem assim… Talvez porque não haja tantos recursos públicos para tratar os doentes e as consequências da doença sejam imediatamente sentidas pela sociedade, talvez porque a receita do preservativo não seja economicamente viável numa sociedade muito jovem, em que as famílias têm muitos filhos jovens, a SIDA é levada muito a sério e o preservativo-milagroso é olhado com algum cepticismo. As sociedades africanas têm vindo a perceber, dolorosamente, que mais vale prevenir, mas prevenir a sério, do que remediar, e, mais do que isso, que prevenir não é sinónimo de preservativo. Pode ser mesmo algo bem mais profundo, a abstinência, por exemplo, ou o retardar da vida sexual activa para um momento de maior amadurecimento dos jovens, evitando situações de risco com 15, 16, 17 anos…
Neste ponto, também em Moçambique se escuta muito atentamente a mensagem da Igreja Católica (e das outras confissões religiosas, Muçulmana nomeadamente) sobre a SIDA e sobre as suas formas de prevenção, e não apenas a publicidade abusiva difundida maciçamente em todo o mundo pelos fabricantes de condoms.

1 comentário:

MRC disse...

João Paulo,
Um abraço e continuação de boas férias !