segunda-feira, 10 de março de 2008

Portugal carece de cuidados paliativos

A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) estima que existam cerca de 60 mil novos doentes terminais, por ano, em Portugal, enquanto que o número de profissionais a trabalhar nesta área não deverá ultrapassar os 120.



De acordo com a presidente da APCP, Isabel Neto, «a resposta em termos de cuidados paliativos é manifestamente insuficiente».


Citada pela agência Lusa, a responsável salienta que os técnicos «não chegam para as encomendas» e só deverão conseguir acompanhar uma média de 3 mil doentes por ano.


Entre os principais problemas sobre os cuidados paliativos em Portugal Isabel Neto fala no reduzido número de profissionais de saúde qualificados, na falta de respostas ao nível do apoio domiciliário e nas dificuldades dos doentes em aceder aos cuidados devido ao deficiente encaminhamento.


Para a presidente da APCP, «esta é uma área onde é preciso apressar o passo. São precisos planos estratégicos, dar formação aos médicos e criar vagas bem remuneradas para os profissionais poderem trabalhar».


Por sua vez, Alice Cardoso, responsável pelo grupo de trabalho dos Cuidados Paliativos da Unidade de Missão para os Cuidados Continuados de Saúde, do Ministério da Saúde, admite que a taxa de cobertura deste tipo de cuidados em Portugal «é pouco superior a zero».


Conforme noticia o Diário Digital, a responsável fala em insuficiência de camas para internamento e em dificuldades de identificação e de encaminhamento dos doentes por parte dos profissionais de saúde.


Refira-se que as metas estabelecidas pela Rede Nacional de Cuidados Continuados apontam para que, em 2008, existam em Portugal 326 camas de internamento para cuidados paliativos.Isabel Neto sustenta, no entanto, que os cuidados paliativos não são apenas «uma questão de camas», mas antes de ter profissionais «bem treinados e formados», porque, segundo afirmou, onde há camas por vezes falta formação e a qualidade dos cuidados prestados é muito deficitária.


A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê a existência de 80 a 100 camas de cuidados paliativos por milhão de habitantes, o que representaria pelo menos 800 em Portugal, e equipas de cuidados paliativos em todos os hospitais e centros de saúde.

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